Review – Call of Duty: Black Ops Cold War
O simulador perfeito dos sonhos americanos de liberdade
No filme de comédia Top Gang 2 – A Missão, que muitos devem ter visto na Sessão da Tarde, em determinada cena, o ator Miguel Ferrer sabota um lançador de morteiro para atingir os soldados que estão disparando, logo após a explosão ele olha para os espectadores e diz que a guerra é fantástica. Quanto mais os games que simulam combates armados se tornam mais realistas, mais eu penso sobre essa cena. A ironia aqui não está apenas em se questionar sobre as violências colocadas nos jogos, mas também no fato de apreciar muito as experiências em Call of Duty: Black Ops Cold War, novo título da franquia da Activision.
Em termos de história, o novo game segue a narrativa de Black Ops II, colocando Russell Adler, Alex Mason e Frank Woods durante a crise de reféns do Irã em 1981. Ao participar dessa operação, os personagens descobrem que o espião Perseus está envolvido não apenas com a situação dos no território iraniano, como também com o possível contrabando de materiais nucleares plantados em diversas cidades da Europa pelo próprio Estados Unidos. No modo single player é possível ter uma boa noção da relação distorcida que a saga Call of Duty tem com a tentativa de realidade que está retratando. A visão de liberdade acima de tudo ignora completamente qualquer possibilidade de culpar os crimes cometidos pelos americanos em situações como a guerra do Vietnã.
Mesmo que Call of Duty: Black Ops Cold War seja a única parte dessa franquia que ainda tenha um apego com uma narrativa, o que grande parte dos jogadores esperam é para ter acesso ao novo e melhorado multiplayer. Depois de Modern Warfare, a qualidade das partidas talvez não tivesse muito o que ser mexido, mas a Treyarch soube polir ainda mais a experiência para aqueles que aguardam um novo CoD ano após ano.
Os modos mais clássicos, como Free for all e Team Deathmatch, continuam com a pegada de correr e atirar, o que não é algo ruim, apenas é esperado. Porém, já Conquest e Domination trazem elementos muito mais táticos para Call of Duty como um todo. Isso porque as fase maiores abrem todo um leque de possibilidades para jogadores que preferem agir como batedores, buscando entrar em tiroteios mais próximos para dominar os pontos, para aqueles que preferem encontrar um posicionamento perfeito para caçar alguns abates como sniper, para quem quer pilotar um tanque e também para aqueles que preferem ficar preparados para abater veículos e conseguir algumas kills de bônus. Claro que toda essas possibilidades não excluem a ação de campers em cantinhos perfeitos para tal, mas o comportamento dos jogadores não deve afetar a qualidade de um jogo.
Algo que afeta um pouco a experiência do multiplayer de Call of Duty: Black Ops Cold War é o fato de ainda não ter muitos mapas. Isso faz que jogar sessões mais longas faça com que veja os mesmo lugares por diversas vezes, causando como acomodação de adotar táticas repetidas em busca da vitória. No mais, a Activision adicionou mais conteúdos em outros títulos da série ao longo do tempo de vida útil de seus games, esperamos ver novos mapas, como a recém-adicionada Nuketown 1984.
Para quem busca novidade, Call of Duty: Black Ops Cold War tem o modo Dirty Bomb. Aqui, as partidas funcionam como um misto da experiência de CoD com Battle Royale, em que os esquadrões de quatro jogadores devem tentar dominar uma área do mapa para detonar uma bomba. Nas primeiras vezes, jogar Dirty Bomb é bem confuso e faz muita falta um pequeno tutorial antes. Mesmo quando se está mais confortável, esse modo é bem confuso, sendo muito melhor ficar mesmo com as experiências mais clássicas.
O Modo Zumbis de Call of Duty: Black Ops Cold War continua seguindo a vertente de Segunda Guerra Mundial. “Die Maschine” se passa no início dos anos 80, mas suas raízes começam em um passado ainda mais distante.
Como parte da Réquiem, uma equipe de resposta internacional apoiada pela CIA e liderada por Grigori Weaver – da história original de Black Ops – os operadores exploram um abrigo da Segunda Guerra Mundial cuja destruição não foi causada apenas pelo tempo.
Enquanto lutam para suprimir o fenômeno sobrenatural neste abrigo, os membros da equipe Réquiem investigam o que há sob essa estrutura que foi abandonada após décadas de desserviço.
É possível jogar com até quatro jogadores no mapa principal ou realizar desafios de “até onde você vai” solo em mapas diferentes. Alguns inimigos diferentes ameaçam estragar sua sobrevivência, portanto é bom ficar esperto e se equipar bem.
Não importa se você é um veterano do modo Zumbis que também joga o Multiplayer ou se é completamente novo nesse modo, pode ter certeza que entrar de cabeça nesse modo com seus amigos será um desafio e tanto.
Assim como no título anterior, independe da plataforma ou da geração na qual você joga, é possível formar um grupo com amigos e ver até quando vocês aguentam hordas e hordas de zumbis.
Call of Duty: Black Ops Cold War é facilmente um daqueles jogos que não são desinstalados para que se possa sempre aproveitar partidas casuais e conhecer os novos conteúdos que serão adicionados com o tempo. E é muito importante dizer que toda esse experiência é muito melhor pela facilidade de acesso ao cross plataform, permitindo estar em partida sempre com os amigos nos locais que se sintam mais confortáveis. Não é a toa que Call of Duty é o Fifa de tirinho.
Nota 8/10 sniper, não camper, me respeite.