Review – Avatar: Frontiers of Pandora

Em 2009, chegou aos cinemas o filme Avatar, uma obra que marcou a indústria do cinema até hoje devido a sua qualidade gráfica e belos visuais. Após o grande sucesso, o diretor James Cameron prometeu lançar mais filmes que exaltassem esse universo criado, como o mais recém lançado Avatar: O Caminho Da Água.

Já a Ubisoft, em parceria com a 20th Century Studios, trabalhou em Avatar: Frontiers of Pandora. O título se passa 16 anos após os acontecimentos do primeiro filme e faz o trabalho de expandir e apresentar muito do que o planeta Pandora oferece, enaltecendo muito sua fauna e flora. Entre na pele de um Na’vi e usufrua de uma jogabilidade fluída, coletando o que o planeta fornece e eliminando a RDA e sua destruição constante.

Uma nova roupagem

Foi difícil jogar Avatar: Frontiers of Pandora e não comparar com outros jogos da própria Ubisoft, especialmente Far Cry: Primal, que se passa na idade da pedra onde tudo depende de arco e flecha e companheiros animais, elemento muito parecido com esse título do Avatar.

Apesar de muitas semelhanças, até mesmo com o próprio James Cameron’s Avatar: The Game, lançado pela Ubisoft em 2009, Frontiers of Pandora é uma belíssima nova roupagem para uma fórmula já muito conhecida pelos fãs, mas com ótimos aprimoramentos.

A história do jogo não foge muito do conceito apresentado nos próprios filmes. Um belo planeta, rico em recursos naturais é explorado pelos humanos para benefício próprio, enquanto o povo nativo sofre e tenta se organizar para expulsá-los de lá. Com essa base, você, junto do protagonista, conhecem a beleza de seu ecossistema rico em detalhes e muito mais sobre o povo Na’vi com suas tribos.

Apesar de não chamar muito a atenção no começo, a história tem seus momentos de drama, aventura e ação em boas doses entre as missões principais. Os diálogos e contextos mais “genéricos” ficaram nos objetivos secundários, como buscar alguém da tribo que desapareceu, coletar frutas ou carnes específicas em certos biomas.

Já as atividades que, como muitos conhecem, servem para liberar pontos de Viagem Rápida, visão do mapa, equipamentos, entre outros, felizmente se tornaram tarefas rápidas de se executar, com exceção de duas que diminuem o ritmo de todas as outras. De uma certa maneira, até o próprio contexto do jogo fez com que essas atividades de destruir usinas e fábricas tenham sua execução mais agradável que o esperado.

Um arsenal de diversos arcos e flechas

Para expulsar a RDA de Pandora você precisa de um belo arsenal, afinal aqueles “mechas” não são uma tarefa fácil de início. Inicialmente com seu simples arco e flecha, você desbloqueia outras armas ao longo das missões principais, como dois arcos com diferente funcionalidade, um lança lanças (sim), duas armas da própria RDA, uma metralhadora e uma escopeta, e outra muito semelhante a uma raquete de lacrosse que você usa para lançar granadas.

Com todo esse equipamento, você pode usufruir da maneira que melhor pensar contra certos obstáculos. Os soldados não representam uma grande ameaça em poucos números, mas caso fique encurralado por muitos, especialmente se forem os mechas, você terá um grande problema. O seu personagem é muito frágil de início e há um contador de força total do personagem que funciona como uma espécie de nível para delimitar certos objetivos ao longo do jogo.

Dividido por nível de raridade, é possível montar diferentes estratégias para resolver o seu problema com a RDA por toda Pandora. Você pode explorar os pontos fracos dos mechas, usar certas habilidades de furtividade para ganhar vantagem de terreno ou só explodir tudo e todos. Entretanto, certas tarefas, como a destruição de uma usina, é mais recompensadora caso o jogador adote uma estratégia mais discreta.

Cace e agradeça

Não é só de expulsar a RDA que se vive a vida de um Na’vi. Você também tem a chance de se deleitar da fauna e da flora de Pandora através da caça, da pesca e da colheita. Algo que não se mostrou ser uma tarefa muito fácil.

Certas missões requerem algumas frutas ou carnes de animais em estados específicos de colheita. No caso da colheita, locais e condições de chuva ou período do dia definem a qualidade quando coletado. O mesmo pode se aplicar na caça, sendo necessário matar o animal com uma flecha no ponto fraco dela, sendo que quanto menos “furos”, melhor a qualidade.

Essas tarefas podem se tornar uma dor de cabeça para os jogadores mais impacientes, mas não fique tão frustrado, pois normalmente tais objetivos ocorrem em missões secundárias. Contudo, é muito bom tirar um tempo de calmaria para essas atividades. Achei tão interessante quanto caçar os animais robôs pela primeira vez em Horizon Zero Dawn.

Além disso, esses itens são necessários para criar equipamentos, armas e alimento próprio. Não só para você, mas para suas montarias também.

Uma mobilidade muito confortável

Pandora não é um planeta pequeno, mas felizmente, seu mapa não chega a ser algo no nível de Assassin’s Creed Odyssey ou Valhalla. Apesar de uma grande escala quando locomovida a pé, a velocidade e mobilidade do personagem não decepcionam.

A floresta se torna um circuito de parkour, com plantas auxiliando na sua própria velocidade em certos locais. Conforme avançar na história, você irá liberar a montaria voadora e terrestre, ambas muito divertidas de se utilizar e tornam a locomoção ainda mais divertida.

Além disso, o jogo apresenta diversos pontos de Viagem Rápida liberados ao longo da jogatina, que normalmente se encontram próximos a objetivos e facilitam ainda mais.

Avatar: Frontiers of Pandora é um ótimo suspiro

Como dito no início do texto, foi difícil não comparar, mas mesmo o fazendo, também foi possível ver muitas melhorias na fórmula da Ubisoft. Ver algo diferente e não “mais um Far Cry” foi um suspiro muito gostoso. O lindo cenário de Pandora corroborou para tal satisfação, apesar de me perder muito no início com as florestas monocromáticas.

A qualidade de vida e interface ajudam muito na hora de buscar um tipo de fruta ou animal que eu precisava ir atrás, tornando toda essa experiência em atividades confortáveis. Vale ressaltar que você pode fazer essas e qualquer outra missão em cooperativo com mais um jogador, o que torna a experiência ainda mais divertida.

Avatar: Frontiers of Pandora vem com localização e dublagem em PT-BR. Apesar de desconfiar que tanto o movimento da boca dos personagens, quanto a própria dublagem podem ser feitas por IA, mesmo entrando em contato com a assessoria da Ubisoft, não obtive um retorno a respeito, portanto não posso confirmar que é esse o caso.

É muito bom ver a empresa arriscando com diferentes títulos além das famigeradas franquias. Realmente espero que nos próximos anos novas IPs sejam anunciadas, levando em consideração esse e os futuros títulos de Prince of Persia The Lost Crown e Skull and Bones que chegam no início de 2024. A Ubisoft precisa começar a perder a fama de “Ubisoft the Game”.

Avatar: Frontiers of Pandora já está disponível para PC, PS5 e Xbox Series X|S

Avatar: Frontiers of Pandora: Avatar: Frontiers of Pandora é um jogo que apresenta melhorias competentes em sua fórmula, além de uma roupagem que torna a experiência bela e agradável. Com tarefas gratificantes e simples, o jogo expande mais o universo de Pandora que todo o fã de Avatar adoraria conhecer. Otto

8
von 10
2023-12-08T18:17:37-0300

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.