Preview – Crusaders Kings III (Xbox Series X)
Crusaders Kings III traz toda sua intriga e complexidade para os consoles de mesa
Lançado para PC no final de 2020, Crusaders King III pode ser um jogo bastante intimidador à primeira vista. No papel do governante de um reino medieval, você deve construir uma dinastia capaz de durar por milênios — o que pode ser feito através de alianças e o comércio, ou meios menos éticos, como assassinatos e o domínio de territórios vizinhos pacíficos que não resistem muito à força de seu exército.
Enquanto você tenta cumprir seu objetivo, precisa lidar com inimigos declarados (e não declarados), bolar casamento e se preocupar com uma possível morte inesperada. Tudo isso, claro, enquanto tenta manter as contas de seu reino em dia, assegurando que uma revolta popular não vai por fim a tudo o que você construiu.
Em outras palavras, Crusaders King III é um jogo bastante complexo. Felizmente, ele consegue aliar esse lado a um sistema de aprendizado intuitivo e uma série de tutoriais que dão um bom guia sobre o caminho a seguir para cada objetivo. Até mesmo por isso, o título se presta bem para uma estreia da série nos consoles de mesa da geração atual — versão que o Geeks United teve a oportunidade de conferir graças a um convite da publicadora Deep Silver.
Mais acessível e intuitivo
Crusaders King III não é o primeiro RTS a tentar a transição para os consoles, mas é fácil já vê-lo como um dos jogos do gênero que melhor conseguiu isso. Muito disso se deve ao ritmo do game: como ele não acontece necessariamente em tempo real, a perda de agilidade em comparação ao mouse e o teclado não diminuem em nada a qualidade das partidas, tampouco significa uma desvantagem competitiva.
Também ajuda o fato de que, dentro de suas limitações, a equipe de desenvolvimento conseguiu fazer um trabalho que aproveita muito bem as características de um controle tradicional. Enquanto um processo de aprendizado inicial não deixa de ser necessário, é questão de pouco tempo até aprender como navegar pelos menus radiais e quais aspectos merecem a atenção a cada hora.
Entre os destaques está uma nova barra de acesso rápido que indica com agilidade quais aspectos de seu reino merecem atenção imediata. Você sempre pode optar por ignorar os avisos e jogar de sua maneira, mas é sempre bom consultar as notificações que surgem para verificar se você não deixou nada passar — especialmente nas primeiras partidas, quando o jogo ainda está sendo aprendido.
A transição para os consoles também permitiu que a equipe de desenvolvimento trouxesse algumas melhorias sutis, mas relevantes. O nível de stress de seu personagem (que cresce quando ele faz ações que contradizem sua personalidade) agora pode ser consultado facilmente através de seu retrato: quanto mais próximo do vermelho ele estiver, mais você deve se preocupar com possíveis consequências.
Enquanto a transição para os consoles é bem feita, não dá para dizer necessariamente que ela torna o jogo super acessível — problema que também afeta o PC, especialmente quando se é novo na série. Felizmente, nos momentos em que você ficar perdido sempre é possível apertar o botão L3 para conferir uma explicação detalhada de cada item em tela, o que ajuda bastante a se acostumar com os termos cujo aprendizado é exigido pelo jogo.
Transição que faz sentido
Para os desenvolvedores responsáveis pela adaptação de Crusaders Kings III para consoles, há um motivo simples para que jogos de estratégia não estejam tão disponíveis nas plataformas de mesa: a falta de tentativas. Segundo a equipe, não há nada que impeça que o gênero floresça também nesse meio, bastando que as adaptações necessárias sejam feitas para garantir uma boa experiência de gameplay.
Toda a experiência básica do jogo de estratégia estará disponível no PC em seu lançamento — as expansões devem chegar em um momento posterior. A esperança da desenvolvedora é eventualmente conseguir parear o ritmo de lançamento de novos conteúdos e não deixar os jogadores de console para trás.
No entanto, isso não significa que haverá um pareamento completo entre versões: a nova interface para consoles, por exemplo, não tem previsão de chegar aos computadores. Da mesma forma, a equipe ainda estuda se vai oferecer a possibilidade de jogar Crusaders Kings III nos consoles de mesa usando a combinação de mouse e teclado.
Durante a apresentação, o que ficou claro é que a Paradox está focando seus esforços em garantir a melhor adaptação possível dos controles para que o jogo funcione bem em sua nova casa — e nossa experiência mostra que ela está conseguindo isso. Fica claro que, ao mesmo tempo em que não se ampararam em nenhum molde anterior, os desenvolvedores estudaram bem as melhores práticas que devem ser seguidas para que um jogo funcione bem com um gamepad.
Muito do que virá depois disso dependerá da recepção ao título e dos pedidos dos fãs: uma versão Switch não é descartada, apesar das dificuldades que deve trazer (e caberá à publicadora decidir se ela vai acontecer). Da mesma forma, recursos cross-play não estarão disponíveis no lançamento, mas não se descarta a possibilidade de que eles sejam adicionados em um futuro próximo.
O que está claro no momento é que aqueles que desejaram esperar pela versão console de Crusaders Kings III em nada vão perder em relação ao PC. As mesmas intrigas, reviravoltas e combates desafiantes estão presentes aqui, com a vantagem de poderem serem aproveitadas do conforto do sofá em uma tela generosa.