Review – After the Fall (VR)

After The Fall é um Left 4 Dead a frente do seu tempo

É difícil falar de After the Fall sem citar Left 4 Dead, que desde seu último lançamento em 2009 ainda se mantém relevante e influente nos dias de hoje.  After the Fall é mais um fruto da antiga fórmula de zumbis da Valve.

Assim como sua inspiração, esse título é um shooter co-op online com uma variedade de missões “parta do ponto A e chegue ao ponto B em grupos de 4 jogadores” de caminhos pré-definidos, infestados com zumbis e mutações diversas.

Um jogo bem parecido, só que em VR

O diferencial, além da perspectiva que a Realidade Virtual proporciona, é a adição de uma moeda de troca, adquirida por matar inimigos de qualquer natureza. Esta moeda, chamada “harvest”, introduz uma variedade de modificações para seu arsenal de armas, de uma maneira muito prática e intuitiva, para os padrões dos jogos VR.

Apesar deste sistema genial ser o grande pilar de engajamento do jogo, ele é limitado por muito tempo, visto que só se pode utilizar e modificar as armas que forem encontradas durante as ditas missões. Deve ser dito que tais variações de armas e ferramentas costumam ser encontradas em missões de dificuldades maiores, as quais não serão um passeio no parque para quem está iniciando.

Ainda assim, é comum encontrar disquetes durante estas fases, em qualquer dificuldade, os quais devem ser carregados até o próximo checkpoint para o desbloqueio de melhorias para estas armas, apesar de que, infelizmente, nem sempre serão melhorias de armas que o jogador já possua.

Os modelos e animações dos zumbis são um grande acerto, com movimentos lentos o bastante para causar uma perturbação mas rápidos o suficiente para que nenhum jogador fique parado.

Tendo jogado diretamente no Meta Quest 2, já era de se esperar gráficos mais limitados e nem perto do nível da versão completa de PC, mas After the Fall consegue impressionar com gráficos imersivos e muito acima de grande parte da biblioteca do Quest. Feedbacks sonoros ajudam tanto na imersão quanto na gameplay e grandes chefões dão a sensação de grandiosidade, quando encarados de perto.

Um multiplayer coordenado faz a força

O aspecto social do jogo não fica para trás, com muitas pessoas no lobby principal andando para lá e para cá, como é esperado nas primeiras semanas de lançamento. Porém o engajamento está durante as ditas missões, onde é possível ser jogado com “bots” ou outras pessoas aleatórias.

O lobby abarrotado de pessoas cuidando das suas próprias vidas dá um bom aspecto de jogo bem populoso, porém as interações param por aí, pois a função de chat por voz é desativada por padrão e poucos são os incentivos para interagir neste ponto do jogo.

Se tratando de um jogo multiplayer, deve ser dito que a comunidade é muito convidativa e acolhedora. Com muita gente possuindo o conhecimento de como cada uma das missões pré-montadas funciona, é fácil ter um sentimento parecido com o de “dungeons” em MMORPGs clássicos, como World of Warcraft e Final Fantasy XIV, onde não é raro encontrar pessoas passando dicas e dando toques durante as missões de dificuldades mais elevadas, para que todos aprendam e se saiam bem, já que se trata de um jogo cooperativo onde todos ganham juntos.

Repetitivo na maneira certa

Dito isso, as missões de mapa fixo podem parecer um defeito e que possam enjoar o jogador a longo prazo, mas todas são muito bem aproveitadas e podem ser jogadas em níveis de dificuldade diferentes, o que muda a quantidade e pontos de encontro de inimigos, os chefões possuem mecânicas diferentes e a coordenação dos grupos tem um papel muito mais importante.

Com inspirações diretas de “survival horrors”, a escassez de recursos é uma preocupação clássica do gênero e aqui não é diferente, o bom andamento das fases e uso destes recursos dependem inteiramente da comunicação com os parceiros de equipe.

Devido a isso e ao cenário de jogos em Realidade Virtual no Brasil ainda não ser tão difundido, é preferível ter um nível básico de compreensão da língua inglesa ou será necessário trazer amigos brasileiros para a sua equipe.

After the Fall já está disponível para Meta Quest, PlayStation VR, SteamVR e VivePort.

NOTA: 8/10 vezes que precisei ser revivido durante um boss na dificuldade Nightmare.

Texto por João Xavier