Review – SIFU

SIFU traz uma história de vingança cinematográfica no formato de um jogo muito bem lapidado

Ao se criar uma história de vingança, deve ser muito bem elaborado a motivação do personagem que quer executá-la, as razões pela qual o antagonista se tornou o vilão no ponto de vista do protagonista e o desfecho. Obras cinematográficas coreanas são notoriamente conhecidas por suas histórias sobre vingança. Até nos games nós presenciamos tal tema, como em The Last of Us II e God of War (2005), agora vemos em SIFU, um conto chinês que aborda vingança, literalmente, com as próprias mão, mas a que preço?

SIFU é um jogo desenvolvido pela Sloclap, mesmo estúdio independente que nos trouxe Absolver, um jogo focado em combate corpo-a-corpo com mecânicas únicas de combo e esquiva. Foi muito gratificante ver essa mecânica em ação novamente em um novo jogo, pois, apesar de muito divertido, Absolver pecou em diversos fatores. Felizmente o mesmo não ocorre em SIFU.

Shifu (chinês mandarim) ou Sifu (padrão chinês cantonês) significa “Pai” no Kung Fu, “Professor/Mestre”. Tradicionalmente, em artes marciais chinesas, ambos são utilizados como um termo familiar e sinal de respeito como no uso geral. A relação é definida como um contexto pai-filho mais direto e uso assume este termo ao invés de um sinal genérico de respeito pela habilidade e conhecimento.

Com a idade vem a experiência

Em SIFU, tudo se resolve na base da porrada e muitas vezes você pode se encontrar cercado por inimigos ao longo de sua aventura, porém, mantenha a calma e não afobe, a calma e precisão são suas melhores amigas, do início ao fim. SIFU funciona na combinação de botões, se você apertar qualquer coisa de qualquer jeito, vai passar raiva atoa. A esquiva e o bloqueio são tão preciosos quanto seus socos.

Caso venha a falecer, seu personagem será revivido, mas com uma penalidade, ele retornará mais velho. Ao atingir a casa dos 60, seus suspiros estão contados e será necessário reiniciar toda a fase.

É possível adquirir novos golpes e habilidades para facilitar no combate, além de melhorias na vida, dano e outros atributos ao encontrar pequenas estátuas espalhadas ao longo dos mapas.

SIFU

Cenários grandes o suficiente

Em SIFU, você passará por cinco fases para executar sua vingança. Ao final de cada uma delas, um membro da gangue para ser derrotado. O level design de cada uma delas são únicas e apresentam inimigos diferentes que enriquecem a narrativa do jogo.

Caso ache necessário reiniciar a fase para adquirir mais habilidades ou até mesmo tentar terminá-la mais jovem, você talvez tenha adquirido chaves, cartões ou códigos de acesso para desbloquear atalhos; e assim facilitando o percurso até o chefe, porém a custo de não conseguir obter XP o suficiente para desbloquear as habilidades desejadas.

SIFU

A vingança nunca é plena

A narrativa do jogo é bem simples, ela funciona com breves cutscenes, observações nos cenários e diálogos durante os combates contra os chefes. Muitos elementos ali são subliminares, através de evidências encontradas, pôsteres, cartas e até mesmo elementos do cenário.

Além disso, a própria mecânica de ressurreição aborda um certo conceito de “quanto tempo custa a sua vingança?”, você perde tanto tempo focado em eliminar a quem lhe fez mal e no final, o que acha que lhe resta? Isso, cabe a você descobrir.

SIFU é facilmente um dos melhores jogos do ano e espero que a Sloclap consiga trazer essas mecânicas em novos títulos com a mesma qualidade narrativa. A trilha sonora complemente magistralmente cada fase e os combates. Os cenários são muito bem elaborados, com características e cores únicas entre eles.

O jogo é muito bem localizado em português, mantendo expressões e sem nenhum problema na tradução, legendas ou menus.

SIFU está disponível para PC (Epic Games Store), PlayStation 4 e 5.

NOTA: 10/10 vezes que reiniciei as fases para ver se termino com 20 anos de idade

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.