Review – Mortal Kombat 1

A história de Mortal Kombat sempre foi algo semelhante a filmes de ação dos anos 1990 – com constantes frases de efeito, diálogos rasos e muita porradaria – onde cada título apresentava seus personagens favoritos em alguma reviravolta, acompanhado de novos lutadores no contexto de seu universo.

Mortal Kombat 1 é o mais novo reboot da série que agora apresenta algumas mudanças nos papéis de personagens conhecidos, assim como o retorno de muitos outros esquecidos. Apesar da nova mecânica de personagens de apoio (Kameos), o jogo não apresenta muitas inovações em seu “Kombate”, além de novos visuais para seus lutadores.

Um novo reboot

Apesar de seu número, Mortal Kombat 1 é a continuação direta de Mortal Kombat 11, onde em seu desfecho, Liu Kang se tornou um deus e resolveu começar um novo universo do zero. Alterando a história de lutadores conhecidos da franquia e tornando o mundo mais pacífico do que normalmente conhecemos.

Ainda há lutas entre Plano Terreno e Exoterra, mas com a ausência da palavra “Mortal” de “Kombate” (virou apenas uma briga de rua). É possível notar a mudança de muitos papéis dos times do “bem” e do “mal”, assim como diversos elementos em comum (ou referências, se preferir) com o universo original que vão ganhando novas origens ao longo do enredo. Tudo no melhor estilo ação dos anos 1990, fica ainda melhor se jogar dublado.

Vale mencionar que a qualidade gráfica está assustadoramente boa, me deparei no Vale da Estranheza em diversas vezes quando alguns personagens se encontravam em certos ângulos e iluminações.

A história, como um todo, segue os moldes dos títulos lançados anteriormente. Entre os capítulos você joga com um lutador específico que alterna suas lutas com as cenas do jogo. Vale a pena acompanhar um filme confortável e interagir lutando caso você prefira ir primeiro no modo história do que praticar ou brigar online, dessa maneira você pode acabar descobrindo um lutador que mais se encaixa com seu estilo de jogo.

Rostos conhecidos e esquecidos

Com um elenco de 23 lutadores (contando com Shang Tsung como bônus de pré-venda), Mortal Kombat 1 apresenta rostos familiares por muitos e alguns esquecido por outros como Havik, Li Mei, Ashrah, Reiko, etc. Em outras palavras, esse é o primeiro título da franquia que não traz personagens novos em seu elenco inicial.

É possível debater nessa questão, ao considerar que muitos desses lutadores originaram em Mortal Kombat 4 ou Deception e não foram vistos com a mesma frequência que outros. Além disso, todos ganharam mais personalidade dentro da história e repaginadas visuais que fazem jus a cada um.

Apesar de Mortal Kombat 1 seguir sua fórmula testada e aprovada pelo público, seu Kombate não apresenta muita diferenças dos últimos lançamentos da franquia, além dos Kameos, composto por lutadores conhecidos onde suas utilidades são de auxílio aos lutadores principais. Você consegue complementar kombos, impedir kombos (necessário ter três barras), punir ou simplesmente checar se o adversário está alerta. Só não abuse desse apoio, é necessário esperar um tempo para recuperar as duas cargas.

Os famosos momentos de raio-x agora estão limitados ao Fatal Blow, ativado quando você atingir 30% ou menos da vida, ferramenta muito valiosa para virar a partida quando usado em momentos precisos. Há três barras para complementar golpes especiais e otimizar seus kombos em momentos precisos ou até mesmo para interromper os kombos do adversário e evitar receber muito dano.

Além dos tradicionais modos história, tutorial, treinamento e online (kasual e ranqueado), a grande novidade do título é a Invasão. Você joga em uma espécie de tabuleiro com um personagem e Kameo escolhido – com possibilidade de trocar quando quiser – avançando as casas com lutas e desafios de Test Your Might.

Um modo que substitui o das torres do jogo anterior, inova com uma dinâmica mais agradável mantendo a essência da sazonalidade de seis semanas, mudando tais tabuleiros, assim como desafios, torres e “chefes” para desbloquear cosméticos únicos. O modo também se prova útil para praticar com o seu boneco favorito ao treinar kombos e variações contra a CPU.

Mortal Kombat 1 mudou só na sua história

Essencialmente, Mortal Kombat 1 só mudou no quesito história. Apesar dos Kameos citados acima, o título não apresenta grandes inovações ou mudanças para cativar um público novo ao ser comparado com Street Fighter 6, lançado meses antes. Entretanto, o jogo vem sido elogiado com ótimas implementações para acessibilidade.

Não tive muitos problemas ao jogar online, apesar de ver queixas por servidores instáveis. No meu caso, foi mais a questão de balanceamento, uma luta eu parecia um profissional da EVO e outras uma criança de quatro anos. Notei um certo equilíbrio após algumas boas partidas.

Outra coisa que causou incômodo foi o fator de não ter mais tela de carregamento para as lutas. Agora, há uma transição direta da seleção de personagens para o kombate, os lutadores ficam se encarando com punhos encostados e o jogador espera a partida carregar. Se o jogo não estiver em um SSD, essa magia se perde rapidamente, tornando o processo entediante.

Mortal Kombat 1 apresenta uma ótima qualidade em sua localização em PTBR, mantendo os termos padrões de jogos de luta, assim como utilizando a letra “k” em palavras iniciadas por “c”.

Se você é um fã de longa data, imagino que o título possa agradar por manter seu padrão, já para os curiosos, pode ser uma boa hora para começar a conhecer esse novo arco que está sendo criado no universo das lutas sanguinolentas.

Mortal Kombat 1 está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC e Nintendo Switch.

O jogo também pode ser adquirido através da loja do nosso parceiro, Nuuvem.

Mortal Kombat 1: Mortal Kombat 1 sofre um novo reboot que mantém muitos rostos familiares, mas que também adiciona alguns esquecidos pelo tempo. Sem muita inovação em sua mecânica de luta, os Kameos são surpresas agradáveis para quem estava esperando algo diferente. Otto

7.5
von 10
2023-09-22T21:04:40-0300

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.