Review – Street Fighter 6

De tempo em tempo, novas versões de jogos de luta são lançados, seja uma continuação ou algum título novo querendo se destacar em meio a um mercado já dominado por grandes empresas. Veteranos, com seus arcade sticks, muitas vezes anseiam por novos títulos que tragam ideias melhores e personagens queridos.

Street Fighter 6 consegue fazer isso e muito mais. O título agrada aos veteranos e recebe de braços abertos um público novo e inexperiente, que geralmente não tem muito conhecimento no gênero luta e apresentam dificuldade na execução de combos, como eu.

Novidades e muitas brigas

A todo momento, Street Fighter 6 pega na mão do jogador e o ensina, tanto os comandos básicos, quanto as atualizações que acompanham o título. Uma grande novidade é o modo World Tour, onde você cria um personagem do jeito que você quiser (pode ser você, algum famoso, o que quiser) e se aventura na campanha treinando com os famosos personagens da franquia. No meu caso, eu fiz o Ednaldo Pereira e uso o estilo de luta do Jaime.

É um modo interessante, de início, uma história simples, mas que se prolonga um pouco mais do que necessário. Além das missões principais, há diversos objetivos secundários, muitos até mesmo para ensinar o funcionamento de novas mecânicas e combos no jogo.

Pode até ser uma opção interessante para jogadores novatos, mas os veteranos vão optar apenas por criar o boneco e ir diretamente para o Game Hub, espaço onde você se encontra com bonecos criados por outros jogadores e os enfrenta em partidas de Street Fighter 6 nos Arcades disponíveis. É como se a Capcom tivesse implementado o Metaverso dentro do seu jogo.

O funcionamento do World Tour como RPG é um pouco desgastante, baseado no level e equipamentos do seu personagem, pode haver momentos em que você precisa melhorar seus status para conseguir vencer uma luta e assim avançar na história. Contudo, pode ser considerado como uma experiência para aprender tudo o que Street Fighter 6 tem para te apresentar, afinal, tudo nesse modo se resume a lutar.

O moderno e o tradicional

Além dos novos modos citados, o jogo também traz os modos tradicionais como Arcade, para experimentar cada personagem e conhecer mais de sua história, modo Online (casual/ranqueado), modo Partida Especial – com desafios diferentes para derrotar o oponente -, Versus e Prática.

Em todos esses você joga com os 18 personagens já disponíveis no jogo base (com mais para vir em uma futura DLC). O básico você já sabe, escolha um personagem e lute, independente do modo.

Vale o destaque para o modo Prática com o Guias de Personagens, que explica detalhadamente o funcionamento de cada um, maneiras de abordagens únicas e utilização de golpes específicos. Além do modo Treinamento, que traz a possibilidade de aplicar funcionalidades numerosas para se treinar com o Bot.

Para obter ainda mais detalhes, na parte Teste de Combo você consegue conhecer mais das funcionalidades sobre tais personagens. Lá você pode treinar combos criados pelo jogo, mas não significa que você está limitado somente à esses, basta treinar o suficiente e você descobre o que encaixa com o que. Agora, se você tem muita dificuldade em jogar no modo Clássico, Street Fighter 6 entrega uma acessibilidade de qualidade.

Um título de luta acessível

Em Street Fighter 6, há três modos diferentes de controle para se jogar. O modo Clássico (C), mais tradicional que os mais veteranos já estão acostumados me jogar, o modo Moderno (M), onde muitos golpes agora estão resumidos ao pressionar poucos botões e não é necessário a execução de muitos comandos, e o Dinâmico (D), no qual você aperta qualquer botão e uma IA aplica os golpes e combos sozinhos.

Admito que sempre me frustrei jogando títulos de luta, minha dificuldade na execução de comandos, Supers e até mesmo aplicar combos tirava o mínimo de diversão que eu poderia ter, mas com a adição do modo Moderno eu tive a chance de me deleitar e até mesmo ter sucesso em partidas ranqueadas.

O funcionamento do modo Moderno é muito intuitivo, por exemplo: Ao invés de fazer meia lua e soco para executar um hadouken, eu só preciso apertar Y e pronto. Entretanto, eu ainda precisei treinar no Teste de Combo para saber os golpes que se encaixavam e até mesmo tomar umas surras para ter uma noção melhor do jogo. Principalmente entender momentos de aplicar Drive Impact e Drive Rush, mecânicas inéditas da série.

O modo Moderno não joga totalmente por você, ainda é necessário aprender o jogo para conquistar a vitória. Principalmente ao enfrentar um jogador no modo Clássico, pois ele tem mais controle do personagem do que alguém no Moderno. Pude notar que eu perdia alguns golpes mais básicos ao utilizar esse modo, nada que me prejudicasse nas lutas, mas é bom ter noção disso. Ao mesmo tempo que é possível executar o comando tradicional do golpe também que possibilita um leque maior.

Vale mencionar também que o controle Moderno será aceito em torneio oficiais de Street Fighter 6 e poderão competir cara a cara com jogadores no Clássico.

Street Fighter 6 expande seu público

Só tenho elogios para Street Fighter 6, apesar do World Tour prolongado. O jogo apresenta um ótimo elenco inicial de personagens – novos e conhecidos – que agradam jogadores de diferentes estilos de luta. Sua acessibilidade vai além dos controles citados acima.

A localização do jogo está, sem dúvida, impecável. Apresentando uma linguagem mais casual e moderna, especialmente no Guia de Personagens, as caixas de diálogo são de fácil compreensão para os jogadores, contudo, imagino que os nomes dos golpes são mantidos em inglês para entendimento universal.

Street Fighter 6 agora netcode, ou seja, uma programação que torna possível você jogar com pessoas de outros países, além do jogo ser crossplay entre plataformas. Não vai faltar oponente por um bom tempo.

O modo Moderno me fez criar gosto pelo jogo, além de ter mais noção das mecânicas presentes e agora me encontro praticando no modo Clássico e sinto que a diferença é questão de prática mesmo. É muito legal ver que o jogo abraça um público novo e mais inexperiente para um título dominado por veteranos.

O que me preocupa agora é futuro dos jogos de luta nessa parte de acessibilidade. Resta esperar para ver como será no próximo Mortal Kombat 1 e Tekken 8, e quem sabe um novo Guilty Gear no futuro.

Street Fighter 6: Street Fighter 6 apresenta um ótimo elenco de personagens, além de abraçar um novo público com jogabilidade mais acessível, ele também agrada os fãs veteranos com novas mecânicas e execução de combos. Otto

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von 10
2023-06-19T17:51:55-0300

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.