Review – Last Epoch

O filho rebelde de Path of Exile e Diablo, para muitos é assim que Last Epoch aparenta ser, mas ele acaba se tornando algo muito maior que apenas mais um jogo no meio dos Action RPG.

Complexidade acessível

Last Epoch tenta suprir uma demanda muito específica no seu gênero. De jogadores que gostam muito do combate e loot do Diablo, mas que querem algo mais complexo, ao mesmo tempo que não desejam por um jogo como Path of Exile que exige uma bíblia de conhecimento e alguns bons guias.

Ele consegue entregar um bom meio termo, tanto nos seus personagens, que são cinco classes base (Mago, Primalista, Ladrão, Sentinela e Acólito), cada uma com três especialidades e uma gameplay bem diferente entre todas elas. Quanto na suas habilidades, que são altamente customizáveis e disponibilizam (na teoria) muitas builds e caminhos para os jogadores testarem durante sua campanha.

O jogo incentiva a customização, todos os seus pontos de habilidades e suas passivas podem ser realocados com facilidade por um valor baixo, no caso das passivas, ou por um reset temporário das habilidades.

Como exemplo de customização, eu joguei a campanha como um Primalista Druida e uma de minhas habilidades o “grito de guerra” pode ser modificada para não mais afastar os adversários de mim, ela passou a puxar inimigos para perto e deixá-los congelados, mudando completamente seu propósito e uso.

Embora vendo de fora todas as opções, essa customização toda possa parecer intimidadora, ela é muito bem explicada e fácil de ser digerida, permitindo que você consiga construir uma build razoável para fazer a campanha sem a necessidade de guias como no Path of Exile.

Loot é o nome do jogo

Não existe um Action RPG nesse estilo que o seu principal chamariz não seja o loot (os espólios). Nesse quesito, o Last Epoch entrega muito bem. O jogo não tem medo de jogar quantidades absurdas de loot na sua tela constantemente, ficando até um pouco confuso do que é bom ou não para seu personagem.

Honestamente, eu achei esse um dos pontos mais confusos do jogo, pelo simples motivo de ter achado que os status do seu personagem e de seu loot funcionam de forma diferente do que em outros ARPG.

Por exemplo: No meio de minha campanha eu assumi que quanto mais armadura melhor para meus equipamentos, assim como é no Diablo durante a história. Mas aqui, ao chegar em uma região de gelo, ter resistência ao frio valia mais a pena que qualquer armadura e a ênfase em resistência elemental é muito maior.

Após se acostumar com as diferenças, deu para apreciar a mudança e ver que os itens ficam mais customizáveis e tem que ser pensados não só de uma maneira, mas sim focando em todos os tipos de defesas sempre. Falando em customização….

É bom você gostar de forjar

O maior sistema diferencial do Last Epoch vem na sua forja, onde é possível levar um item comum até um raro com sufixos e prefixos que você coloca alterando quase qualquer status que queira nele.

Também é onde muito do RNG (números gerados aleatoriamente) entra, devido a boa parte do grind late game será feito em torno de conseguir o sufixo/prefixo desejado de algum equipamento, quebrar tal item para recuperar tal status e usar essa runa para melhorar o seu item principal.

Last Epoch é um ARPG completo

Como um todo, Last Epoch entrega um pacote bem completinho para fãs de ARPG. Ele não tem o orçamento do Diablo 4 e suas animações de combate incríveis, nem os anos de desenvolvimento do Path of Exile e seus 1001 sistemas.

Mas o que ele entrega é um pacote que fica bem no meio entre os dois jogos, pegando o melhor de ambos, dando mais opções para o jogador e deixando ele escolher seu melhor estilo de jogo. Seja diretamente na jogabilidade, como até quando interagir com o resto do servidor, já que você pode escolher jogar sem acesso a Casa de Leilão, mas com espólios melhores só para você.

Texto por Alexandre “Skeat” Trevisan