Review – Killer Frequency

Jogos do gênero de terror fazem grande sucesso entre os jogadores, muitos títulos apostam em dar sustos (os famosos jumpscares), outros na ambientação, alguns no gore, etc. Diversos títulos apresentam mais do mesmo, alguns trazem mecânicas inovadores para o gênero. No caso de Killer Frequency, o jogo aposta mais na tensão de se sentir limitado.

Killer Frequency é um jogo desenvolvido pela Team17 Digital de tragicomédia em primeira pessoa que coloca você em 1987 na pele de Forrest Nash, um apresentador de rádio noturno cujos interlocutores estão sendo perseguidos por um misterioso assassino chamado de “O Assobiador”. Resolva quebra-cabeças e salve vidas, enquanto toca músicas retrô para seus ouvintes. Tudo isso comandando uma transmissão de rádio ao vivo.

Um jogo de terror que não assusta

Em Killer Frequency, você tem o objetivo de comandar uma rádio na mesma noite que um assassino em série está a solta pela pequena cidade de Gallows Creek. Após um acidente na delegacia, todas as ligações para 911 são redirecionadas para a rádio e seu objetivo é ajudar as pessoas que entram em contato, além de continuar comandando a rádio normalmente tocando músicas e até mesmo anúncio de patrocinadores.

Com uma mesa de som, alguns discos de vinil e sua produtora na sala ao lado, as pessoas dependem de você para sobreviverem. Após um breve tutorial, o jogo vai direto para a “ação” na qual suas escolhas definem se a pessoa vive ou morre naquela noite. É necessário estar atento há muitos detalhes e principalmente no diálogo.

Você não participa diretamente de nada, somente vozes e barulhos através do telefone junto da sua imaginação, o que torna a experiência um tanto quanto desesperadora ao se ver limitado à somente dicas e resoluções de quebra-cabeças no estúdio.

As primeiras ligações apresentam puzzles consideravelmente fáceis para não frustrar o jogador logo de início, mas com o passar das horas, o perigo se torna cada vez maior e você precisa agir racionalmente e com atenção. Vez ou outra você consegue obter dicas com a produtora, Peggy.

Logo de início o jogo apresenta escolhas de diálogo a todo momento, mas as que parecem realmente fazer diferença são com as dos interlocutores em perigo, caso faça a escolha errada em algum momento – seja um objeto que você mandou pegar ou lugar para se esconder – pode ser fatal.

Alguns puzzles específicos requerem uma atenção maior, portanto, fique de olho nos detalhes.

Sequência de Classe

Apesar de tudo acontecer na rádio, você não fica totalmente parado no mesmo lugar. Alguns puzzles, para resolver e ajudar os ouvintes, necessitam de guias ou manuais que podem ser encontrados em diferentes salas da estação de rádio.

Nesses momentos é quando a tensão sobe um pouco, ao explorar um prédio no qual você sabe que está vazio, porém, há um assassino a solta. O silêncio chega a ser ensurdecedor, mas não se preocupe, Killer Frequency não se apoia em jumpscare para assustar o jogador. Inclusive, não me lembro de ter sequer algum durante toda a jogatina ou pelo menos eu não senti o susto.

O clima retrô e misterioso do jogo é instigante e não aterroriza tanto, afinal, essa não é a proposta do jogo. Em suas explorações, além de encontrar itens necessários para avançar no jogo, você também consegue encontrar discos e outras fitas para aumentar o seu acervo e tocar em certos momentos da rádio.

Em muitos momentos – entre as ligações dos ouvintes – me encontrei curtindo um som de synth no meu toca discos para dar uma acalmada nos ânimos, após salvar mais um ouvinte do temível Assobiador.

Killer Frequency acerta na experiência

Sua função não é somente salvar as vítimas e manter a programação da rádio rolando. Ao longo do enredo você vai obtendo fragmentos que dão indícios de quem pode ser O Assobiador, muitas dicas são dadas através das vítimas que você ajudou a sobreviver, outras por arquivos encontrados pela rádio.

Contudo, a história se desenrola do mesmo jeito, independente se você consegue salvar os interlocutores ou não, o desfecho apenas apresenta pequenas mudanças em sua resolução por parte dos diálogos. A graça mesmo é conseguir deixar todo mundo vivo no final da madrugada… Ou morto, depende do seu humor.

Killer Frequency apresenta localização em suas legendas, mas não na interface. Não que isso seja algo negativo, muitas coisas que você utiliza para ler acompanham um bloco ao lado com o texto escrito, caso tenha dificuldade em identificar no objeto. Porém, mapas ou alguns post-its seguem em inglês em sua interface e caso você esteja tentando descobrir algo se guiando pela legenda, pode haver uma leve confusão.

A imersão do jogo em VR é fantástica, tanto na qualidade gráfica quanto sonora, parece que você está realmente em uma estação de rádio. Só não gostei nos momentos que tive que andar por ela com um clima aterrorizante em busca de algum guia para salvar a vida de alguém.

Por fim, Killer Frequency apresenta uma ótima ideia com uma história muito bem contada através somente de diálogos, é um jogo que até os jogadores de corações fracos para o gênero de terror conseguiriam jogar e aproveitar os puzzles desafiadores. Em diversos momentos me imaginei em um episódio da série A Frequência Kirlian (que recomendo fortemente).

Killer Frequency está disponível para PC (Steam), PlayStation 4 e 5, Xbox, Nintendo Switch, Meta Quest 2.

Killer Frequency: A aplicação da temática retrô em Killer Frequency complementa muito bem com o mistério a ser desvendado, a gameplay é simples do início ao fim, dependendo apenas do seu raciocínio em momentos precisos. Infelizmente o jogo não é tão longo, ele pode ser terminado dentro de oito horas, mas nota-se que é um tempo ótimo e que mantém um bom ritmo. Otto

9
von 10
2023-06-14T20:28:30-0300

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.