Preview – Shattered Heaven (Acesso Antecipado)

Quanto mais jogos são lançados, mais complicado a busca para inovar se torna. É muito interessante ver a maneira como os desenvolvedores pegam a ideia geral de um gênero e apresentam a você algo que parece novo ou pelo menos não é visto há algum tempo.

No caso de Shattered Heaven, desenvolvido pela Leonardo Interactive, é um jogo de construção de deck rogue-lite, mas o que achei mais interessante foram todas as maneiras como ele empunha esse rótulo.

Uma aventura arriscada

Você explora masmorras geradas aleatoriamente junto de eventos e batalhas, enquanto o combate utiliza cartas de uma mão que você compra de um baralho. Conforme você explora a masmorra, mais cartas são adicionadas ao seu baralho e gerenciar isso é a chave para o sucesso.

No que diz respeito às diferenças, logo de início há uma ênfase em explorar novas masmorras e ter sucesso nelas, em vez da típica experiência roguelike baseada em runs e toda morte ser enviado para o início repetidamente até que você finalmente tenha sucesso. Embora eu certamente me sentisse desafiado, parecia que eu teria sucesso em uma determinada masmorra na primeira tentativa.

Você tem um grupo completo, todos com seus próprios estilos de jogo e preferências predefinidos. Você joga com os três e precisa manter seus pontos fortes e fracos em mente ao escolher suas ações e ao construir seu baralho. A protagonista, Andora, por exemplo: a maioria das cartas vem nas cores rubi, safira ou esmeralda, e ela se beneficia ao jogar uma de cada cor. Por causa disso, é importante não inundar totalmente o baralho dela com uma cor.

Saiba usar as suas cartas

Depois de cada luta, você recebe três cartas “neutras” (não específicas de nenhum herói) e precisa escolher quem recebe o quê. Embora as cartas não sejam devidamente “ruins”, cada uma ainda reduz as chances de puxar cartas específicas e alterar o que elas podem ser capazes.

Isso cria algumas situações divertidas de construção de deck, nas quais você realmente precisa considerar quais ações são essenciais para as estratégias de um personagem e o que você deu a ele até agora, porém, mesmo se você não estiver acostumado com jogos de montar baralho, Shattered Heaven não apresenta muita dificuldade para tal.

Cada personagem também possui vários traços passivos e habilidades ativas que você pode desbloquear em uma enorme árvore de habilidades. Após concluir uma masmorra, você receberá novas cartas que poderá trocar para seu baralho permanente. Ambos servem para lhe dar mais controle, especialmente as habilidades. Cada um deles tem custos ou tempos de recargas associados a eles, mas estão sempre com você.

Uma aposta na narrativa

A outra grande diferença é a ênfase na história. Neste mundo, os humanos mataram seus deuses há muito tempo e, desde então, vivem uma existência frágil e fugaz. Há um limite máximo de idade e, das quatro tribos, apenas uma é capaz de trazer uma nova vida ao mundo. Isso é determinado por qualquer vestal que consiga ganhar esse direito na Guerra pela Ascensão realizada a cada dez anos.

Você joga como a vestal de Ashram, Andora, ao lado de seus guardiões, o robusto Magni e o pária Ishana. Enfrente as provações, tenha um desempenho melhor do que seus colegas, corrija erros antigos e salve seu povo. Parece fácil à primeira vista, mas as coisas raramente são tão simples assim.

Sua salvação pode condenar outro e, devido a isso, pequenos conflitos começam a se formar aqui e ali, se houver outro caminho. Em certos momentos, a história faz você realizar escolhas que alteram um pouco a sua percepção daquele mundo e dos outros personagens, mas não senti que era algo que fazia muita diferença na narrativa.

Eu diria que facilmente passei mais tempo conhecendo meus companheiros e rivais do que lutando contra os monstros. Chega a ser notável como cada grupo apresenta diferentes personalidades entre eles, semelhante à histórias de anime.

Por parte da dificuldade e as expectativas do combate, há momentos que morria nas masmorras contra um chefe ou outro, mas sua exploração não chega a ser tão punitiva ou precária quanto em Darkest Dungeon, por exemplo.

Shattered Heaven surpreende com simplicidade e misturas

O enredo se desenvolve bem, mas sinto que a escolha de diálogos constantes, ocorrendo mais vezes que batalhas em si, possa tornar cansativo para certos jogadores. Talvez os que apreciam visual novel possam se interessar mais, devido a essa questão, mas ao mesmo tempo pode incomodar alguns, considerando que o jogo não tem localização em português.

Shattered Heaven, em sua essência, é um RPG de exploração de masmorras que usa cartas e geração aleatória para adicionar tempero e incerteza à aventura e, ao fazer isso, consegue mesclar fatores interessantes dos RPGs clássicos e rogue-like.

Shattered Heaven já está disponível para PC (Steam).

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.