Review – Far Cry 6

Far Cry 6 repete a fórmula conhecida, mas traz melhorias em muitos aspectos

Desde o sucesso de Far Cry 3, a Ubisoft nos traz mundos ricos de histórias, belas faunas e floras e principalmente um vilão tão carismático que dá vontade de apunhalar enquanto o abraça. Muitos jogadores se sentiam fartos da mesma fórmula fomentada pela série, um protagonista qualquer que acaba se tornando parte crucial de toda a guerra que ocorre neste local.

É inegável que a fórmula se repete em Far Cry, mas somente parte dela. Há muitos detalhes notáveis no meio do enredo e principalmente na gameplay de Far Cry 6 que tornam a experiência mais agradável e empolgante.

Uma vez um guerrilheiro, sempre um guerrilheiro

Uma das melhores mudanças em Far Cry 6 é logo na introdução do título. Sempre foi alguém aleatório que se depara com o vilão no primeiro momento e de repente de torna a sua missão acabar com ele (e muitas vezes tinha a pegadinha de ficar tantos minutos parado no lugar e isso liberava um “final secreto” do jogo).

Neste jogo somos apresentados um mundo e à beira do colapso, comandado por Antón Castillo (Giancarlo Esposito). O ditador de Yara pretende resgatar a glória do seu país a qualquer custo, junto com seu filho, Diego, que é tão sanguinário quanto o pai.

Você assume o papel de Dani Rojas, que pode ser jogado como um personagem masculino ou feminino. Um ex-militar, órfão e nativo de Yara, que planeja fugir de todo aquele caos com seus amigos para os Estados Unidos. Após um fatídico encontro cara a cara com o vilão e consequentemente presenciando a morte desses amigos, Dani busca ajuda de uma Guerrilha para fugir dalí, dando início a luta pela liberdade.

Temos um personagem com um passado, conhecimento de guerra, armamentos e afins, além de uma motivação clara para participar de toda aquela guerra e se unir à Guerrilha em sua luta pela liberdade do país.

Review - Far Cry 6

Situações complicadas exigem soluções complicadas

Se você já jogou Far Cry 5 vai se sentir bem familiarizado com a estrutura de missões dessa sequência, porém com um certo detalhe que traz mais carisma no jogo como um todo. Para cada região de Yara, existe um líder específico a se eliminar e assim alcançar Antón; e para isso, você terá aliados específicos de cada uma dessas regiões que irão auxiliar no fim destes subordinados.

Dessa maneira, Far Cry 6 enriquece a história do jogo com seus personagens únicos e sem estereótipos que tanto percebemos na franquia. É possível ter um carinho por alguns ao longo das missões principais realizadas. Vale mencionar que a missão icônica de queimar plantação existe e é muito bem acompanhada da música “Bella Ciao”.

As missões secundárias são variadas, desde caça ao tesouro que exige escaladas e puzzles simples a serem resolvidos, até outras mais trabalhosas, que exigem explorar bastante o mapa do jogo para encontrar objetivos espalhados que não exibem marcações no mapa. No entanto, muitas delas trazem uma história engraçada que vale acompanhar até o final.

Review - Far Cry 6

Um bom guerrilheiro é um guerrilheiro escondido

Far Cry 6 não foge muito do estilo de gameplay que foi feito desde o terceiro jogo da série. Suas armas – primárias e secundárias – equipamentos extras, arremessáveis, o padrão se mantém, mas traz uma diferença extremamente positiva, o de melhorias de personagem; que no caso não existe.

Isso mesmo, não existe e é excelente, nada de caçar vinte crocodilos, tigres e pombos para caber mais munição, dinheiro ou seja o que for e diga adeus a árvore de habilidades, Dani Rojas já está totalmente pronto e equipado desde o início, além de não ser mais necessário escalar antenas para liberar o mapa.

No entanto, as habilidades passivas que eram adquiridas com pontos de experiência nos títulos anteriores agora são acoplados nas peças de roupa – cabeça, torso, perna, pé e mão. Cada peça traz habilidades únicas e pode ser trocado a qualquer momento, caso queira uma abordagem mais furtiva, basta equipar o necessário; quer tacar o terror? Sem problemas.

É possível modificar as armas e adaptá-las para situações, assim como as roupas de Dani, mas nesse caso são necessários alguns materiais, mas não é nada cansativo, pois são recursos abundantes e facilmente encontrados por toda Yara. O “Supremo”, algo que pode ser chamado de “mochila de guerra”, é uma ótima adição para o jogo e também tem diferentes estilos para todos os gostos

Review - Far Cry 6

Review - Far Cry 6

Bem vindo a Yara

Far Cry 6 segue a fórmula, mas inova muito bem com estes pequenos detalhes que se tornaram cansativos ao longo da série. O jogo também vem totalmente localizado em português do Brasil, porém, na parte de localização de textos deixa um pouco a desejar por traduções questionáveis e até mesmo com legendas constantemente fora de sincronia com as falas.

A trilha sonora que acompanha o título é fantástica e enriquece ainda mais o mundo ali criado, principalmente quando você se encontra dirigindo para seu objetivo e Dani começa a cantar a música que está tocando no rádio naquele momento, isso me deixou muito surpreso e com um sorriso no rosto.

Pode ser que Far Cry 6 seja um primeiro pequeno passo para boas mudanças para a franquia da Ubisoft, assim como foi com a série Assassin’s Creed em Origins. O jogo me prendeu do início ao fim e não fiquei exausto em momento algum. Vale mencionar que mesmo após terminar a história principal, o título traz um conteúdo interessante que mantém o jogo “vivo” mesmo depois de ter feito tudo.

Far Cry 6 está disponível para Xbox One e Serie S/X; PS4 e PS5; e PC (Ubisoft Connect).

NOTA: 9/10 vezes que ficava parado com o carro só para ouvir a música

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.