Review – The Messenger

Um jogo que é mais do que aparenta ser

Nos últimos meses, muitos jogos andam bebendo da fonte dos anos 80 e 90 e lançando jogos retrô, utilizando sua arte e mecânica de jogo. Alguns inovam dentro do gênero e surpreendem, outros servem para o simples prazer da nostalgia. The Messenger, desenvolvido pela Sabotage em parceria com a Devolver Digital, consegue realizar um pouco dos dois, com uma história cativante, utilizando mecânicas clássicas, porém inovadas, esse indie single player 2D plataforma retrô consegue realizar a sensação nostálgica e impressionar até o fim.

Em The Messenger, um exército de demônios invade o Leste causando destruição total, um ninja tem o objetivo de carregar o pergaminho até o topo da montanha para salvar o mundo do caos total. O primeiro ato do jogo tem o foco nesse início, com certos questionamentos por causa do “dono da loja”, mas sem perder o interesse pela comédia envolvida. Já no segundo ato é quando a magia acontece. O enredo tem uma bela reviravolta e o jogo começa a ir além do 8bit.

 A jogabilidade de The Messenger é simples, remetendo aos jogos de décadas passadas, ele cumpre o objetivo de nostalgia e inova com sua história e visual. Alguns podem achar o jogo fácil demais por ser retrô e não ter a dificuldade como os jogos da época, mas nada que incomode, uma vez que o foco é a história em si e não o combate. Ao decorrer do jogo é possível obter equipamentos e melhorar habilidades para ajudar o Mensageiro durante sua árdua aventura, assim surgindo desafios e passagens secretas que usufruem de tais mecânicas. As lutas com os chefes, de início podem assustar, mas todos tem padrões fáceis de decorar, deixando a luta mais tranquila, porém divertida.

O produtor e diretor Hideo Yoshizawa, junto do compositor Keiji Yamagishi, ambos de Ninja Gaiden, testaram o jogo. Eles comentam a mudança de gráficos e de música do jogo, e enfrentam um dos chefões. Além disso, a dupla também ressalta as diferenças, falando sobre o tom do jogo, que é cheio de humor, e que foi a própria Nintendo quem pediu para que houvesse uma fase embaixo d’água em Ninja Gaiden. Logo, já sabemos que The Messenger não é pouca coisa.

Sua trilha sonora e gráficos surpreendem e trazem o tom de nostalgia do início ao fim, junto de uma pitada extra do estúdio com relação a quebras de quarta parede e metalinguagem que geram boas risadas durante o gameplay. Belos desenhos de chefes e personagens causam o tom digno de um jogo de 8bit/16bit.

No Nintendo Switch, o jogo é mais agradável se jogado no modo portátil, uma vez que jogar algo de 8bit em uma TV de 40’ chega a ser estranho, mesmo estando na proporção e sem esticar a imagem. É confortável jogá-lo nos joycons por poucos botões a serem utilizados, tudo o que requer do jogador é agilidade e isso não afeta muito.

The Messenger cativa e consegue conquistar mesmo quem não foi da época dos 8bit/16bit por sua simplicidade e história. Um retrô digno de ser jogado e um dos melhores do ano, pela inovação e nostalgia.

The Messenger será lançado em 30 de agosto para Nintendo Switch e PCs, via Steam.

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.