Review – The Last Faith

Ultimamente, tenho me aventurado bastante em jogos do gênero Metroidvania. Apesar de não ser tão bom e me perder na grande maioria das vezes, o combate e a estética são os elementos que mais me atraem a tentar um diferente.

Dessa vez, o escolhido foi The Last Faith. Desenvolvido pela Kumi Souls Games, sua aparência gótica vitoriana, junto de um combate corpo a corpo intenso, esse jogo me deixou um pouco satisfeito pelo que buscava, mas extremamente decepcionado pela sua performance no Nintendo Switch.

Um projeto no Kickstarter

A jornada de The Last Faith se iniciou em uma campanha de grande sucesso no Kickstarter que arrecadou um valor de £210.075 (cerca de R$ 1.1214.65,97 na conversão atual) para seu desenvolvimento, além de outras regalias para os mais de quatro mil apoiadores.

O jogo coloca você na pele de Eryk, um homem que fugiu de sua prisão em busca de vingança contra as divindades que o colocaram lá. Além de enfrentar uma maldição que também assola esse mundo sombrio, ele busca salvar a si e a todos a qualquer custo.

Com o tempo, você irá encontrar NPCs muito peculiares – assim como alguns jogos da famigerada série souls – com diálogos misteriosos e quests secundárias que situam o jogador naquele universo. No entanto, sua estrutura narrativa segue o molde tradicional de Metroidvania, com alguns caminhos disponíveis para avançar e outros bloqueados, sendo necessário adquirir certas habilidades para atravessar.

Ao longo da jornada você pode encontrar itens que foram citados por alguns desses NPCs e obter uma recompensa ao entregá-los. Alguns desses podem até desbloquear locais, chefes secretos e dois dos três finais disponíveis.

Um combate repetitivo

The Last Faith apresenta um arsenal de armas e magias para todos os gostos, além de serem úteis para explorar a fraqueza de alguns chefes e inimigos. Contudo, mesmo assim, o combate deixou um pouco a desejar.

O jogo apresenta uma ótima variação de inimigos por região, com algumas infelizes repetições de chefes (tornando apenas alguns únicos) e até mesmo reutilizando chefes como meros inimigos e vice-versa. Isso é algo que me deixou um tanto decepcionado considerando que algumas coisas que mostraram no trailer do Kickstarter não chegaram nessa versão final. Logo, imagino que algumas criaturas ali apresentadas poderiam ser ótimos oponentes únicos.

Não somente os inimigos se repetem, mas alguns golpes de armas também, além dos combos serem limitados entre três a cinco golpes por arma. Entretanto, elas apresentam habilidades únicas que gastam sua barra de “fervor”, recuperada com o tempo e/ou acertando inimigos. Nesse caso, recomendo usar a arma que for mais confortável ou a que aproveite da fraqueza de chefes.

Algumas lutas contra os chefes são bem intensas e inicialmente desafiadoras, mas após algumas mortes é possível notar os padrões para conseguir se beneficiar e tornar a luta bem mais tranquila, bem semelhante aos jogos do MegaMan X, no qual os inimigos apresentam padrões de três diferentes golpes e movimentação.

Péssima performance no Nintendo Switch

Normalmente, eu dou preferência para jogar os jogos plataforma 2D no Nintendo Switch, o que tem se provado uma ótima escolha, menos com The Last Faith.

Em muitos momentos (mais do que gostaria), eu sentia queda de frame, seja parado em um cenário simples ou em luta com algum chefe – quando algumas se tornavam impossíveis. Assim, a maior dificuldade apresentada pelo jogo foi o seu FPS. Mesmo estando no dock, não fazia a menor diferença.

Fiquei extremamente frustrado com essa performance, considerando que recentemente havia jogado Prince of Persia: The Lost Crown na BGS que foi um dos jogos mais “lisos” que joguei na plataforma. Logo, foi um tanto decepcionante.

The Last Faith é um apanhado de boas ideias

É possível que The Last Faith tenha se inspirado em jogos como Bloodborne e o conceitual de H.P. Lovecraft, o que ocasionou em um belíssimo visual e trilha sonora, tanto em seus cenários, quanto no design de NPCs, inimigos e chefes.

Contudo, mecanicamente pode ser um incômodo para alguns. Apenas de uma exploração bem intuitiva e cheia de paredes falsas, os combos limitados e chefes repetitivos podem aborrecer alguns fãs de souls e RPGs em geral.

A performance no Nintendo Switch é o maior dos problemas, mas não imagino que o mesmo aconteça em outros consoles ou até mesmo em um PC consideravelmente atual. O jogo acompanha legendas e interface localizados em PT-BR, com algumas palavras em inglês avulsas em certos momentos.

The Last Faith está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4|5, Xbox One, Xbox Series X|S, Linux, PC (Steam) e Mac OS.

O jogo também pode ser adquirido através da loja do nosso parceiro, Nuuvem.

The Last Faith: Um metroidvania 2D com uma bela estética gótica vitoriana, apresenta um combate intenso e desafiador, mas repetitivo. Sua performance no Nintendo Switch é péssima, logo, recomendo jogar em outra plataforma. Otto

6
von 10
2023-12-19T17:19:26-0300

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.