Review – Scribblenauts Showdown

Muitas opções só que sem muito conteúdo

Eu me lembro que em 2010, mais ou menos, eu descobri Scribblenauts. Toda a liberdade de resolver pequenos problemas utilizando a imaginação, tornando palavras partes interativas do jogo. Era tão inovador que mergulhei por horas. Eu me cobrava para evitar as soluções simples, testando o limite das insanidades que poderia criar. A franquia evoluiu, ganhou a possibilidade de adicionar adjetivos e ganhou um jogo focado nos personagens da DC Comics. Scribblenauts Showdown chegou aos consoles da atual geração com a proposta de trazer um party game, porém essa mistura não funcionou muito bem.

Jogo de palavras

Ao pensar em um party game de palavras, já me vem a cabeça coisas como o recente That’s you ou algo como Cards Against Humanity. Sei que o último exemplo é algo adulto e não se encaixaria em uma videogame para criança, mas me refiro principalmente à jogabilidade do card game. O modo de party game em Scribblenauts Showdown demonstra um pouco da falta de boas ideias. Ele é uma compilação de minigames onde a mecânica da franquia é utilizada para adicionar apenas um conteúdo estético. Os jogos em si são simples e sem muita competitividade. Mesmo o modo de tabuleiro, como em Mario Party, não leva muito tempo para ser terminado.

Resolvendo problemas

Há um modo single-player em Scribblenauts Showdown que segue a linhas dos jogos anteriores. Porém, também falta polimento neste modo. Nos jogos da franquia que saíram para DS, os objetivos de cada problema apareciam na tela superior, criando uma velocidade de raciocínio para conseguir as starites, recompensas por resolver situações do jogo. Mas no modo sandbox de Showdown é preciso pausar o jogo, ir até o menu de missões e  ver quais são os requisitos da missão. Isto torna a experiência massante.

A enorme variedade de adjetivos, objetos e possibilidades não ajuda muito o jogador. As resolução são óbvias e fechadas em si, não há espaço para a ideias mirabolantes. Um exemplo rápido de uma situação do jogo, eu precisava fazer com que um garoto que carrega malas ser interessante para uma garota. Eu transformei ele em um princípe, coloquei adjetivo para que ele fosse bonito e ainda dei um anel para ele propôr a garota. A solução? Uma rosa. Apenas uma rosa.

Scribblenauts Showdown se apega com muita força ao rótulo de jogo infantil, deixando de lado todos os desafios interessantes que poderia apresentar. No fim, as partidas rápidas acabam por serem rasas e sem muita criatividade que possa ser abordada. Mesmo jogos para o público infantil devem instigar que soltem sua imaginação para resolver os problemas e não simplesmente colocar as opções mais simples como uma resposta.

 

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.