Review – Oxenfree II: Lost Signals

Desenvolvido pela Night School Studio, Oxenfree II: Lost Signals chegou às lojas no dia 12 de julho prometendo um novo capítulo da história de fantasmas criada pelo estúdio. Ciente de que não conseguiria repetir a surpresa que tornou o primeiro game um sucesso, a desenvolvedora manteve o clima do original, ao mesmo tempo em que apostou em uma narrativa mais pessoal e, em certos sentidos, mais adulta.

No game assumimos o papel de Riley, uma jovem que retorna à cidade de Camena após anos de ausência. Ela não está ali para visitar parentes ou amigos, mas sim para fazer um trabalho que envolve instalar equipamentos de transmissão que vão ajudar no estudo do comportamento das aves.

No entanto, não demora muito até que essa noite de trabalho comum ganhe elementos sobrenaturais. Localizado próximo à misteriosa Ilha Edwards, o palco do game também apresenta uma série de fenômenos sobrenaturais que criam loops temporais, encontros com fantasmas e com grupos que querem destruir a realidade como a conhecemos. E cabe a você evitar que isso aconteça.

Oxenfree II: Lost Signals é uma jornada mais pessoal

Ao menos a princípio, Oxenfree II: Lost Signals parece muito uma repetição do original, tanto em estrutura quanto em temas. Seguindo um caminho mais ou menos linear, os jogadores percorrem Camena instalando novas antenas, interagindo em diálogos com múltiplas opções e salvando seus aliados do domínio de “fantasmas” usando o poder das ondas de rádio.

No entanto, o jogo traz como diferença ter sido feito por um estúdio mais maduro tanto do ponto de vista técnico quanto do narrativo. O sistema de diálogos criado pela Night School continua excelente e gera conversas muito realistas, e aqui ele foi aprimorado para não haver mais alguns cortes estranhos que aconteciam no jogo original.

Ao mesmo tempo, a desenvolvedora acertou ao apostar em um grupo mais centrado de protagonistas. Enquanto Riley quase sempre está acompanhada por seu colega de trabalho Jacob e falando com várias pessoas usando um walkie talkie, a trama se concentra principalmente nela — tornando os elementos sobrenaturais somente acessórios para desenvolver uma narrativa bastante humana.

Conforme o jogo se desenvolve, descobrirmos porque a personagem se afastou de Camena, os motivos pelos quais ela voltou para lá e quais podem ser os caminhos que ela vai seguir no futuro. De forma muito inteligente, as respostas que temos às escolhas ajudam a moldar a personalidade da protagonista e seus relacionamentos.

Ao fim do jogo, ela pode ter forjado uma relação de amizade ou puramente profissional com Jacob, salvar algumas vidas ou simplesmente ser alguém egoísta que quer ir para casa o mais cedo possível. Oxenfree II: Lost Signals se adapta bem a todos esses caminhos e oferece finais que são satisfatórios para todos eles — ganhando a vantagem de estimular outras jogatinas para sabermos mais sobre as outras possibilidades que o game oferece.

Vale a pena?

Apresentando uma história mais madura do que a de seu antecessor, Oxenfree II: Lost Signals funciona muito bem tanto como uma sequência quanto como uma experiência à parte. A jornada de Riley trata de temas como depressão, problemas familiares e incertezas com o futuro de forma sensível, dando ao jogador o controle completo sobre suas decisões de uma maneira bastante imersiva.

Caso você goste de boas histórias de fantasmas, e mesmo que elas não sejam suas favoritas, vale a pena conferir o trabalho da Night School. Caso você tenha uma assinatura válida da Netflix, o jogo (e a versão original) podem ser acessados sem nenhum custo adicional no Android e no iOS — oferta que você vai acabar se arrependendo de não aproveitar.

Oxenfree II: Lost Signals já está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch, PC e Android. Jogamos a versão Steam com uma chave fornecida pela publicadora.