Review – One Piece Odyssey

[Review em andamento]

Um bom jogo para o fã cativo de One Piece. E exclusivamente para ele.

O nome do game não é à toa: a jornada é uma verdadeira odisséia. Talvez até dê pra traçar um paralelo do que tem sido toda essa caminhada por One Piece, de Eiichiro Oda, já que tem seus quase 26 anos de duração e é mais velho do que muito marmanjo que hoje é fã da obra.

Apesar da grande espera que se tinha do jogo, ela não é bem uma viagem inesquecível. Ela é um pouco cansativa e repetitiva, mas ainda assim, ela tem Luffy e o bando do Chapéu de Palha com todo seu carisma e boas piadas. Dá pra refrescar a falta de um verdadeiro bom jogo One Piece, pelo menos.

De volta às sagas e a tudo que já viu

A história começa com a tripulação lidando com uma tempestade e caindo em uma ilha misteriosa chamada de Waford, onde o barco Thousand Sunny precisará de sérios reparos. Logo eles conhecem dois novos personagens, Lim e Adio. Lim tem o poder de justamente tirar o poder alheio e transformá-lo em cubos que preservam as memórias das pessoas. Agora, resta ao bando encontrar esses cubos – que foram espalhados, para recuperar suas habilidades esquecidas. Para isso, eles precisam revisitar momentos emblemáticos da jornada das grandes sagas: Alabasta, Water 7, Marineford e Dressrosa.

Voltar para Alabasta, depois de tanto tempo, é realmente nostálgico e dá para matar um pouco das saudades da Vivi e Carue. Entretanto, a narrativa explora pouco desses personagens de apoio e do mundo verdadeiro de Alabasta que nos foi apresentado no anime/mangá. Ace, por exemplo, que poderia ser um membro utilizável na party, tem seus 3 segundos de tela e fica só para o fanservice – o que é uma perda lastimável para a gameplay. Quase nenhum dos personagens relevantes da saga são sequer vistos, como o rei, Nefertari.

O “esquecimento” das habilidades foi uma saída para começar com os personagens sem estarem muito overpower e já cheios de skills. E de que outra forma fariam para que encaixassem isso somado ao roteiro que volta às sagas passadas? Por outro lado, é um tanto quanto frustrante para o fã que não pode sair usando Gear Second logo de cara. Com vários clichês, a trama tem seus altos e baixos.

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Batalhas em turnos sem complexidade

Quando se está acostumado a JRPGs mais refinados, como a série Persona da Atlus, você sente falta de elementos visuais e mecânicas em lutas de bosses mais estratégicas. Acaba que as batalhas em One Piece são mais simples, apesar da fumaça confusa que o modelo de jôkenpo se propõe a ser e acaba no fim só ludibriando complexidade. A penalidade para a troca da party é baixa e os inimigos não necessitam de táticas para serem derrotados, o que deixa a jogabilidade extremamente simplória e fácil.

Os puzzles também não oferecem dificuldade alguma, quase como se só estivessem ali para preencher o tempo de jogo, assim como os cenários com espaços grandiosos são completamente vazios.

As side quests são características bem estilo Dragon Quest. Não são muito atraentes e te fazem andar bastante pra lá e pra cá, ocasionando um belo de um backtrack. Apesar do jogo oferecer elementos de RPG, que são legais para quem gosta, como melhorias em equipamentos, preparar itens para as batalhas e “descansar” para um buff temporário (parecido com o que Final Fantasy XV fez), a diversão fica mais para a cargo dos bons momentos com o bando todo, as piadas e quando você pode juntar alguns personagens para um mega combo (parecido com cenas do anime).

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One Piece de fã para fã

Apesar de ainda se fazer necessário chegar até o fim do game para avaliar, dá para afirmar de que é um jogo feito para os, e quase que exclusivamente, fãs. É um carinho para os fãs que acompanham a jornada há tanto tempo.

One Piece Odyssey é mais emocional, com uma boa intenção, mas com falta de refinamento.

Texto por Caroleaks