Review – Lost In Random

Lost In Random é uma aventura carismática em um universo curioso de seis faces

Dungeons & Dragons (D&D) é um jogo de RPG de mesa mundialmente conhecido, nele existe um universo rico de histórias, personagens e é onde todas as ações se resolvem com um simples rolar de dados,  é perceptível que tudo na vida dos jogadores de D&D são definidos a partir de um resultado de dado. Este é um conceito que Lost In Random traz com seu curioso universo e personagens.

O mais novo título da EA Originals – selo da EA Games que publica jogos criados por estúdios independentes – desenvolvido pela Zoink Games traz um visual e personagens claramente inspirados por obras de Tim Burton, junto de uma narrativa que cativa e uma gameplay interessante, com algumas ressalvas.

UM mundo definido na sorte

O jogo se passa em no mundo de Random, nele existem seis diferentes regiões e após uma grande guerra, estes são governados por uma Rainha com seu dado, o futuro destes reinos e das pessoas que habitam são definidos pelo rolar deste específico dado, inclusive onde a pessoa irá morar. No décimo segundo aniversário de cada um, a Rainha decide o destino dessa pessoa rolando o dado e a partir de qual face cair, ela é levada para a região correspondente e deve morar ali a partir desse momento.

Em Lost In Random você joga com Even, que vive na cidade de Onecroft – a região mais precária de todas – com seus pais e sua irmã mais velha, Odd que está prestes a fazer 12 anos de idade, após rolar o dado ela é enviada para Sixtopia, o reino majestoso da Rainha. Após um ano, Even começa a ter sonhos estranhos com sua irmã e ela parte em busca dela junto de Dicey, um pequeno dado vivo que a auxilia durante suas desventuras.

A história se desenvolve muito bem, você vai conhecendo mais de Even, Dicey, da Rainha e o mundo em sua volta, durante a sua jornada você conhece cada uma das regiões e suas peculiaridades – Two-Town, Threedom, Fourburg e Fivetropolis – uma mais intrigante que a outra. É notável o carinho pela criação de Random, cada região é única e com detalhes minuciosos relacionado a face do dado correspondente, com piadas constantes e muitos trocadilhos.

Review - Lost In Random

DOIS lados de um combate

O combate de Lost In Random é bem simples e inicialmente divertido, assim como o mundo de Random, o combate também depende do rolar de um dado, acompanhado de um baralho de cartas. Limitado a 15 cartas, você monta o baralho com diferentes tipos e custos cada uma, existem cartas de armas, curas, invocações, buffs e debuffs.

Em muito momentos você é impedido de avançar e inimigos aparecem, a partir daí é necessário acumular energia ao acertar os cristais que aparecem neles, com isso as cartas são sacadas do baralho, após acumular o limite de cinco cartas é hora de lançar o Dicey e ver qual número será tirado. A partir desse número, você terá essa quantidade de pontos para gastar nas cartas puxadas e escolher qual melhor favorece no momento.

Como dito acima, inicialmente o combate é divertido por ser diferente de muitos outros jogos de aventura em terceira pessoa, porém, ao chegar no terceiro ato se torna um pouco cansativo devido a pouca variação de cartas e o limite do baralho não aumentar em momento algum. São poucas as cartas de armas e ao avançar mais no jogo algumas se tornam obsoletas por causar pouco dano. Diversas vezes eu me deparei frustrado ao tirar o número 1 no Dicey enquanto eu tinha quatro cartas muito boas na minha mão e não conseguia usar nenhuma.

Alguns dos combates ocorrem em uma espécie de tabuleiro, no qual o objetivo é levar a peça do peão no final da rota enquanto enfrenta diversos inimigos e as casas que a peça anda é equivalente ao número tirado no Dicey também. Infelizmente, existem poucos desses tipos de arenas ao longo do jogo, seria interessante jogar outras variações, pois é um elemento que traz uma boa variação para a gameplay.

Review - Lost In Random

Três, quatro, cinco, seis

Lost In Random é um dos melhores títulos lançados pela EA Originals, o jogo tem um ótimo design, personagens cativantes, um mundo rico único e rico em detalhes e com ótimas piadas e trocadilhos. Uma grande pena não ter legendas em português, o jogo é totalmente em inglês.

Apesar de algumas ressalvas relacionado ao combate, é possível se divertir e usufruir de cartas mais fortes para agilizar o processo contra os inimigos mais fortes. Vale a pena se aventurar em Random para uma história confortável e divertida do início ao fim ao lado de Even e Dicey.

NOTA: 8/10 vezes que tirei um no meio do combate

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.