Review – Gun Jam

Jogos de ritmo ganham seus holofotes de tempo em tempo com títulos que se destacam devido a características inovadoras. Recentemente, muitos jogos vêm se destacando ao aplicar o gênero de ritmo junto de algo bem fora da curva, como o roguelike BPM: Bullets Per Minutes ou Metal Hellsinger, que apresentam uma roupagem rítmica para o gênero FPS. Há também God of Rock, que mescla um jogo de luta no qual os socos são dados no tempo da música, acompanhado de golpes especiais, assim como um título tradicional do gênero.

Dentre esses e muitos outros jogos que têm se destacado, recentemente eu testei Gun Jam, um FPS de arena desenvolvido pela Jaw Drop Games e distribuído pela Raw Fury, esse título que, apesar de simples, apresenta uma ferramenta da qual muitos do gênero carecem, músicas customizadas.

Gun Jam funciona de uma maneira simples e direta, você escolhe uma música dentre as originais do jogo, seleciona a fase que já tem seu personagem e dificuldade vinculado e atire no compasso da canção. Apesar do jogo já ir direto ao ponto, ele não aborda o jogador com nenhum tutorial, o que não é um problema, mas é possível que alguns jogadores não descubram o botão de dash ou até mesmo se questionar sobre como trocar de armas.

Apesar disso, consegui aproveitar bem o que Gun Jam me fornecia. Testando cada música nos quatro estádios diferentes – três arenas e um de avançar por corredores – e três personagens com status e habilidades distintas, eu conseguia aproveitar a música até o fim ou as vezes parar subitamente no meio dela ao morrer. As músicas originais do jogo casam bem com a proposta, mas o melhor estava por vir.

Atire com suas próprias músicas

Felizmente, não é difícil adicionar as músicas customizadas para serem utilizadas no jogo, basta ter o arquivo MP3, jogar na pasta instruída no jogo, aguardar e lá está! Você consegue inserir o BPM (Batidas por Minuto) da música para ter uma melhor experiência, porém, o jogo consegue detectar sozinho e o resultado não é de todo ruim.

Testei diversas músicas, desde Barões da Pisadinha, Ghost, até remixes de funk com músicas conhecidas como Shake it Bololo que você só encontra no YouTube. Fiz questão de gravar alguns vídeos para mostrar tanto o jogo, quanto as músicas escolhidas em ação, você pode ver embaixo o fio no Twitter:

As fases duram enquanto a música estiver tocando, se você não conseguiu derrotar o chefe da fase até lá, tente novamente. Cada fase tem sua peculiaridade estrutural, sejam elas jump pads, quedas, inimigos e chefes, além da própria dificuldade que acompanha e define a quantidade de inimigos naquele mapa.

Os personagens atrelados às fases tem diferença de status como total de corações e funcionamento diferente da habilidade especial, mas as armas são iguais para todos, uma vez que elas fazem parte da batida da música e são trocadas automaticamente de batida em batida ao decorrer da melodia.

Contudo, fiquei um pouco frustrado ao perceber que não haviam outros mapas ou personagens para se escolher. Com uma ideia tão interessante, mas tão limitada fez o jogo ser uma experiência breve. Por mais que utilizasse músicas diferentes, não havia a mesma variedade em fases ou sequer inimigos.

Gun Jam é um breve passatempo

Apesar de bons elogios, tenho algumas ressalvas com Gun Jam. Uma experiência que por mais empolgante que tenha sido no início, especialmente ao testar as músicas customizadas, se tornaram apenas ecos em um constante tiroteio.

Eu queria ter gostado mais do jogo, mas a falta de conteúdo deixou muito a desejar. Um jogo com uma ferramenta dessa deveria ter mais conteúdo disponível antes de estar nas mãos do público, dado que apesar de ser uma grande ideia, ela acabou sendo mal executada.

Tenho esperanças de que algo parecido apareça novamente e que ganhe mais destaque na mídia, muitos jogos que aplicam essa mecânica acabam ganhando apoio de uma comunidade, vide exemplos como: Beat Saber e Clone Hero.

Gun Jam está disponível para PC (Steam).

Gun Jam: Apesar de divertido de início, Gun Jam não mantém a batida constante e acaba perdendo o compasso por falta de conteúdo e pouca diversidade nas escolhas. Otto

6
von 10
2023-05-02T00:43:31-0300

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.