Review – Just Cause 4

É chegado o momento onde a seriedade é perdida

Após todo o sucesso de GTA, alguns games de mundo aberto chegaram com uma intenção de deixar que o jogador aproveitasse melhor a liberdade desse gênero. Nesta leva. Nessa leva, veio a saga Just Cause, que entre outras coisas, permitia uma viagem rápida pelo mapa com cabos e paraquedas. Agora, 12 anos depois, Just Cause 4 chega para mostrar que se ali existia algum pingo de seriedade para que o jogador aproveitasse, ela foi completamente perdida pelas liberdades que o jogo oferece.

Agora em um país chamado Solís, Rico Rodriguez precisa derrubar o exército mercenário conhecido como The Black Hand, que controla a região de maneira ditatorial, como o vilão de outros jogos. O interessante da história aqui, por mais maluca que ela sempre possa parecer, é que os vilões da vez citam como foram responsáveis por todos os outros ditadores que Rico já enfrentou. Mas como eu havia dito, a narrativa de Just Cause 4 é apenas uma colagem de motivos que fazem o jogador ir de um canto para outro e meter uma bala em uns capangas com inteligência artificial fraca.

Just Cause 4 saiu em 2018, mas isso não impede que todos os cenários do jogo sejam muito mal trabalhados. No game anterior, a ilha de Medici era muito mais charmosa, com cidades inspiradas em locais da Espanha e Itália. Ali, a natureza se mesclava muito bem com a paisagens urbanas. Neste novo título da Avalanche Studios, não existe um sentido nos diferentes ambientes. Essa mistura em Just Cause 4 é confusa, ao voar por uma natureza feia, você se depara com cidades mal desenvolvidas tornando a navegação quase impossível sem o mapa.

Ainda falta incentivos para ser criativo em Just Cause 4. Ele oferece ao jogador uma série de equipamentos, como os cabos que juntam coisas e ou até um balão aos moldes de Metal Gear 5. Porém, apesar de todas essas formas mirabolantes de passar pelas missões, ainda é muito mais fácil voar pelos lugar enquanto atira ou joga granadas. A boa coisa deste jogo é que todas as armas possuem modos ou munições especiais, tornando interessante o colecionismo delas para entender todo o potencial de cada uma.

 

Just Cause 4 chega um ano depois de Breath of the Wild e no mesmo ano de Red Dead Redemption 2, o que faz que toda a experiência de mundo aberto ser repensada. Quando colocado ao lado de outros jogos do gênero, mesmo com toda sua dose de despretenção, Just Cause 4 acaba sendo um jogo que fica repetitivo e vazio rapidamente, com uma história pouco intrigante e missões que não incentivam o jogador a explorar todo o potencial colocado nos diferentes equipamentos que Rico Rodriguez tem nas mãos.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.