Review – GRIS

O minimalismo que preenche e torna uma experiência gigante

Geralmente, games são experiências carregadas de informações na tela, textos e objetivos claros do que precisa ser feito. Porém, algumas vezes o minimalismo brinca com o jogador, aproveitando todo o conhecimento prévio dele para que as mecânicas e a história possa ser aproveitada da mesma maneira. Journey utilizou todas essas expectativas para tornar-se um marco dos games. Desta mesma forma, GRIS aproveita de elementos simples de jogos de plataforma para contar uma história poderosa sobre perda e reconquista.

Em GRIS, acompanhamos a história de uma garota que tem sua vida mudada quando a estátua em que ela vivia é quebrada. Agora, ela precisará viajar pelo mundo para restabelecer as cores e encontrar algo que está faltando dentro de si mesma. É um pouco difícil abordar a narrativa de GRIS sem estragar um pouco das surpresas e do significado de todo o jogo.

O jogo possui um visual incrível, com uma arte impecável. Quando o mundo ainda é cinza, logo no começo do game, fica um pouco complicado perceber todo o potencial de beleza.Porém, quando as primeiras pinceladas de cores aparecem, é possível ter uma boa noção de todo o trabalho visual colocado em GRIS. O mundo é pintado em um estilo aquarela, que mesmo em ambientes mais hostis, como a primeira área do jogo, ainda trazem uma calmaria para toda a experiência.

A jogabilidade é bem simples, focando em uma navegação da 2Dpara explorar o cenários. O objetivo é resolver puzzles usando algumas habilidades que são desbloqueadas ao longo do jogo. Como GRIS não oferece muitas explicações sobre o mundo ou como resolver passar pelas diferentes áreas, cada desafio requer uma boa dose de observação atenta dos cenários e elementos que são oferecidos ao jogador. A trilha sonora do jogo combina com o sentimento bucólico de cada paisagem apresentada.

GRIS é uma experiência minimalista, porém, cheia de significados e beleza em toda a narrativa. O Nomadia Studio mostra que jogos não precisam ser carregados de elementos visuais e tutoriais para oferecer uma experiência estonteante e tocante ao final de algumas horas. Mesmo no Nintendo Switch, GRIS ainda consegue mostrar toda a beleza dos visuais enquanto entrega um game de puzzles muito divertido e aconchegante.

 

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.