Review – Flintlock: The Siege of Dawn
Desde que joguei a demo de Flintlock: The Siege of Dawn, ele me provou ser um exemplo perfeito do que um jogo AA pode ser. Uma experiência mais curta focada em contar uma história compacta, com combate bom o suficiente para levá-lo até o final do jogo.
Desenvolvido pela A44 Games, Flintlock não oferece uma história particularmente envolvente e o combate tem seus limites, com uma leve punição ao morrer, mas digo facilmente que a experiência como um todo é bem gratificante.
Uma nova mitologia
A história segue Nor, uma Sapadora que luta contra os mortos que invadem o mundo, e seu novo amigo Enki, um deus. Enquanto Nor odeia os deuses por matarem seu pai, ela relutantemente se junta a Enki para derrubar os deuses que invadiram o mundo dos vivos, procurando impedir a invasão dos mortos de uma vez por todas.
A história segue de maneira linear, com nossos heróis descobrindo que eles têm mais em comum do que pensavam originalmente a cada ato avançado no jogo. Não é particularmente novo ou interessante, mas também fica em segundo plano em relação ao combate. A narrativa brilha é na construção do mundo.
Flintlock: The Siege of Dawn tem um mundo complicado com uma tonelada de mitologia para cobrir, mas ele inteligentemente escolhe distribuí-la lentamente ao longo do tempo. Toda a mitologia desse mundo é mostrada enquanto você joga, dando pequenos pedaços de informação em momentos em que faz sentido. Você aprende lentamente sobre a política do mundo, a importância e o poder da pólvora que é constantemente mencionada, e o estranho relacionamento que os humanos têm com os deuses.
Em uma entrevista para a GameRant, a equipe de desenvolvedores foi atraída pela mitologia mesopotâmica porque sentiu que ela era “sub-representada em um meio que toma emprestado livremente de muitos outros” e que poderia servir como uma “fonte inexplorada de inspiração” para Flintlock.
O resultado é um grupo de deuses que se assemelham a divindades mesopotâmicas existentes em temas e/ou design visual, mas também são personagens totalmente únicos e originais com histórias distintas e encontros únicos com Nor e Enki ao longo do jogo. O que tornou o jogo mais atrativo, fugindo do famigerado medieval, demônios e criaturas do submundo.
Um combate limitado, porém confortável
O combate é o grande destaque do jogo, embora não seja isento de algumas falhas. Ele se inspira muito em jogos Action RPG atuais, apresentando um combate modesto, deliberado e não tem muito espaço para erros.
Nor está inicialmente equipada com um machado de uma mão e uma pistola, além das habilidades de Enki que você usa ativamente e fazem muita diferença nas brigas. É possível desviar e aparar alguns golpes dos inimigos. Não se preocupe, o jogo não requer uma precisão exata, há uma boa janela de tempo entre o golpe e o ato de apará-lo.
Apesar de uma boa quantidade de equipamentos e armas que são encontradas ao longo da história, não há uma grande mudança na execução de combos ou variações de golpes quaisquer. Não é necessariamente um ponto negativo, considerando a obra como um todo, mas vale se atentar que não vai muito além disso.
O sistema de nível traz um diferencial interessante; durante o combate, você ganha almas por derrotar inimigos, mas a pontuação se mantém ali antes que ele seja realmente adicionado ao seu total. Fazer certas ações em combate aumenta seu multiplicador, incentivando você a se aprofundar e encontrar uma boa variação do combate, bem semelhante à um Hack’n Slash. Você pode escolher sacar esses pontos quando quiser, mas se sofrer dano, você perde seu multiplicador, e os pontos são sacados sem ele.
Flintlock: The Siege of Dawn simplifica a fórmula para o seu sucesso
O design de níveis mistura sessões lineares com alguns elementos de mundo aberto. Os três mapas de cada ato do jogo normalmente têm um caminho principal claro, com algumas áreas ramificadas, onde você completa missões secundárias e encontra segredos ocultos. Há muitos deles em cada uma das áreas principais, além de atalhos que você encontra pelo caminho e torna a travessia mais rápida.
Depois de explorar quase toda a primeira seção, ficou claro que as missões secundárias não oferecem muito em termos de história e as recompensas são normalmente novos equipamentos. Como o jogo tem um tempo de execução mais curto, a maioria dos equipamentos é diferente, mas não necessariamente melhor. O que carece de motivação para se empenhar para encontrá-los ou até mesmo usá-los. Ao final do jogo, eu estava com o mesmo equipamento inicial, apenas melhorado.
Entretanto, devo admitir que gastei umas boas horas quebrando a cabeça jogando as partidas de Sebo.
O que me cativou muito foram as lutas contra os chefes principais – menos os “mini-chefes” que se repetem constantemente -, que exigem que você use todas as mecânicas de combate com excelência, embora não sejam muito frustrantes em termos de dificuldade. Será necessário se esforçar um pouco para aparar alguns golpes, caso contrário, a luta pode ser bem mais complicada.
Flintlock: The Siege of Dawn é uma aventura curta de uma busca por vingança, oferecendo uma história banal que não é exagerada. Seu combate tem algumas ideias únicas e se torna-se facilmente divertido quando você segue o loop dele, mas problemas frequentes em confirmar alguns golpes e animações imprecisas na hora de aparar ou desviar causam certas frustrações.
A construção do mundo oferece elementos únicos o suficiente para ser interessante durante toda a jornada e sabe exatamente quando parar antes de se tornar algo maçante. Não é a experiência mais única, mas é divertida e relativamente bem feita, oferecendo uma jogatina rápido para qualquer um que goste do gênero.
O jogo está localizado em PT-BR, legendas e interface
Flintlock: The Siege of Dawn está disponível para Xbox Series, PS5 e PC (Steam).
Flintlock: The Siege of Dawn: Flintlock: The Siege of Dawn é um RPG de ação divertido e bem elaborado, com uma história breve e interessante. Não vai surpreender ninguém, mas esta pequena aventura tem o suficiente para agradar qualquer um que esteja cansado de jogo com mais de 50h – Otto