Review – Fast and Furious: Crossroads

Pegue uma franquia divertidamente ridícula e tire a parte da diversão

Entre roubar DVDs em autoestradas dos Estados Unidos, roubar um cofre no Rio de Janeiro e atravessar prédios com um carro em Dubai, a franquia Velozes e Furiosos já passou por diversas mudanças nos tons de seus filmes. O que antes era para ser sobre cultura de corridas de rua, migrou para o gênero de roubos ambiciosos e agora parece ter encontrado seu lugar como um filme de ação de espionagem em escala global. Mas talvez, nada poderia preparar Dominic Toretto e sua família para um dos piores inimigos que poderiam enfrentar: as garras do licenciamento com Fast and Furious: Crossroads.

Fast and Furious: Crossroads traz a história de duas corredoras novatas, Vienna Cole e Cam Stone, que são forçadas a atuar de maneira anônima para não serem culpados pela morte de um amigo durante uma operação mal sucedida. Quem ajuda as protagonistas a fugir é Letty, personagem clássica dos filmes, que logo conecta a trama da dupla com um roteiro de investigação internacional e a luta contra um inimigo que deseja destruir o mundo com uma máquina do apocalipse.

O que devo dar o braço a torcer é que pelo menos a história do game tem uma sensação de Velozes e Furiosos, escalando de um grupo de ladrões com carros tunados para salvar o mundo com o poder de muitos tanques de Nitro. Com isso dito, é preciso falar do elefante no banco de passageiro: um jogo de carro em que é ruim dirigir. Essa é uma daquelas coisas que não poderia sair errado.

Se Fast and Furious: Crossroads tivesse um comando de veículos melhor, talvez a experiência fosse muito menos maçante, mas não é esse o caso. Os carros são pesados e difíceis de esterçar, o que faz as corridas de serem um festival da batidas não intencionais.

Além disso, para adicionar mais ação, Crossroads coloca o jogador em uma situação multitarefa de dirigir, bater em inimigos e mirar em um objetivo para atirar com alguma arma presa ao carro, além de ter que observar a barra de energia do carro e a necessidade de trocar entre personagens. Isso faz com que muitos momentos sejam apenas um bagunça de jogabilidade separada por cenas da história.

Fast and Furious: Crossroads é uma amarga lembrança de tempos onde filmes precisavam ter um jogo atrelado, criando experiências muitas vezes sem graça e jogos claramente apressados para atender uma agenda de lançamento.

Mesmo com todas as referências a saga de filmes, atores famosos no papel de personagens do jogo e situações tão absurdas que seriam um deleite cômico, Crossroads  não consegue aproveitar em nada esses elementos e limita-se a ser apenas um produto ruim do crossmedia.

Nota: 4/10 um ponto para cada pneu do carro

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.