Review – Clive ‘N’ Wrench

Em diversos jogos é possível notar a inspiração, referências ou até mesmo mecânicas semelhantes que podem remeter a um certo tipo de homenagem às obras de origem. Porém, quando se faz uma homenagem, corre-se o risco de apelar apenas a uma determinada geração, portanto, se você quiser que os recém-chegados também adorem, precisará transcender a nostalgia com certas inovações para cativar um novo público.

Felizmente, Clive ‘N’ Wrench da Numskull Games consegue fazer isso. Com jogabilidade desafiadora, estética inspirada e um senso de humor comicamente questionável, este título traz de volta o básico e (re)cria um frescor a partir da simplicidade.

Os personagens malucos e o humor nos remetem a Gex e Crash, junto do cenário familiar de viagem no tempo que evoca reinos excêntricos: alienígenas no antigo Egito, gângsteres voodu em um pântano, lixo tóxico em Londres vitoriana e muitos outros. Diversos jogos de plataforma do PS1 tinham temas de viagem no tempo: Crash 3: Warped, Bugs Bunny: Lost in Time, Ape Escape.

Essa mistura de locais históricos com maluquices acontecendo em cada uma para criar uma variedade de locais díspares em Clive ‘n’ Wrench leva isso a outro nível e remete bastante aos jogos citados acima. Além disso, sua máquina do tempo é uma engenhoca feita com uma geladeira com freezer dos anos 1950.

As aventuras de Clive e Wrench

Uma coelha chamada Professora Nancy Mericarp, gênio científico e ícone peludo em formação, passou seus anos trabalhando em uma máquina do tempo. Certa manhã, ela acorda e descobre que sua invenção foi roubada pelo malvado Dr. Daucus. Para ajudá-la a acabar com seus planos malignos, seu primo e aprendiz – Clive e Wrench, respectivamente – se unem para viajar no tempo em sua busca.

Assumimos o controle dos dois enquanto exploram os ambientes 3D. Além dos controles habituais – salto, salto duplo, correr – podemos estender nossos saltos girando o Wrench acima de nossa cabeça como um rotor de helicóptero (impossível não dar risada toda vez). Isso nos permite planar em vez de voar, então o tempo dos saltos é essencial. Começa fácil, mas os níveis logo ficam difíceis.

Pule, corra, gire o macaco

Uma sequência de destaque ocorre no estágio egípcio mencionado. Depois de salvar todos os alienígenas no mapa (cada estágio tem criaturas a serem salvas), uma tumba subterrânea é desbloqueada que testará sua precisão e paciência. Diversos desafios se resumem a mover blocos e rodas, interruptores cronometrados, alguns nos quais leva algumas tentativas e podem causar momentos estressantes, mas chegar ao fim resultou no melhor das descargas de endorfina.

Esses desafios melhoram à medida que o jogo avança, por isso recomendamos que você continue se não tiver certeza logo no começo. No início, me senti um pouco incomodado, porque há um pouco de instabilidade; a música e os efeitos sonoros às vezes são cortados e os objetos no ambiente ocasionalmente se afastam, mas são problemas breves e não atrapalha ao progredir no jogo.

Certos quebra-cabeças exigem a resolução de enigmas primeiro, em uma reminiscência de Uncharted. Alguns objetivos têm nomes irônicos que refletem o ambiente – humor que nos lembra os nomes dos objetivos nos jogos de Tony Hawk.

Clive ‘N’ Wrench traz a dose certa

Vale mencionar que joguei a versão de PS4 e ainda pode haver um patch para corrigir isso. De qualquer forma, quanto mais eu jogava, menos esses problemas incomodavam – eles só são realmente perceptíveis quando você não está envolvido, ou seja, o tutorial.

Se você cresceu com Banjo, Crash e Spyro, então Clive ‘N’ Wrench foi feito para você e/ou até mesmo para seu filho. Ele irá lembrá-lo porque você se apaixonou por jogos plataforma e mascotes bonitinhos e engraçados. Mesmo que não tenha, você pode encontrar algo na simplicidade. Dominar os controles, explorar os mundos, lutar contra os chefes, é recompensador e você estará com um sorriso no rosto o tempo todo.