Review – Call of Duty: Modern Warfare III

Desde os seus primeiros lançamentos, os jogos da franquia Call of Duty são publicados pela Activision e desenvolvidos entre os estúdios Infinity Ward e Treyarch com revezamentos a cada ano, exceto em 2022/2023 com Modern Warfare II e Modern Warfare III. Em cada iteração, os jogos abordam diferentes temas em seus cenários de guerras. Sempre trazendo diferentes pontos de vista dos confrontos históricos, especialmente da Segunda Guerra Mundial.

Em 2007, Call of Duty 4: Modern Warfare deu início a uma trilogia que marcou tanto a história da franquia que em 2019 foi lançado o remake do primeiro Modern Warfare (MW) com o intuito de contar uma nova história, mas com os mesmos personagens que cativaram uma geração. Com um enredo muito semelhante, mas ótimas mudanças de roteiro e missões, tanto o primeiro remake, quanto o segundo foram promissores. Até chegar no terceiro.

Um desperdício de vilão

No segundo jogo da trilogia original, é apresentado um dos piores vilões (se não o pior), já criado na franquia, Vladimir Makarov. Porém, na trilogia do remake, ele é introduzido no final do MW2 com a promessa de ser a dor de cabeça dos nossos “heróis” do título a seguir. Infelizmente, a única dor de cabeça foi jogar nos pedaços de mapa do Warzone durante alguns capítulos da campanha.

A história tem um início com um ótimo ritmo e apresentação de Makarov e o conflito em questão emergindo. Porém, o ritmo de jogo dos mapas seguintes, assim como sua história, parece se perder no meio do caminho. Tornando algo que seria o grande clímax do jogo no seu súbito e precoce final.

Em particular, o que mais espero de um novo Call of Duty é sua campanha. Sempre gostei do quão imersivo e inovador o título consegue ser, apresentando uma jogabilidade além do tradicional “corre e atira” do Multiplayer. A grande maioria era divertida e com uma história de ação genérica, mas compenetrante. 

Modern Warfare III conseguiu decepcionar em ambos. Devido a pressa no desenvolvimento, no qual a equipe tinha apenas 18 meses para fazer o jogo, assim como as horas extras forçadas (crunch), o jogo poderia ter sido muito melhor caso fosse lançado no ano seguinte.

Mais do mesmo (literalmente)

Normalmente, o modo campanha apresenta os mapas que seriam utilizados nos modos multiplayer do jogo, nesse caso os cenários apresentados na campanha são pedaços do mapa de Warzone e DMZ. Em certos capítulos, ao invés de seguir uma linearidade no mapa, Modern Warfare III te dá a possibilidade de uma área aberta para seguir com sua própria abordagem em cada objetivo. Jogadores acostumados com o Battle Royale de Call of Duty podem se sentir em casa, porém, se eu quisesse jogar do modo como a campanha foi feita, eu estaria jogando o próprio Warzone e não a história.

Já no modo multiplayer, os mapas também são reciclados do Modern Warfare II (2009), admito que bateu uma certa nostalgia em alguns momentos que joguei o modo Team Deathmatch, Kill Confirmed ou Free for All. Mas devo dizer que gostei mais de jogar o Modo War por funcionar diferente da jogabilidade tradicional do jogo.

A partir de um período, se tornou difícil acompanhar o multiplayer de Call of Duty. É raro eu ter uma boa performance em algum mapa devido à veteranos que: fazem quick scope com Sniper, conhecem melhor o mapa ou são jogadores que só jogam esse título. O balanceamento nunca foi o forte, mesmo depois do crossplay inserido no remake do primeiro Modern Warfare.

O modo zumbi também sofreu mudanças drásticas, para pior. Ao invés de grandes produções, com atores e uma história caricata. Dessa vez o modo funciona da mesma maneira que o DMZ, no qual os jogadores surgem em locais aleatórios do mapa aberto, com o intuito de completar diversos objetivos de missão espalhados, saquear armas e suprimentos valiosos e, em seguida, extrair com segurança nas ZAs, as Zonas de Aterrisagem. Mesma coisa, mas com zumbis na equação.

A proposta, no início, parece ser interessante, mas a longo prazo não se torna tão agradável e você nota que é só mais um modo genérico e que estaria tendo melhor proveito no próprio Warzone e/ou DMZ só pelo fato de ser gratuito.

Call of Duty: Modern Warfare III é decepcionante

É realmente muito difícil defender Modern Warfare III com tanta coisa reciclada e, até então, feita de qualquer jeito só porque precisava entregar. Não culpo os desenvolvedores que sofreram crunch e tanta pressão para lançar o jogo, mas é esperado que a Activision tenha melhores condutas no futuro, especialmente após a aquisição da Microsoft.

Eu tenho esperanças de que eles resolvam lançar uma quarta instância da campanha para encerrar da melhor maneira possível, pois é muito difícil considerar e aceitar que esse foi o final que o estúdio esperava dar aos seus jogadores.

O que mais me deixa incomodado é o fato de que agora tudo está unificado ao Warzone 2.0. Não é possível baixar o Modern Warfare II e III sem todo o conteúdo extra que você provavelmente não irá usufruir, ocupando um grande espaço desnecessário no HD. 

Se esse é o modo que a Activision quer atuar com os jogos da franquia, talvez, seja melhor mudar o formato de lançamento, seja da campanha e do modo multiplayer. Mesmo considerando que todo o meu progresso de armas e acessórios entre Modern Warfare II e III é compartilhado entre eles, duvido que isso possa se aplicar em futuros títulos.

Se você gosta da franquia Call of Duty e estava com vontade de jogar Modern Warfare III, independente do modo, não recomendo, é preferível continuar no Warzone ou até mesmo no multiplayer de MW II (ou algum outro favorito que ainda tenha jogadores online). No mais, é um título que simplesmente não vale a pena.

Modern Warfare III tem localização em PT-BR e está disponível para PlayStation 4|5, Xbox One, Xbox Series X|S, PC (Battle.net e Steam).

Call of Duty: Modern Warfare III: Modern Warfare III é, até o momento, o pior título da franquia. Uma campanha muito mal aproveitada e diversas reciclagens dos modos Multiplayer, é um jogo que decepciona e faz questionar se vale a pena ter um novo todo ano devido a existência do Warzone e DMZ. Otto

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von 10
2023-11-17T11:26:40-0300

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.