Review – Blasphemous 2

Blasphemous 2 melhora muito o que já era bom

Jogos do gênero Metroidvania nunca foram minha preferência, diversas vezes me encontrava frustrado por me perder ou esquecer por onde passei e me encontrar três vezes no mesmo lugar em um curto espaço de tempo. Entretanto, notei que a temática e a mecânica do jogo me ajudava a lidar melhor com tais situações, títulos como Dandara, Metroid Dread e Blasphemous me cativaram bastante e assim consegui chegar a conclusão de suas histórias.

Blasphemous 2, desenvolvido pela Game Kitchen, está dentro desta lista e com muito louvor. O jogo apresenta grandes melhoras na qualidade de vida, mapas mais enxutos, lutas emocionantes com Chefes que não são tão difíceis, tudo compondo uma história tão abstrata quanto do primeiro título.

O Penitente

A história de Blasphemous 2 é uma sequência direta de seu antecessor e ocorre em um período indeterminado após o DLC “Wounds of Eventide”. O Penitente acordou mais uma vez, desta vez, onde deveria ter sido seu lugar de descanso final mais uma missão é dada.

Uma grande catedral sustentada sobre uma metrópole em expansão por três estátuas enormes, com um coração pulsante suspenso no céu acima dela. Dentro deste coração está a criança milagrosa, um suposto símbolo de esperança para unir a população díspar da terra à beira do nascimento. No entanto, O Penitente mais uma vez ergue suas armas para pôr um fim a este nascimento profético.

Dessa vez, ao invés de somente uma espada você tem um acervo de três armas únicas com funções próprias para resolução de puzzles, mas principalmente para o combate. Dependendo da sua preferência, é possível utilizar qualquer uma das três para enfrentar os inimigos e chefes em seu caminho. Porém, você sempre usará as três para certas passagens ou puzzles.

Além disso, há magias que também compõem o acervo do Penitente, algumas mais úteis que as outras, mas você que irá ditar qual a melhor funcionalidade para cada ou revezar entre umas três pela conveniência mesmo. Já as habilidades de mobilidade você encontra ao avançar na história para avançar na mesma.

Uma árdua peregrinação

Como todo título do gênero Metroidvania, a progressão funciona através de certos poderes encontrados em regiões específicas, após a conclusão de objetivos ou ao eliminar um chefe principal, possibilitando assim o avanço para o próximo passo da jornada.

O avanço de Blasphemous 2 segue nos mesmos moldes do título anterior, junto de bons aperfeiçoamentos na parte de exploração e um ótimo design nos mapas de todas as regiões apresentadas. Logo no início você escolhe qual das três armas quer iniciar, essa escolha irá definir os caminhos iniciais e você encontrará as outras duas armas mais a frente e alternar entre elas quando quiser.

Ainda há uma boa porção de pulos e plataformas para cruzar obstáculos, assim como a utilização das armas (como citado acima), para o avanço do mesmo. Foi possível notar que, diferente do título anterior, não tive muitos problemas ao explorar os cenários, algo que muitas vezes achava cansativo em algumas regiões com projéteis de veneno pingando ou água rasa que dificulta minha mobilidade. Há mais inimigos do que “coisas que causam dano” e achei uma escolha interessante, uma vez que os inimigos eliminados só retornam caso descanse em um altar.

Vale mencionar que há uma grande porção de cantos ocultos e até mesmo paredes ilusórias com itens e NPCs importantes a serem encontrados, logo, explore bem.

Não é só a progressão nos cenários que se mostraram mais fáceis, o combate com os inimigos e chefes também, basta encontrar a combinação certa em seu arsenal e utilizá-la da melhor maneira possível.

Um combate brutalmente facilitado

Não que isso seja algo ruim, longe disso. Assim como os mapas mais “amigáveis”, não senti que morria tanto para os chefes de Blasphemous 2 quanto no primeiro. Tive uma impressão de que você chega na luta com os chefes devidamente munido. A mecânica de parry se mantém, mas somente em duas das armas.

Ao explorar, você encontra itens de melhoria para seu personagem como mais cargas de cura e vida total. Além de obter melhorias nas armas que implementam os golpes e/ou adição de efeitos que podem causar danos devastadores. O terço é uma ótima ferramenta para se equipar com resistência de elementos que fazem toda a diferença para sua sobrevivência.

Os chefes apresentam padrões bem fáceis de decorar nas primeiras tentativas, vale sempre testar qual magia e arma encaixam melhor para ele ou só estar equipado com a combinação mais forte que tiver naquele momento. Vale exaltar que as lutas são muito bem estruturadas e únicas.

Os inimigos podem ser mais irritantes que muitos dos chefes, mas o mesmo pode ser aplicado, se equipe com resistência ao dano que ele causa e utilize magias que possam tornar a luta mais a seu favor.

As entrelinhas da sagrada missão

É comum dos jogos atuais do gênero apresentarem personagens icônicos com diálogos nebulosos. Normalmente requerem algo a ser encontrado ou chefe enfrentado para ter mais dessas entrelinhas dentro do mundo de Blasphemous 2.

Alguns desses objetivos secundários são fáceis de identificar, especialmente se ler a descrição dos Itens Chave, entretanto, alguns desses textos podem ser vagos, assim como o diálogo de certos personagens, o que torna passível de erro e você não conseguir concluir todas logo na primeira jogatina. Outra coisa que não é ruim, mas tenho receio de algumas serem tão complexas e serem possíveis de fazer sob consulta de guias, assim como o final do antecessor.

Sinto que deixei algumas passarem por alguma informação que não peguei a tempo ou não entendi e passei sem perceber até ser tarde demais.

Blasphemous 2 mostra evolução e cativa

É possível dizer que Blasphemous se destaca pela sua estética e estilo de arte barroca espanhola, a sequência segue com belíssimas peças de arte em forma de cenários, personagens e inimigos pixelados, acompanhados de uma trilha que toca constantemente, o que torna perceptível o silêncio súbito ao entrar em certos locais.

O jogo está localizado em português do Brasil para todas as plataformas. Eu joguei no Nintendo Switch e devo dizer que senti breves quedas de frames ao jogar na TV e no próprio console. Normalmente ocorria em momentos e lugares com muitos elementos na tela, mas nada que tornasse a experiência incômoda.

Eu imagino que o jogo tenha um final alternativo devido a mesma estrutura de itens “colecionáveis” necessários para o desbloqueio do mesmo que fizeram no primeiro, mas não fui capaz de conseguir.

Blasphemous 2 está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC Steam.

Blasphemous 2: Blasphemous 2 apresenta ótimas melhorias nas questões de combate e qualidade de vida. Sua história épica e de cunho religioso compõe o cenário para essa jornada desafiadora repleta de inimigos e plataformas a serem desbravadas. Otto

9
von 10
2023-08-17T09:00:29-0300

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.