Review – Yakuza 6: The Song of Life

As várias faces de um jogo bem escrito

Após a experiência de ter jogado Yakuza Zero e Kiwami, era hora de avançar mais nesta série. Lançado em 2016 no Japão, Yakuza 6: The Song of Life é o game mais recente da série. Consumir três jogos da franquia da SEGA em tão pouco tempo pode parecer algo cansativo, mas apesar das semelhanças em alguns aspectos, a diferença entre eles é o que brilha. Os detalhes e características na construção de histórias e personagens faz de Yakuza 6: The Song of Life uma obra sem igual.

Entre lágrimas e risadas

Yakuza 6: The Song of Life é um novo capítulo na história de Kazuma Kiryu, também conhecido como “O Dragão de Dojima”. Após os acontecimentos do jogo anterior, Kiryu decide cumprir pena por seus crimes para que as crianças do orfanato que montou não sofram com sua fama. Porém toda a pressão de ser criada por um criminoso cai sobre Haruka, uma das garotas do orfanato que trabalha como Popstar. Após cumprir sua pena, Kiryu se vê compilado a encontrar Haruka, que está desaparecida, e ainda ser arrastado para o meio da guerra entre a Yakuza e a Tríade Chinesa. Mais uma vez fica evidente como o roteiro da série possui algo de especial em sua produção. O equilíbrio de sentimentos, como a lembrança constante da responsabilidade de ser uma figura paterna, anda lado a lado com a comédia do absurdo presente na mídia japonesa. Em Yakuza 6, o Dragão de Dojima precisa vestir de uma vez por todas a figura do pai, em todas as suas facetas, desde o protetor até o que vai elogiar o bom trabalho que foi feito. É impossível deixar o jogo de lado sem derrubar pelo menos uma lágrima, seja na história principal ou em alguma das missões secundárias.

A vida em Kamurocho

Yakuza 6 traz o jogador novamente para as ruas de Kamurocho, distrito de Tóquio. O local é baseado em Kabukicho, parte da capital do Japão onde funcionam bares, clubes e estabelecimentos de diversão adulta. O distrito é cheio de vida, com seus lugares que se tornam familiares ao jogar mais de um game da série. Kamurocho desperta a sensação de uma nostalgia de algo que nunca se viveu, apenas com a sua evolução ao longo dos títulos. A jogabilidade entre os games não é muito diferente, mas The Song of Life conta com mudanças que demonstram sua evolução. O simples fato de não ter loadings para entrar em uma loja ou começar um combate já tornam tudo mais fluído e convidativo para jogadores de primeira viagem.

Obras japonesas tem um apreço muito forte pela importância de um fim. Yakuza 6: The Song of Life é um possível capítulo final para a franquia da SEGA, mas a maneira como isto é construído é sublime. Ao final de muitas horas de jogo, a saga de Kiryu se despede como um personagem querido. É um aceno para um adeus, talvez, que traz algumas lágrimas e um grande sorriso ao rosto. Yakuza 6: The Song of Life é uma experiência que cada jogador deve construir, para que a conclusão tenha o impacto devido.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.