Review – Weird West
Novo jogo da Devolver Digital, já disponível no Game Pass, traz as coisas mais estranhas do Velho Oeste
Me sujeitei a jogar Weird West, mesmo sendo de um tema que eu não curto muito; Velho Oeste, mas em alguns poucos minutos eu já estava viciado e a jogatina, que deveria ser apenas um teste, rapidamente evoluiu para uma sessão de 6 horas seguidas.
Desenvolvido pelo estúdio WolfEye e distribuído pela Devolver, Weird West é um RPG isométrico que se passa num velho oeste de fantasia. Ou seja, criaturas como lobisomens, infestados e aberrações se misturam a bruxas e cowboys.
Cada “tribo” apresenta um determinado comportamento que o jogador poderá aproveitar na hora de enfrentá-los. As sirenas, por exemplo, conhecidas pelo grande apetite por carne humana, podem ser atraídas para um determinado local usando cadáveres. Já a gangue dos Stillwater gostam de dinheiro, sendo possível evitar diversos confrontos desde que tenha moedas suficientes para isso.
Um detalhe que me surpreendeu bastante desde o início é a liberdade que o game proporciona. É possível interagir com praticamente todos os objetos, permitindo diferentes soluções a um problema, indo muito além do “vamos atirar em todo mundo”. Por exemplo: enquanto explorava um templo repleto de cultistas, encontrei um baú bastante chamativo, guardado por criaturas mágicas.
Eu poderia entrar “metendo bala”, mas optei por explodir uma parede, atrair as criaturas e deixar os cultistas lidarem com o confronto. Dessa forma pude coletar todas as armas, dinheiros e outros itens nos corpos dos cultistas e das criaturas e pegar todos os baús, sem me tornar um inimigo de ninguém.
Weird West é mais normal do que parece
Aos adeptos do tiroteio, o jogo traz um sistema de shooting top-down; movimente-se com WASD e clique com o mouse para atirar. Há um sistema de cover e esquiva, permitindo que o jogador assuma posições estratégicas.
Também há diversas habilidades que aprimoram sua experiência com as diferentes armas do jogo (revólver, escopeta, rifle, arco e flecha, explosivos e corpo-a-corpo), que são adquiridas através de coleta de itens especiais.
Minha dica é priorizar as habilidades de rifle, que permite realizar um disparo silencioso excelente para apagar sentinelas ou patrulhas.
Weird West também conta com um sistema de vantagens, adquiridas por coleta de itens especiais, que dão bônus a diferentes aspectos do personagem, como ‘desconto em comerciantes’ ou ‘saltar mais alto’. Essas vantagens, diferente das habilidades que são fixas, ou seja, mesmo que você faça um personagem novo, as vantagens adquiridas em um jogo anterior permanecerão.
Tudo isso permite criar uma verdadeira máquina mortífera, capaz de lidar com diferentes ameaças, de formas variadas. O que faz sentido, já que se movimentar pelo mapa entre uma cidade e outra fará o jogador cair em vários eventos e combates aleatórios.
Ser emboscado por bandidos, atacado por ursos, presenciar um ritual de invocação ou mesmo negociar com comerciantes são alguns exemplos do que pode acontecer.
Além disso, é possível montar um bando com até dois outros personagens, que podem ser mercenários ou mesmo NPCs da história. Eles terão sua própria barra de vida, equipamentos e podem até morrer, se você não tiver cuidado.
Portanto, isso me leva ao meu grande e único problema com o jogo (desconsiderando bugs que serão eventualmente corrigidos); a IA desse jogo é horrível. São personagens que se posicionam na frente dos inimigos, ficam nos combates quando eu só quero fugir, ou que não conseguem passar por uma porta, bugando e ficando dentro do modelo 3D.
Não ter uma forma clara de comandar esses aliados torna o jogo 30% mais difícil, pois, além de tomar decisões estratégicas em tempo real, você precisa cuidar de quem deveria cuidar de você.
Um visual atípico muito bem aplicado
Aos interessados pelo aspecto mais artístico, Weird West conta com um estilo que me lembra muito Borderlands, com aquele celshading característico e traços levemente cartunescos, criando uma identidade única para o game. Sua trilha sonora é excelente e ajuda a criar essa ambientação clássica, porém misteriosa e de ação.
Em geral, minha experiência com Weird West foi excelente; um RPG tático sólido, repleto de ação e liberdade para que o jogador escolha a melhor forma de solucionar problemas ou interagir com o ambiente. A possibilidade de ser um matador furtivo, por exemplo, fez com que minhas lutas fossem demoradas, porém quando executadas perfeitamente, faria inveja até no Sam Fisher.
Weird West já está disponível para compra no PC através da Epic Games, Steam ou como eu recomendo muito mais: no GamePass. O game também conta com versões para consoles de mesa, já estando disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S.
NOTA: 8/10 vezes que torci pro meu parceiro não fazer besteira