Review – Tacoma
Tacoma impressiona mas fica longe de surpreender
Gone Home teve um sucesso de crítica impressionante em seu lançamento em 2012. Foi um game que saiu sem muito barulho e não demorou para chamar atenção dos jogadores e da imprensa, ele era arrepiante, usava da linguagem de vídeo games como ninguém tinha usado e conseguiu criar uma narrativa simples que ainda sim era de encher os olhos.
Não é a toa que Tacoma, o segundo game da empresa que criou Gone Home tinha uma expectativa maior. Sua desenvolvedora, Fulbright, conseguiu erguer o gênero “Walking Simulator” para um novo patamar que fez muitos desenvolvedores criarem e acrescentarem à indústria. Foi nessa onda que What Remains of Edith Fitnch, Virginia e The Magic Circle surgiram. Todos com uma base parecida, porém explorando facetas e possibilidades diferentes. Entretanto, após quase três anos de espera após o anúncio, Tacoma foi lançado no dia 2 de agosto.
Em Tacoma, o jogador controla Amy Ferries, uma astronauta que acaba de chegar em uma estação espacial abandonada para coletar dados dos seus antigos moradores e da Inteligência Artificial -que até o momento- se mantém lá. É nessa coleta de dados que o jogador aos poucos conhece mais dos personagens. Usando de tecnologias futurísticas, Amy consegue visualizar o “avatar” de cada um dos antigos moradores além de poder avançar, parar e voltar as cenas. É como se fosse uma fita cassete holográfica em que o espectador pode escolher quem e quando seguir. Além disso, de em certos momentos o jogador tem a possibilidade de analisar mais a fundo, ver mensagens de personagens, o que eles estavam lendo naquele momento e etc.
Em Tacoma, para se aprofundar é preciso ouvir as conversas dos últimos momentos daquelas pessoa na estação. Uma possibilidade vindo de sua mecânica poderosa que não é bem implantada, dando impressão de ter sido feita como um barreira para a história. Em momento algum a exploração é incentivada. Basta voltar, rebobinar e achar quem tem dados a serem coletados. Um detalhe que não estraga a experiência graças ao roteiro extremamente bem escrito, mas no fim deixa um certo gosto amargo, como se tudo aquilo não tivesse utilidade.
Ainda que tenha um bom roteiro, não sobra muito para ser elogiado. Diferente de boa parte dos outros jogos que chamaram atenção após Gone Home, Tacoma se sustenta pura e simplesmente por diálogos como em Firewatch e mesmo com bons personagens que não serão citados para evitar spoilers, sua narrativa principal que dura em média duas horas se torna frustrante. Óbvio, ainda é um bom jogo, mas não vai além -mesmo que se esforce para impressionar. É como se a Fulbright tivesse ignorado tudo o que foi lançado após o seu primeiro jogo e estivessem trazendo uma evolução muito pequena comparada ao que tivemos. Dando uma sensação de que é apenas uma continuação de seu trabalho, sem nenhum avanço.
Tacoma está disponível para PC e Xbox One
Está review foi feita por uma cópia do GOG cedida pela empresa.
Texto por Silvio Diaz