Review – River City Girls

A homenagem ao clássico dos beat’em ups mostra como o gênero faz falta nos games

O beat’em up talvez seja o gênero que mais gere nostalgia nos games para mim. Basta as primeiras notas da música da fase inicial de Streets of Rage tocarem para me fazer ter uma viagem ao meu passado com jogos. Lembrar das muitas  horas (e fichas) gastas com Cadillac & Dinossaurs ou com Teenage Mutant Ninja Turtles: Turtles in Time. Ao descobrir River City Girls, tive a esperança de que pudesse recuperar um pouco do carinho que esse gênero me trouxe no passado. E eu não poderia estar mais certo.

A história de River City Girls traz Kyoko e Misako, duas garotas colegiais que precisarão encher de porrada uma galera para resgatar seus namorados que foram sequestrados. Para quem curte beat’em ups, é bom notar que moços em perigo em questão são Riki e Kunio, protagonistas da versão japonesa de River City Ransom. A narrativa mistura clichês de animes de luta com doses enormes de humor. A relação que Misako e Kyoko tem com o mundo gera ótimas situações e até mesmo questionamentos como “percebeu que todo mundo na nossa cidade já está pronto para brigar?”

River City Girls é uma carta de amor ao gênero de games no qual você anda na rua e dá porrada em malandro(sem distinção de gênero), em todos os sentidos. As mecânicas não são nada surpreendes, sendo bem padrões para esse tipo de jogo. Ao avançar e conseguir mais dinheiro, é possível comprar novos golpes que tornam as lutas ainda mais rápidas de serem vencidas.

Em certos momentos, o combate pode ficar um pouco confuso, principalmente quando se está jogando no modo cooperativo. Para se ter uma ideia: Para reviver uma personagem caída, você precisa pisar no corpo dela até que o espírito volte para o corpo. O problema é que o comando de pisar, em combinação com os direcionais, fazem outro golpes ao invés do que é preciso para reviver seu amigo. Isso atrapalha bastante quando há muitos inimigos na tela.

A pixel art de River City Girls é charmosa e cheia de estilo. As animações são muito expressivas, com efeitos engraçadinhos para todos as interações que acontecem. Além disso, o jogo usa músicas eletrônicas que simulam chiptune em paralelo com composições cantadas que deixam o clima das batalhas mais aquecido e se encaixam muito bem com cada fase do jogo.

River City Girls cuida bem muito bem da nostalgia dos beat’em ups e mostra como o gênero poderia ter muito mais atenção. Aos fãs de títulos como Double Dragon, será possível ver o retorno de um personagem clássico que ficou famoso pela série. Nota 9/10 dabs usados como ataque.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.