Review – Resident Evil 3 (2020)

Foco na ação faz nova versão esquecer terror e o desafio dos inimigos

A principal crítica que assolou Resident Evil a partir do quarto título da série foi que o terror tinha perdido espaço, deixando apenas a ação como elemento central. Com a chegada de Resident Evil 7 e o remake do 2, os fãs voltaram a se animar com os rumos que a franquia parecia estar se direcionando. Porém, em time que está ganhando se mexe sim, e a Capcom parece não ter seguido muito o que fez com que os jogos mais recentes fizessem tanto sucesso.

Resident Evil 3 traz novamente a história de Jill Valentine, sobrevivendo aos horrores que se instalaram em Racoon City. Nesta versão, Jill retorna para a cidade para uma investigação, após ter sobrevivido a outros eventos causados pela Umbrella Corporation. Além dos mortos-vivos, a garota devera luta contra uma nova arma biológica, Nemesis, uma criatura imparável e com acesso a um arsenal invejável a disposição. Mesmo que alguns pontos dessa história sejam bem conhecidos, essa nova versão cria novas cenas, como todo um trecho em que é possível jogar com Carlos. As batalhas contra o Nemesis tornaram-se sequências dignas de um filme de ação e quando digo isso, incluo também todos os maiores clichês que vêm acompanhados desse adjetivo.

A jogabilidade transforma novamente os zumbis em inimigos completamente dispensáveis. Quando eles estão juntos, Resident Evil 3 faz questão de entregar saídas fáceis para acabar logo com esses grupos, seja um barril explosivo ou baterias que paralisam todos eles. Mesmo no modo difícil, a munição é abundante e fazem com que o jogador não precise economizar. Os inimigos também agora dão sinais claros de que morreram, tirando toda a tensão que havia sido estabelecido com o remake de Resident Evil 2. O Nemesis é algo a parte. O vilão que amendrotou geração de jogadores agora torna-se uma grande esponja de balas. Chega a ser engraçado quantos momentos ele conseguiria matar a Jill nas cutscenes, deixando os encontros com ele apenas uma sequência de “corre, atira e ataca com algo explosivo na hora certa”.

A experiência single-player de Resdient Evil 3 é bastante desanimadora. A franquia que vinha em uma ótima sequência tropeça em uma continuação focada em ação genérica, com momentos que tentam emular o que os jogos buscavam oferecer na geração passada, com cenas que seguem um script e desafio pouco empolgantes. A história do jogo, porém, não é a única forma que os jogadores poderão aproveitar Resident Evil 3.

Sobrevivendo em equipe

Uma grande novidade oferecida pela Capcom junto do novo título foi Resident Evil Resistance,  um modo cooperativo de até quatro jogadores contra um Mastermind. Nele, os sobreviventes com habilidades distintas devem enfrentar três salas com diferentes puzzles, enfrentando zumbis, Tyrants e armadilhas colocadas por outro jogador no papel de um dos Masterminds disponíveis. Juntos, eles precisam sobreviver e avançar o mais rápido possível antes que o tempo acabe e enfrentar todos os perigos à frente.

Com esse modo multiplayer é interessante ver que a empresa pensa em vertentes online para sua franquia e seu universo, porém Resident Evil Resistance mostra ser um projeto iniciante, com mecânicas truncadas e opções limitadas com seus objetivos e variantes. Possível que possa ter um certo investimento maior para com o jogo em incluir fases, personagens e afins, porém seja um “teste” no geral ao ser vendido junto de um título grande que é Resident Evil 3.

É um jogo que requer comunicação, logo, jogar com amigos é bem mais divertido e gratificante do que com desconhecidos online, tendo que contar com a colaboração de todos da equipe para vencer do Mastermind. Após algumas horas o jogo se torna cansativo e repetitivo por ter séries de objetivos iguais e poucas fases.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.