Review – Paradise Killer

Um jogo de detetive e investigação no melhor estilo psicodélico e Vapor Wave

Jogos de investigação normalmente pendem para o gênero point and click, outros para uma aventura em primeira pessoa, já Paradise Killer, desenvolvido pela Kaizen Game Works, inova em sua proposta. É um jogo com uma espécie de point and click, mas é de mundo aberto. Os cenários não são estáticos, personagens em qualquer esquina para interagir junto da psicodelia de um vapor wave, anos 80 retrô.

Temos um Sherlock Holmes aqui

Um crime foi cometido na Ilha Paradise. Os membros do conselho – elite governante – foram assassinados no momento em que a 24ª iteração da ilha estava para ser destruída – e com ela, todo o populacho vivendo ali.

No jogo, você assume o papel da investigadora Lady Love Dies, reclusa desde a Sequência 13 da ilha porque foi enganada pelo deus Damned Harmony. Com o assassinato, o Judge toma duas decisões, retirar Lady Love Dies do exílio e institui The Architect como governante provisória até que a investigação seja concluída e a Sequência 25 da ilha, a esperada sequência perfeita, seja instituída.

A partir de um breve tutorial e do briefing pelo Judge, o jogador fica livre para explorar a ilha e conversar com as testemunhas iniciais, na ordem que quiser e como quiser. Com alguns personagens possível de se encontrar no caminho e obter mais conhecimento do mundo a sua volta.

Paradise Killer | Aplicações de download da Nintendo Switch | Jogos |  Nintendo

Levemente suave

As mecânicas do jogo são bem simples, o jogador caminha pelo cenário e interage com objetos e pessoas a sua frente. Os objetos passíveis de interação no cenário são visualmente destacados e as pessoas/seres com os quais você interage são 2D. Como se fossem placas de papelão colorido em meio ao cenário.

Os menus de interação apresentam várias opções. Além de interrogar a pessoa, você tem a opção de passar um tempinho com ela. Isso melhora o relacionamento e abre possibilidades de obter mais elementos de investigação. Essa mecânica é comum em JRPGs e não é estranha a quem joga RPGs ocidentais.

E não se esqueça de salvar seu progresso em telefones públicos espalhados pela ilha. Esses telefones também servem como ponto de viagem rápida, caso você precise voltar para retomar a investigação.

GameSpot on Flipboard: Murder Mystery Game Paradise Killer Announces  September Release, Switch Version, Launch Discount

Fique atento para não perder nenhum detalhe

Paradise Killer traz um mundo aberto vazio, cansativo para se deslocar entre um suspeito e outro, além de não convidar à exploração, sem nada para fazer que não seja a investigação ou ajudar alguma alma penada (com mais investigação).

A história é bem confusa de inicio, para conseguir manter a sanidade e juntar os pontos da história parte do mistério fica fácil de entender também. Um problema é, apesar de bem psicodélico e com um ar descontraído, Paradise Killer parece se levar a sério até demais, ofuscando todas as cores e personagens atípicos que são apresentados para algo preto no branco.

A temática de jogo de investigação e a estética anos 80 despertaram. Saber que o culpado pode variar conforme a investigação é conduzida, de um jeito ou de outro aumenta o fator replay, o que torna bem interessante.

A trilha sonora é um golpe em cheio que complementa de maneira magistral toda a estética de Paradise Killer. Com sintetizadores e, semelhante ao gênero Vapor Wave, que mescla muito bem com o visual 80 retrô do jogo, a vontade de ouvir as músicas mesmo quando não está jogando é enorme para amantes do gênero.

Open world slether Paradise Killer is out now | Rock Paper Shotgun

Bonito, atraente e confuso

Paradise Killer é um jogo de investigação parecido com as investigações do mundo real, em que nem sempre o verdadeiro culpado é de fato descoberto e as provas e testemunhas tem que ser observadas a finco. O jogo tenta ser filosófico e profundo, apostando no relativismo ontológico o que as vezes acaba sendo apenas pretensioso e cansativo.

Muito que chama atenção são os visuais dos cenários e personagens, assim como sua trilha sonora. Amantes de um bom mistério podem muito bem se interessar e querer apanhar de uma vez por todas o criminoso nesse mundo paradisíaco e psicodélico.

NOTA: 7/10 vezes que quase esqueci de salvar antes de desligar

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.