Review – Paper Mario: Origami King

Com um roteiro que consegue juntar o humor e emoção, Nintendo demonstra como apenas ela pode reinventar seu mascote

Há mais de trinta anos, os jogos do Mario são, em grande parte, sobre a mesma coisa. Princesas, castelos, Bowser e desafios para salvar a donzela em perigo. Mesmo que esse mascote tão conhecido tenha feito bicos inúmeros além do encanador, como jogador de futebol, campeão olímpico e até mesmo doutor sem diploma.  Porém, com os RPGs e a série Paper Mario, a Nintendo consegue abordar mais do universo que permeia esse personagem, trazendo novas nuances e brincadeiras que enriquecem essa narrativa. Em Paper Mario: Origami King, grandes doses de humor e até mesmo momentos tocantes fazem lembrar porque amamos tanto o reino dos cogumelos e suas figuras.

Em Paper Mario: Origami King, Mario e Luigi chegam em um festival para descobrir que Peach ficou estranhamente sombria, desejando dobrar tudo e todos. Logo descobrimos que o Rei Olly, soberano do reino de origamis, invadiu este mundo e rouba o castelo para cumprir essa vontade. Agora, Mario e Olivia, irmã de Olly, precisam viajar por diferentes lugares e destruir as fitas que estão prendendo a fortaleza do reino dos cogumelos no alto de uma montanha.

Apesar da plot parecer bem clichê como outras narrativas da franquia, Paper Mario: Origami King se propõe a brincar com toda a situação o tempo todo, tornando o ato de explorar esse mundo é a experiência mais divertida do jogo. Ao ficar fuçando os cenários, você encontrará Toads e Shy Guys em situações de perigo, amassados ou transformados em outras coisas, cabendo ao Mario a deixá-los em seu formato normal. Ao fazer isso, eles sempre farão algum comentário sobre as situações que estavam metidos, que incentivam a querer completar os possíveis segredo do game. Neste caminho, será necessário lutar contra inimigos em um sistema de puzzle e combate de RPG, que talvez acabe sendo a parte menos interessante de Origami King.

Durante as lutas, Mario é colocado em uma arena circular, com os inimigos posicionados em anéis que podem ser movimentados para alinhá-los e criar combos que garantem mais dano. Apesar desse puzzle parecer interessante a primeira vista, a quantidade de encontros aleatórios acabam por ficar cansativos rapidamente, deixando o ritmo de jogo em algumas partes um tanto quanto cansativo. Exemplo disso é a segunda área principal da história. Essa montanha se enriquece de tons mais avermelhados e uma trilha sonora que remete elementos de instrumentos clássicos japoneses, mas a travessia é bem penosa. Muitos trechos ficam escondidos com grama alta, sendo quase impossível de escapar dos inimigos por ali. Em pouco tempo, o ritmo de jogabilidade do game torna-se algo como: explore, corra para longe para fugir dos combates aleatórios, explore mais um pouco, enfrente os inimigos obrigatórios. Falando em lutas que não podem ser evitadas, o combate torna-se mais interessante apenas nos chefes. Aqui a mecânica fica um pouco diferente, exigindo que o jogador crie um caminho ideal para que Mario acerte os pontos fracos desses oponentes.

Combates em Paper Mario: Origami King

Paper Mario: Origami King mostra que a Nintendo consegue injetar uma dose de carinho e qualidade em suas franquias. Mesmo com momentos um tanto maçantes, a história do game é encantadora, fazendo com que os pontos fracos não atrapalhem em nada essa experiência. Nota 9/10 vezes que tive sentimentos por um inimigo de Super Mario.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.