Review – One Piece: World Seeker

O mundo aberto aproveita pouco de tudo que a obra pode oferecer, porém, traz um jogo muito divertido

Toda vez que uma dos animes da Shonnen Jump é adaptado para os games, o gênero escolhido quase sempre é luta. Na obra original, os combates são emocionantes e grandiosos, mas algumas histórias não são só sobre isso. One Piece é uma delas, a narrativa do bando do chapéu de palha é muito mais sobre as aventuras e terras desconhecidas que passam do que sobre os vilões que enfrentam. One Piece: World Seeker parece entender bem disso, mesmo que evite utilizar elementos do mundo construído por Eichiro Oda.

One Piece: World Seeker traz Luffy do chapéu de palha pronto para ser executado em uma prisão voadora, porém, a tripulação estão prontos para resgatá-lo. O que Luffy não espera é que o diretor da prisão é poderoso demais para ele acaba fugindo para a ilha que fica logo abaixo, enquanto é perseguido por este membro da marinha. A premissa para esta aventura é muito semelhante que os fãs podem ver nos filmes de One Piece, o que torna já de começo muito interessante. Mesmo que, assim como os longa metragens, tudo tratado aqui não se encaixe narrativa oficial, ainda podemos ver personagens conhecidos como os membros da família Vinsmoke e os grandes almirantes da Marinha.

As habilidades de Luffy, somadas a criatividade sem limites de Eichiro Oda, fazem com que a travessia do mundo aberto de One Piece: World Seeker seja simples e divertida. Assim como tivemos em Spider-man do PS4, aqui, em uma escala menos ambiciosa, todo potencial do protagonista conversa muito bem com o ambiente à sua volta. O combate é pouco inspirado, mais por parte dos inimigos do que por Luffy. Durante as lutas, mesmo contra chefes, não há um planejamento, todos os oponentes são basicamente esponjas de porrada que eventualmente reagem. Desviar é bem fácil, o que torna os confrontos bem simples.

Porém, o grande problema de One Piece: World Seeker está na falta de polimento de diversos fatores que podem tornar a jogabilidade um pouco maçante. A começar com a maldição que Destiny trouxe aos videogames, segurar o botão para interagir com o objetos. Aqui, a barra de interação é lenta e diversas vezes esse tempo é recompensado com o texto de “não há nada para interagir aqui”. No quesito visual, assim como visto em Jump Force, Luffy não fica bem em 3D. Não adiante, os olhos mais simples do personagem trazem novamente a sensação de que ele vai comer seus sonhos enquanto dorme. Ainda bem que os NPCs não seguem em nada essa estética. Os personagens criados para o jogo seguem muito bem aqueles que vemos no mangá, não destoando de maneira estranha do todo.

One Piece: World Seeker mostra que jogos de anime precisam sair mais do gênero de luta e se, com o perdão da piada, aventurarem mais em outros estilos. Tirando o polimento técnico, o jogo poderia ter abraçado mais o mundo de One Piece para trazer os jogadores para mais perto do mangá que acompanham semanalmente. Nota: 8/10 outfits compostos por chapéu de palha e havainas do Luffy.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.