Review – Necropolis

O game das masmorras diabólicas e fofas

Flertando com a jogabilidade e o nível de dificuldade de Dark Souls, Necropolis é o mais recente roguelike da Harebrained Schemes LLC. Com um estilo visual único e dungeons geradas aleatoriamente, por meio de um esquema procedural, o game atrai jogadores que não só procuram por desafios, mas que também procuram por um game com uma direção de arte diferenciada.

Em Necropolis, o sistema de criação de personagem é bastante simples, o que pode vir a decepcionar alguns jogadores que esperavam um sistema mais elaborado, como na própria série Souls. É possível escolher apenas duas opções para o seu personagem: sexo e a cor do armor set. Nesse sentido, o game decepciona um pouco ao deixar ausente algumas escolhas que poderiam ser muito interessantes como classes e até armas ou itens iniciais.

Você é uma espécie de aventureiro que veio de um lugar qualquer  que está no topo de uma antiga pirâmide e tem um simples objetivo: descer o máximo possível e descobrir o que há lá embaixo. A partir disso, você deverá descer cada vez mais por um elevador e enfrentar diversas dungeons. As primeiras dungeons são basicamente salões enormes com um visual pouco diferenciado, que possuem  hordas de inimigos muitas vezes desnecessárias e várias armadilhas. As vezes existem baús e alguns NPC’s escondidos, o que motiva o jogador a explorar, mesmo que na maioria das vezes haja pouco a ser explorado.

Para cada nível finalizado existe uma espécie de safe room, que, nesse caso, é um enorme salão, semelhante à Firelink Shrine em Dark Souls. Nesse lugar é possível realizar algumas ações importantes como comprar poções e comidas por meio de um NPC e uma espécie de buff que aumenta a vitalidade do seu personagem e reduz o dano recebido.

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Além disso, existe a possibilidade de comprar alguns Códex, livros que concedem habilidades passivas ao jogador de uma maneira bastante misteriosa, uma vez que a linha que descreve cada códice é na verdade uma pista para o que ele realmente concede ao jogador. Existem diversos Códex disponíveis, mas infelizmente você somente pode equipar um por vez, além disso, eles só podem ser adquiridos com moedas especiais.

O sistema de craft também é importante no game e funciona de uma forma bastante simples. Após matar um inimigo, você ganha uma quantia de pontos e ainda tem a chance de coletar alguns fragmentos que serão úteis para criar itens de cura, como as comidas e as poções dos mais variados efeitos. A princípio parece que nem tanto, mas criar itens será uma das tarefas mais necessárias ao longo das dungeons, uma vez que as únicas coisas que caem dos inimigos são armas e escudos e, eventualmente, alguma comida.

No geral as mecânicas de combate são boas, embora algumas vezes o combate possa ser um pouco repetitivo e cansativo, o que também pode decepcionar alguns jogadores. Inimigos isolados não dão praticamente nenhum trabalho, mas as hordas de inimigos podem ser desafiadoras, principalmente se você estiver jogando sozinho. Como em Dark Souls, cada arma também tem uma espécie de ataque forte, sendo possível causar uma espécie de dano em área. No entanto, é um pouco decepcionante que as armas, escudos e sets do jogo não estejam disponíveis para compra, apenas disponíveis ao derrotar inimigos e de alguns baús.

Um dos pontos fortes de Necropolis é o poder de seu visual poligonal e de algumas mecânicas que tornam o jogo divertido, principalmente no cooperativo. Em cada dungeon ainda existem missões geradas aleatoriamente que você precisa realizar para conseguir moedas especiais. As missões geralmente são bem simples, como, por exemplo, matar uma quantidade de inimigos de um mesmo tipo, ficar invisível, deixar uma quantidade de marcas no chão e por aí vai. No entanto, essas missões contribuem para deixar o game mais dinâmico e divertido.

Outro fator que contribui para a diversão no game são os mais variados tipos de armor sets existentes, sendo que praticamente todos eles têm um design incrível, dá vontade de manter todos no inventário (é uma pena que isso não seja possível).

Como em qualquer roguelike e na própria vida, em Necropolis, as coisas não são tão fáceis. Caso você morra, você perde tudo e começa do zero. A única ajuda que o jogo te dá para reiniciar são algumas moedas especiais, calculadas com base no progresso do jogador até o momento de sua morte.

Por fim, o veredicto: Se você espera algo muito elaborado e aos pés da série Souls, talvez esse não seja um jogo para você. Necropolis é um jogo com um design único, mas que deixa a desejar com a simplicidade de algumas mecânicas. O bom humor presente nos textos do game contribui para tornar o jogo divertido, mas não menos enjoativo em alguns momentos. O ponto alto do game é com certeza o modo cooperativo, que pode tornar a experiência do jogo muito mais agradável e dinâmica para a maioria dos jogadores.

Necropolis está disponível para PC na Steam e deverá receber versões para PlayStation 4 e Xbox One até setembro, de acordo com a desenvolvedora.

Letícia Motta

Huge nerd. Apaixonada por eSports, JRPG's e ficção científica. Passa as horas vagas nos videogames e PC.