Review – Mirror’s Edge Catalyst

Faith está de volta com mais pulos, escaladas, chutes e um pouco de “mais do mesmo”

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Após 8 anos a nossa querida Faith retornou em Mirror’s Edge Catalyst, um jogo que muitos questionam a sua relação com o primeiro em quesito história. O jogo é basicamente um reboot pois a história do primeiro jogo não se relaciona momento algum ou sequer existe menção, e também temos uma Faith mais jovem e diferente do primeiro Mirror’s Edge. Independente da história pudemos aproveitar muitos pulos, acrobacias e chutes nos guardinhas na grande cidade de Glass.

A história de Mirror’s Edge Catalyst se passa em um futuro próximo onde o Conglomerado é uma organização que controla não somente as corporações existentes mas também a população que reside na cidade de Glass, ou seja, um tipo de história praticamente se baseado na obra de George Orwell, “1984”, clichê? Sim, mas muitos filmes e jogos SciFi tem um enredo parecido com esse.

Enfim, o Conglomerado controla todos a ponto de, se uma pessoa não consegue arranjar um emprego ela é detida e fica por um tempo na prisão, e é nesse lugar que começa a história de Faith em Mirror’s Edge Catalyst, saindo dessa prisão por ser uma Runner, ou seja, uma pessoa que é considerada uma rebelde, foge do sistema do Conglomerado, não é marcado por ele, sai correndo por telhados com seu parkour e luta contra esta organização para tirar todo este controle da cidade de Glass. No meio dessa briga temos também um grupo chamado Novembro Sombrio, esse aí já tem uma galera mais hardcore que sai matando os membros do Conglomerado, mas infelizmente causa mortes de civis no meio dos conflitos.

Muito mais da história de Mirror’s Edge Catalyst pode ser lida no quadrinho lançado chamado de Mirror’s Edge Exordium, que conta momentos que antecedem o jogo, ambientando mais o jogador.

Mirror’s Edge Catalyst, diferente de seu antecessor, agora é “mundo aberto”, mas também não é. O jogo ele trouxe uma certa liberdade para o jogador escolher o caminho que quiser para chegar em seu objetivo correndo pelos telhados e arranha-céus de toda Glass, mas não é toda rota que irá te levar para o local desejado. Muitas vezes durante o jogo eu me deparava com caminhos repetidos mesmo para chegar em missões diferentes, eu não conseguia ir de ponto A para ponto B do jeito que eu bem quisesse, se eu estivesse no ponto A e o B estava no prédio ao lado, mas com uma distância impossível de pular ou sem meios de atravessar, eu tinha que dar toda a volta na cidade para chegar lá. Isso é realmente cansativo, não existe a liberdade de locomoção, mesmo com os equipamentos adquiridos ao decorrer do jogo como ganchos e pulsos eletromagnéticos.

Felizmente existe o famoso fast travel em Mirror’s Edge Catalyst, assim não é preciso percorrer o mapa todo para chegar na missão que é do outro lado do mapa. Infelizmente não é todo canto que você pode dar fast travel, são somente nas safe houses e se você hackeou um monitor no local, só assim estará disponível para se teleportar e facilitar a sua vida. O hacking no jogo não é nada demais, é apenas um modo de espalhar seu símbolo, que é criado e modificado através do site oficial de Mirror’s Edge Catalyst, para amigos e outros jogadores verem na cidade.

No geral, os movimentos da Faith não diferem muito do primeiro Mirror’s Edge, ela ganha velocidade através do Impulso mantido pelo jogador, ou seja, mantendo-se sempre em movimento, dando cambalhota nos finais dos pulos, pulando e escalando paredes em tempos  certos, sempre mantendo o pique, assim tudo fica mais fluido, tendo uma mecânica muito diferente de vários FPS, onde é necessário apertar os botões em momentos precisos para escalar, pular e dar rasteira e assim manter sua velocidade, um mero deslize e Faith perde todo seu Impulso.

O combate em Mirror’s Edge Catalyst está um pouco diferente, não é mais possível pegar as armas dos inimigos, o jogo lhe dá apenas a opção de chutar e dar socos, mas não de uma maneira tão simples, o Impulso também se encaixa no fator combate como Foco, se quiser apenas fugir, mantenha a velocidade e os inimigos não irão atingir Faith, mas caso queira sair na porrada com os inimigos lembre-se de variar seus golpes, se repetir muito eles começam a defender e contra-atacar. Com combinações de golpes leves e fortes é possível eliminar facilmente os inimigos, sempre variando as combinações, ajuda também se pular de lugares altos ou até mesmo andar na parede e chegar dando um chute no guarda para causar mais dano.

Tanto o Combate, Movimentação e Equipamentos podem ser melhorados através dos pontos adquiridos ao completar as missões, melhorando suas acrobacias, golpes e facilitando a movimentação por toda Glass.

Além das missões da história principal, Mirror’s Edge Catalyst tem muitas missões secundárias e vários colecionáveis espalhados pela cidade inteira. Missões que por muitas vezes são a mesma coisa, correr de ponto A para ponto B antes que o tempo acabe. Bom, não esperava algo tão diferente de um jogo que é de corrida/parkour. Colecionáveis que são simplesmente encontrar painéis e remover o chip do Conglomerado e tirando seu monitoramento daquele sistema em particular, tudo é recompensado com pontos de XP para poder melhorar suas habilidades.

Mirror’s Edge Catalyst tentou incluir uma experiência online que acho que funcionou apenas para entusiastas do jogo. Muitas das missões secundárias feitas tem um placar onde mostra o tempo de outras pessoas, inclusive amigos, nessa corrida. Fazendo assim com que elas indiretamente disputem entre si para ver quem consegue executar aquela corrida em menos tempo, sendo possível você mesmo escolher a rota que preferir. É possível com que os jogadores criem suas próprias corridas nas regiões para outros jogadores executarem e disputarem entre si.

Pois é, Mirror’s Edge Catalyst chegou e os fãs gostaram, não acho que seja um jogo para qualquer um pelo simples fato de não ser um FPS genérico, Mirror’s Edge trouxe um estilo totalmente diferente para os jogos de primeira pessoa. Se gosta de parkour mas tem preguiça de sair por ai correndo e subindo nas coisas, aproveite em Mirror’s Edge Catalyst, é uma boa pedida, apesar de, em momentos, ser cansativo (trocadilho não proposital).

Mirror’s Edge Catalyst já está disponível para PC na Origin, PS4 e Xbox One.

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.