Review – Gungrave G.O.R.E

Gungrave G.O.R.E tenta ser estiloso, mas só atinge a mediocridade

Gungrave G.O.R.E é um dos games mais fisicamente exaustivos que eu já joguei. Desenvolvido pela Iggymob, ele é uma sequência de um antigo jogo para o PlayStation 2 que eu cheguei a conferir na época do lançamento, mas do qual não me lembro muito. O único elemento do passado que ainda vive na minha memória é o fato de que o título antigo tinha um protagonista lento e que carregava um caixão nas costas, elemento que se mantém em G.O.R.E.

O título conta a história de uma cidade dominada por um grupo criminoso, que usa o poder de uma droga viciante para controlar a população local. Como parte de um grupo rival, você tem que destruir os quatro chefões da máfia responsável pela situação. E você vai fazer isso da maneira mais indiscreta possível: metendo bala em tudo o que surge pelo caminho até chegar em seu objetivo.

E é justamente aí que mora o fator exaustivo de Gungrave G.O.R.E. Enquanto a ideia de um jogo de ação em que atacar incessantemente é legal no papel, a maneira como os desenvolvedores executaram isso é longe do ideal. Em questão de poucos segundos, o game ensina que o botão de tiro é seu principal aliado na aventura, e você deve apertá-lo o máximo possível — e é aí que reside o problema.

Ao contrário de outros games do gênero, não basta que você aperte e segure o botão de tiro. Toda vez que você vai atacar, um novo pressionamento é necessário. E o jogo exige que você faça isso uma vez por segundo, se quiser permanecer vivo. O resultado é uma experiência com fases curtas, mas exaustivas — ao fim delas, o dedo responsável por atirar está cansado, e você está preocupado se não quebrou o R2/RL de seu controle.

Gungrave G.O.R.E é um game preso no passado

Por via das dúvidas, testei a versão do PC, e o uso de mouse e teclado diminui um pouco o problema. No entanto, embora menos cansativo de jogar, o título continuou não me trazendo muita animação. Isso porque, na tentativa de ser estiloso, ele se torna cansativo rapidamente e traz algumas “pegadinhas” dignas dos piores jogos de arcade da história.

Gungrave G.O.R.E

Nas primeiras fases, é até divertido sair andando em linha reta, atirando em horas de inimigos e fazendo uma ou outra execução para manter a barra de escudo cheia. No entanto, não demora muito para você perceber que o game não oferece muito além disso e algumas batalhas contra chefes que não são tão legais assim.

Para piorar as coisas, nas fases mais avançadas há alguns desafios de plataforma bastante punitivos — vá para fora da área determinada pelo jogo e você tem uma morte instantânea. Nem mesmo os upgrades disponíveis, que aumentam a capacidade de matança do protagonista, conseguem salvar a experiência ou torná-la mais divertida.

Gungrave G.O.R.E

Enquanto vi muitas pessoas comparando Gungrave G.O.R.E com jogos da era PlayStation 2, sinto que faz isso é algo injusto. Isso porque, já na época do antigo console, havia jogos de ação mais divertidos disponíveis e com decisões de design menos duvidosas — o primeiro Gungrave, aparentemente, tinha um sistema de tiro automático acionado simplesmente segurando um botão.

Não posso recomendar Gungrave G.O.R.E

Apesar de eu gostar dos visuais do jogo e achar que tem algo interessante em sua trama — que, aparentemente, exige ver algumas séries de anime para ser compreendida totalmente —, sinto dizer que não consigo recomendá-lo no momento. O que podia ser um jogo de ação intenso no melhor estilo Devil May Cry se mostra uma experiência cansativa, tanto do ponto de vista do gameplay quanto do físico.

Gungrave G.O.R.E

Caso você tenha uma assinatura do Game Pass, até vale a pena fazer o download no PC ou Xbox para conferir se o que eu digo é ou não verdade. No entanto, não recomendo que ninguém pague pelo jogo para “fazer o teste”, especialmente dado o fato de ele custar quase R$ 300 em todas as plataformas.

Gungrave G.O.R.E é um game em que falta polimento e mais variedade para suas missões e gameplay, bem como noções básicas de acessibilidade. Ele também sofre com stutters constantes no PC (e teima em desligar o Ray Tracing a cada nova fase) e com um design de fases pouco intuitivo e excessivamente punitivo. Havia aqui potencial para um jogo realmente legal, mas infelizmente ele foi desperdiçado.

Gungrave G.O.R.E está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC. Jogamos o game no PlayStation 5 com um código cedido pela Plaion.

Gungrave G.O.R.E: Apesar de eu gostar dos visuais do jogo e achar que tem algo interessante em sua trama — que, aparentemente, exige ver algumas séries de anime para ser compreendida totalmente —, sinto dizer que não consigo recomendá-lo no momento. Felipe Gugelmin

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2022-11-25T13:16:56-0300