Review – God Eater 2: Rage Burst

Um mapeamento de controle faz toda a diferença

Existe uma sensação tão boa quando algo que você gosta é melhorada. Mesmo que seja simples, um upgrade funcional é capaz de tirar um sorriso de alguém. God Eater 2: Rage Burst é um exemplo disso, de como algo com potencial melhora algumas falhas e entrega horas incríveis caçando Aragamis.

God Eater 2: Rage Burst se passa 3 anos após os acontecimentos de God Eater Ressurection, onde uma nova onda de Aragamis surge após a ‘Red Rain’. O jogador assume o papel de um membro iniciante do esquadrão ‘Blood’, afiliada da Fenrir, instituição que luta contra essas criaturas que ameaçam a humanidade. Rage Burst retorna a mecânica de criação de personagem de seu antecessor, que para os fãs de anime é de encher os olhos. Existe uma gama de features que podem ser adicionados na criação do protagonista, tornando quase impossível acabar jogando com um herói de anime genérico. Claro, para os mais puristas (ou sem muita imaginação) ainda há como criar o personagem misterioso de cabelos brancos e olhos vermelhos.

Quanto a jogabilidade, God Eater 2: Rage Burst evolui o que era bom em God Eater Ressurection. A sensação de carregar uma espada monstruosa que se transforma em uma arma de fogo, igualmente gigante, ainda é sem igual. Outros Action RPG’s colocariam uma série de empecilhos por usar algo tão grande como arma, mas o jogo te dá a sensação de anime em todo momento, há velocidade ao empunhar as God Arcs. Um dos defeitos que tornavam Ressurection o jogo um tanto problemático era seu porte do PSP para o PS4, isso fazia com que os controles fossem ruins em alguns momentos. Em Rage Burst há um pensamento completamente novo para o controle, tornando os combates muito mais ágeis. Outro detalhe que torna a série God Eater divertida é a capacidade de conseguir itens de craft, em outros títulos do gênero é necessário passar horas afinco para que o monstro, que leva horas para matar, deixar o item necessário como loot. Esse não é o caso em God Eater, onde os God Arcs tornam essa caça muito mais rápida.

A câmera ainda é uma grande complicação, mas também recebeu uma boa melhoria. Ao menos agora, a mira continua travada e acompanhando os movimentos dos Aragamis. Em alguns momentos, porém, o cenário atrapalha um pouco e acaba entrando na visão. Talvez isso seja um problema que os actions RPG’s em geral tenham que resolver. Aproveitando que os cenários foram citados, esse é um problema que deve ser citado. Muitos dos lugares onde o jogo se passa são versões reaproveitadas do primeiro jogo. Falta um pouco de desenvolvimento nesses ambientes, criando uma interação orgânica dos inimigos com os cenários. Seria interessante chegar a lugares onde é necessário localizar um Aragami, ao invés de apenas cair em um cenário e sair descendo a lâmina em qualquer coisa que se move.

God Eater 2: Rage Burst é como a atualização de um software que torna a experiência do usuário mais prazerosa. É um jogo bom para jogadores que não dispõem de muito tempo, sendo possível jogar um ou duas missões por dia. Os fãs de animes talvez se decepcionem um pouco, afinal o jogo não possibilita colocar a dublagem dos personagens em japonês. A série God Eater merece a atenção dos fãs de actions RPG’s.

God Eater 2: Rage Burst está disponível para PC e PS4.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.