Review – Exoprimal

Pense em Capcom e dinossauros, dependendo da sua idade você pensa em Dino Crisis, já jogadores mais novos talvez pensem em Monster Hunter, mas assim como no seu inesperado vídeo de anúncio na State of Play de Março de 2022, Exoprimal lançou fazendo literalmente chover dinossauros na cabeça dos jogadores neste “hero shooter” multijogador futurista com elementos JxJxA (Jogador contra Jogador contra Ambiente)

Se tratando de uma franquia original e um gênero não explorado pela Capcom, o lançamento parece tímido e é facilmente deixado de lado em um ano que tivemos grandes lançamentos da própria desenvolvedora como Resident Evil 4 Remake e Street Fighter 6, mas conta com conceitos que parecem ter saído de uma coleção filmes de ficção científica como viagem no tempo, dinossauros, exoesqueletos e IA.

Uma história genérica

No ano de 2040, portais interdimensionais de viagem temporal conhecidos como Vortex começaram a aparecer na Terra e dinossauros começaram a cair por toda parte, levando à destruição global. A humanidade conta com os “Exofighters”, soldados equipados com exoesqueletos e o apoio da IA conhecida como Leviathan, ambos construídos pela Corporação Albius para enfrentar e prever onde o próximo Vortex irá surgir.

Após passar uma customização de personagem fraca e genérica, nosso silencioso personagem é colocado a prova para fazer parte de um dos esquadrões de Exofighters, que conta a personagem Majesty, que muitos acharam que teria alguma ligação com Regina, protagonista da série Dino Crisis. Durante um voo de rotina, sua equipe é puxada para dentro de um dos Vortex e acabam no meio de um conflito armado em uma ilha chamada Bikitoa, lá descobrem que a inteligência artificial Leviathan se rebelou e está criando uma série de “wargames” e experimentos para testar as habilidades dos soldados e desenvolver o Exotraje perfeito.

Sinto que a história em geral funciona apenas como um “placeholder”, só para dizer que há uma. Nesse quesito, pode se dizer que segue os moldes de Monster Hunter, onde não há uma história que interessa, todo mundo só quer saber de cacetar monstro gigante, o mesmo se aplica aqui, você só quer dar tiros em dinossauros e é nisso que Exoprimal se destaca.

Seja mais perigoso que um meteoro

A arma mais perigosa para os dinossauros (e também outros jogadores) é você e o exotraje que melhor atendê-lo em devidos momentos do jogo. Atualmente, existem 10 Exotrajes diferentes em Exoprimal (com mais conjuntos para entrar no jogo em breve) e cada um pertence a uma classe diferente: Dano, Tank ou Suporte.

Cada Exotraje possui um potencial incrível e pode mudar o jogo nas mãos certas. Basta encontrar o que se encaixa melhor com seu estilo de jogo e você pode se divertir por horas afinco. É sempre bom dar uma variada de acordo com a composição da equipe se quiser garantir ser mais rápido que a equipe adversária.

Com o total de cinco jogadores na equipe, todos desbravam mapas delimitados enquanto enfrentam hordas e mais hordas de dinossauros em seu caminho, ao mesmo tempo, uma outra equipe está fazendo o mesmo, logo após é possível ter a última missão PvE ou PvP a partir do modo que você escolheu no menu. Acredite você vai fazer muitas vezes a mesma missão.

Apesar de adorar o funcionamento e a mecânica dos trajes em Exoprimal, me encontrei diversas vezes entediado ao repetir diversas vezes as mesmas missões e não sentir um avanço consistente na história ou sequer uma evolução nas fases/dinossauros. Me sentia em um constante Deja Vú.

Após algumas horas de jogo, me deparei com missões mais desafiadoras e até mesmo missões especiais nas quais os dez jogadores se uniam contra um objetivo em comum, devo dizer que essas foram as partes mais divertidas.

Exoprimal pecou pela ganância

Jogos online como serviço é um mercado com jogos consolidados e difícil de algum novo título chamar atenção e se manter, isso se aplica à tentativa da Capcom com Exoprimal. Apesar do jogo estar Game Pass, tornando-o acessível para um grande público, o título custa R$ 249,00 em outras plataformas e acompanha microtransações com skins, emotes e até mesmo um passe de temporada.

Sinto que tal estratégia tenha sido um leve tiro no pé ou uma tentativa controlada para analisar futuros planos da empresa com jogos desse gênero. Pelo menos a gameplay é de extrema qualidade e diversão, principalmente se aproveitada com amigos.

Exoprimal também encontrou problemas na questão de dublagem. Mantendo o jogo todo em inglês, somente o Leviathan dublado em português, contudo, é uma voz de IA e não necessariamente a de um dublador profissional. Contudo, a localização dos textos seguem de ótima qualidade dentre os jogos da Capcom.

É possível considerar Exoprimal o lançamento mais fraco dos últimos anos da Capcom se levar em conta os títulos mais recentes da empresa, entretanto, diverte para os interessados em uma jogatina descompromissada.

Exoprimal já está disponível para PlayStation 5|4, Xbox One, Xbox Series X|S, Xbox Game Pass e PC (Steam).