Preview – THE FINALS (Closed Beta)

Jogos online como serviço é um mercado com jogos consolidados e difícil de algum novo título chamar atenção e se manter em meio a títulos como Destiny, Fortnite, Overwatch, Hunt: Showdown, entre outros.

Normalmente gratuitos, esses jogos de serviço são um modelo de negócios que permite a monetização do game a longo prazo. Isso é feito a partir de atualizações frequentes, assinaturas ou outras formas de compra dentro do jogo.

A Embark Studios resolve entrar nesse meio com THE FINALS, um FPS com a proposta de um “game show” entre equipes de três jogadores dentro de uma arena virtual totalmente destrutível (3v3v3). Tive a oportunidade de testar o Closed Beta do jogo e diversos fatores me atiçaram, mas ao mesmo tempo senti que não é um tipo de jogo que me agrada tanto.

Não é mais um Battle Royale

Da mesma forma que muitos jogos multiplayer causam estranheza de início, THE FINALS não foge muito nesse conceito. Com uma breve explicação em vídeo, você só vai entender direito o funcionamento de tudo, após algumas partidas.

THE FINALS apresenta quatro modos com o mesmo objetivo (com variações dele entre esses modos), coletar caixas de dinheiro equivalente à $10.000, esperar um tempo até extraí-las e ser a equipe com mais dinheiro até o tempo acabar. Eliminar inimigos também contam na pontuação total.

Há três classes disponíveis resumidas em Leve, Médio e Pesado. Cada um com status – vida e velocidade – e armamentos próprios, podendo variar entre si com algumas habilidades e dispositivos como granada de espuma, C4, granada de flash e afins.

Sinto que parte da escolha vai de gosto entre tank, suporte ou dano e um pouco de estratégia dentro que compõe a equipe, não vale a pena todos levarem granada Incendiária e ninguém com C4 para abrir buracos em paredes ou destruir uma estrutura por completo.

Um FPS frenético e destruidor

A jogabilidade de THE FINALS é “pesada” de início. Diferente de outros FPS nos quais os bonecos são ágeis e você tem uma sensação confortável de velocidade, nesse você se sente pesado, com uma movimentação um pouco arrastada. Entretanto, após algumas partidas comecei a me acostumar e na hora do tiroteio nem se nota.

Apesar de problemas com a movimentação, não senti dificuldades com os armamentos ou utensílios. As armas atiram bem e não foi complicado acostumar com o modo como as granadas são lançadas ou funcionamento das habilidades.

Os combates entre equipes não se prolongam muito, a não ser que tenha alguém esguio no time que consiga ressuscitar os membros através das pequenas estátuas deixadas no local de morte. A partir dessa estátua, você consegue carregá-la para um local seguro e então reviver o amigo, sem a necessidade de item. Essa mecânica se mostrou excelente para situações que me encontrava sendo o único vivo

Ainda é possível reviver depois de alguns segundos – que parecem uma eternidade – mas a possibilidade do amiguinho reviver é sempre uma opção mais viável. Caso todos os membros morram, o mesmo contador vale para todos voltarem ao mesmo tempo.

Outra mecânica que me chamou atenção foi a destrutibilidade dos cenários, bem semelhante a Battlefield. A C4 se mostrava mais eficiente para tal, assim eu conseguia criar buracos na parece, ter acesso ao andar debaixo explodindo o chão, apliquei pouco do meu conhecimento de Rainbow Six: Siege ali e foi satisfatório.

Em diversos momentos, ao entregar a caixa no ponto de extração (que normalmente se encontram dentro de casas e apartamentos), você precisa aguardar e ficar de guarda até a conclusão para receber a recompensa. Caso contrário, alguém pode roubar e ficar com os espólios, mesmo que no último segundo.

Nessas situações, muitos oponentes bombardeavam o local para deixar tanto a caixa quanto a nossa equipe exposta, dessa maneira, o caos se instaurava por alguns minutos até a conclusão da extração para alguma das equipes. Escombros se tornam oportunidade de cobertura, o uso da granada de espuma para criar paredes ou bloquear passagens se mostrou útil em muitos momentos.

THE FINALS é promissor, mas graficamente pesado

Mesmo com mecânicas atraentes THE FINALS é uma aposta arriscada para esse mercado saturado de jogos de serviço, especialmente pelo fato do jogo ser muito pesado no quesito gráfico. Utilizando uma 3060 Ti e um AMD Ryzen 5 3600X, optei por jogar com tudo no Low para ter melhor performance e melhor resposta no combate e ainda assim sentia breves quedas de frames.

Outro agravante foi o fato de não ter servidores na América do Sul/Brasil, durante o Closed Beta eu joguei somente em servidor americano e muitas vezes que escalava algum muro ou janela sentia um rollback. Ainda acho que poderia ter sido pior, o tempo de reposta dos tiros eram um tanto quanto rápidos, mas servidor sul-americano é sempre mais agradável.

Embora esse quesito de acessibilidade não favoreça muitos dos jogadores por aí, THE FINALS já está localizado em português.

THE FINALS é um título interessante e digno de curiosidade, mas como dito antes, pode ter problemas em se consolidar no mercado, especialmente se o jogo fizer sucesso e o estúdio não estiver preparado para tal. Suas partidas são rápidas e mesmo no Closed Beta não demorava tanto para encontrar uma nova, se você já tem histórico de jogos de FPS, não vai ter dificuldades em se acostumar com esse.

THE FINALS não tem data de lançamento, mas já está confirmado para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC (Steam).

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.