Review – Children of Morta

Um roguelite casual e bem mais caloroso

A 11 bit é um estúdio que tem feito grande sucesso nos últimos anos com excelentes jogos e temáticas do mesmo como Frostpunk, Moonlighter e This War of Mine. Em Children of Morta o paradigma continua. Neste RPG de ação roguelite e coop local, a história se passa em uma terra distante, porém muitas coisas abordadas podem ser semelhantes ao nosso tempo e vida, uma história sobre família, amor, perda e diversas outras emoções.

Dentro disso, o jogador se aventura em dungeons geradas aleatoriamente com um membro da família Bergson, linhagem protetora daquelas terras, com o objetivo de libertar os guardiões e acabar com o mal e a escuridão que corrompe as terras da Montanha Morta.

Muitos podem descartar esse jogo só por ser roguelite, porém, Children of Morta traz um abraço caloroso deste gênero tão sádico. Antes de explorar uma dungeon, o jogador escolhe dentre um dos membros da família, cada um com habilidades, armas e estilos distintos de combate. Após isso, é necessário enfrentar diversos perigos e criaturas, sempre moldado diferente cada vez que explorado.

Caso o jogador morra, o personagem é enviado de volta para um local seguro, nenhum item ou XP é perdido por conta disso. Junto, ocorre uma cutscene, mostrando um pouco da história do jogo e mais dos membros da família Bergson.

Concluindo ou morrendo na dungeon, a história sempre se atualiza e mostram novos eventos e personagens aparecendo na casa da família. Eventos que muitas vezes ajudam a moldar as masmorras, adicionando entradas novas que complementam a lore do jogo. Dentro da casa da família é possível realizar os upgrades de dano, vida, velocidade e muito mais com o dinheiro obtido nas desventuras citada acima, contudo, independente de qualquer melhoria, elas se aplicam à todos os personagens, fazendo o jogo escalar junto com isso.

Fator que pode ser bom, mas ruim ao mesmo tempo, pois os personagens tem níveis distintos, fazendo com que o jogador repita as dungeons anteriores para desbloquear suas habilidades por estar nível baixo e não conseguir acompanhar tanto o progresso obtido.

Children of Morta não é um jogo que larga o jogador para enfrentar ondas de criaturas e o pune gratuitamente caso morra, é claro que ao concluir e derrotar o Boss daquele segmento o espólio é maior, mas esse é um jogo que dá um prêmio de consolação ao falhar também, pois é possível ter um pequeno avanço ou novidade na história do jogo mesmo se não concluir a dungeon.

Nenhum XP, dinheiro, personagem ou história é perdida, mas sempre renovada. E mesmo ao ser derrotado a família Bergson surge acalorando o coração do jogador frustrado.

O visual em pixel art, a mecânica e seus efeitos sonoros remetem bastante à Moonlighter, todos aplicados de maneiras excelentes e práticas. Uma melhoria que Children of Morta tem em comparação com o outro título citado antes é poder desferir golpes na diagonal, coisa que atrapalhava muito por poder golpear somente horizontal e vertical. Neste jogo é um combate fluído, principalmente com personagens mais ágeis, alguns parecem que funcionariam melhor caso jogado cooperativo, mas muito se aplica ao estilo do jogador.

Com um visual fantástico, uma encantadora trilha sonora e um narrador incrível, Children of Morta é um excelente roguelite para experimentar, seja amante do gênero ou não. Seu modo cooperativo local fomenta a ideia do próprio jogo por ter um parceiro ao seu lado derrotando as forças do mal, porém, poderiam ter aplicado um modo online por muitas vezes fazer falta de jogar com alguém distante.

Children of Morta já está disponível para PC na Steam, sairá mês que vem para  PS4 e Xbox One e 15 de Outubro para Nintendo Switch. Todos com tradução em Português do Brasil.

NOTA: 9/10 vezes que morri nas dungeons

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.