Preview – Deathbound

A Steam Next Fest é um evento que disponibiliza diversas Demos gratuitas dos mais variados jogos independentes e ocorrerá entre os dias 5 e 12 de fevereiro. Um dos títulos que terá sua demo disponível é o RPG de ação e aventura brasileiro, Deathbound, desenvolvido pela Trialforge Studio.

Tive a oportunidade de testar essa demo algumas semanas antes e devo dizer que adorei o combate e mecânicas criadas nesse jogo. Mesmo que seu visual tenha me deixado um pouco incomodado com sua combinação de estética sci-fi e medieval, terminei a demo com um saldo positivo e boas expectativas para sua versão final.

Um universo simples, mas confuso em sua estética

Deathbound é ambientado em um mundo onde a fé e a ciência se chocam. Você, na pele de um Essencemancer, consegue absorver as essências dos guerreiros caídos para aproveitar seus poderes e habilidades. Embarque em uma cruzada por um mundo medieval forjado a partir das ruínas da tecnologia, onde a fé fanática e a ciência antinatural se chocam nas sombras de uma sociedade devastada.

Na demo você começa jogando nas Ruas Baixas, onde imagino que seja algo próximo do início do jogo, mas com um pouco de avanço. O local é inicialmente confuso em design e estrutura, mas possível de se acostumar após um pouco de exploração, considerando que as rotas são bem lineares com atalhos ao longo delas.

O jogo apresenta diversos inimigos, mas com poucas variações, além de alguns especiais que proporcionam a oportunidade perfeita para testar suas habilidades. Portando espadas, bestas e lanças, é possível ignorar todos ou derrotar um por um durante sua exploração até o chefe.

De início, senti uma estranheza ao testar o combate, mas quando os fundamentos foram sendo explicados, notei que é uma evolução e melhoria da mecânica apresentada em Mortal Shell, desenvolvido pela Cold Symmetry.

Um combate ágil e eficiente

Muitos jogos de RPG de ação indies acabam por deixar muitas coisas desequilibradas, seja os inimigos, ou até mesmo o estilo de combate da sua preferência, seja força, destreza ou magia. Contudo, os desenvolvedores brasileiros de Deathbound alcançaram com suas mecânicas inovadoras um equilíbrio e eficiência entre todas as classes, afinal você não escolhe somente uma para jogar, mas até quatro.

Como Essencemancer, você adquire essências de guerreiros caídos em batalha e irá absorver até um total de sete (como deu para perceber pela demo). Cada uma delas têm um nome, religião e estilo de combate únicos e vivem dentro de você. É possível visitar o seu passado e conhecer a sua história até o ponto de sua morte.

Dito isso, é possível equipar até quatro essências e usar o acervo de cada uma da melhor maneira possível no combate. Entretanto, algumas essências podem se relacionar bem com umas e mal com outras. Assim, você fica com buffs e debuffs passivos dependendo da combinação entre eles.

Provavelmente, você vai ter um favorito e um que menos gosta de jogar, mas vale reforçar que cada um tem sua vantagem e desvantagem. Além de, caso um estiver com a vida baixa, basta trocar e recuperar a vida dos outros a cada golpe desferido nos inimigos, mas caso um morra, todos morrem (e sim, você precisa buscar os pontos onde morreu).

É possível trocar a essência durante o combate, seja durante os ataques ou na esquiva, o que torna o combate muito mais dinâmico e ágil. Me deparei em diversas situações onde o Vigor do cavaleiro acabava, mas como estava com a barra de Sync cheia (para alternar a essência durante o combo), trocava para o ladino e encerrava com muito dano e vigor cheio com o novo personagem para desviar logo em seguida.

Esse tipo de mecânica me deixou muito empolgado para testar quais os efeitos de cada essência durante a sua troca e o resultado era gratificante. A única coisa que me incomodou um pouco, mas depois fui me acostumando, foi o design da árvore de habilidades.

Deathbound é muito promissor

Ao chegar no chefe, comecei a testar pequenas coisas entre as essências, alguns itens encontrados e ver como o chefe reagia durante a briga. Entre as suas três fases (com a mesma vida), foi possível notar um elemento muito interessante e espero que mais coisas funcionem assim.

Inicialmente, o chefe é cego, mas consegue te ouvir. Caso utilize a essência do ladino, ele não vai ouvir e vai atacar a esmo, porém, caso utilize o cavaleiro que possui armaduras pesadas, ele vai direto para você. Isso é um elemento que poucos jogos do gênero utilizam, mas torna a experiência muito mais interessante e seria muito legal ver bastante disso em Deathbound.

O mesmo se aplica para algumas quests. Na demo, você encontra uma missão disponível para uma essência específica e é necessário tê-la equipada para realizá-la.

Apesar de sua paleta de cores monocromática e design de cenários repetitivos, Deathbound é um título que me deixou muito curioso para testar em sua versão final que está prevista para o ano de 2024, somente para PC.

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.