Crítica – Preacher (Terceira Temporada)

A sensação que a terceira temporada de Preacher deixa, é que ela é facilmente a mais fraca das três

Depois de uma primeira temporada que deu o pontapé inicial no que pode ser uma das melhores adaptações de quadrinhos na TV, e uma segunda temporada recheada de surpresas e histórias dos quadrinhos sendo reimaginadas, eis que chega a terceira temporada de Preacher.

Essa temporada começou bem, mas enrolou demais até Jesse (Dominc Cooper) conseguir recuperar Genesis, e poder ter um payoff na história de Angelville. Tudo foi bem articulado para fazer essa história se arrastar quase que pela temporada inteira. Se Jesse tivesse recuperado seus poderes antes do final da temporada, tudo teria fluído um pouco melhor.

 O plot inteiro de Angelville foi mudado de forma que certas coisas se tornaram irreconhecíveis, enquanto outras ficaram até que melhores. TC (Colin Cunningham), que era um maníaco pervertido nas HQs, nessa temporada se tornou apenas um caipira inofensivo, que vive com a família de Jesse em Angelville. Você consegue até gostar do personagem, mas se tiver lido os quadrinhos vai se questionar diversas vezes o que aquilo adicionou para o roteiro. Francamente, TC nunca deveria ter sido mudado, pois no final essa mudança não trouxe nenhum resultado para o roteiro no geral.

O roteiro de Angelville quase que inteiro, com exceção de algumas lutas entre Jesse e Jody (Jeremy Childs), e do final, foi completamente descartável. O destaque fica com Betty Buckley que atuou de forma brilhante no papel da avó de Jesse. Foi muito triste ver uma atriz tão talentosa como ela em um arco que foi tão mal adaptado.

O arco de Cassidy (Joseph Gilgun) com “Les Enfants Du Sang”foi tão bom quanto nos quadrinhos. O relacionamento dele com Eccarius (Adam Croasdell) foi adaptado de uma maneira muito legal. Esse arco todo foi muito bem colocado no seriado, e definitivamente ficou muito legal, principalmente a atuação de Adam Croasdell como Eccarius. Ele conseguiu captar perfeitamente um vampiro da Anne Rice.

O arco de Tulip (Ruth Negga) e Deus (Mark Harelik) foi muito bem explorado, e definitivamente foi muito bom e engraçado. Definitivamente captou a essência dos quadrinhos com maestria. Por outro lado, mais para o final da temporada, com o retorno do Grail, esse arco foi ofuscado graças a dinâmica entre Jesse e Herr Star (Pip Torrens).

Torrens como sempre possui essa química muito boa com Dominic Cooper, e acaba roubando a cena no papel de Herr Starr. O arco todo do Grail dessa temporada foi dividido e remixado para poder se estender até a próxima temporada. Vale mencionar que esse arco rendeu cenas hilárias com o Messia (Tyson Ritter). O arco de Hitler e Arseface com o Saint of Killers pareceu raso e vazio, mas definitivamente teve um payoff no final da temporada.

A sensação que a terceira temporada de Preacher deixa, é que ela é facilmente a mais fraca das três, e que a quarta temporada vai ter que ter um ritmo um pouco mais frenético como foi com a segunda para poder dar certo.

Preacher vai ao ar no canal AMC, tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil.

Texto por Bruno Shepard