Crítica – No Fim Do Túnel (Al Final Del Túnel)

Thriller argentino pega uma premissa já conhecida e nos trás algo muito interessante

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Imagine você, solitário, do nada começa a ouvir vozes no seu local de trabalho e isso pode ser uma oportunidade de ganhar dinheiro? No Fim do Túnel (Al Final Del Tunel) mostra o quanto isso pode ser perigoso, ainda mais quando você está em uma cadeira de rodas.

O filme conta a história de Joaquin (Leonardo Sbaraglia), um homem paraplégico que vivia apenas com seu cachorro em sua grande casa, porém ao mesmo tempo em que uma mulher chamada Berta (Clara Lago) e sua filha Betty (Uma Salduende) passam a morar na casa, Joaquin passa a ouvir vozes estranhas de ladrões de banco cavando um túnel que passa por sua casa.

O filme inicialmente já tem dois detalhes notáveis, um deles é que ele tem um pouco de Hollywood,  mesmo com alguns aspectos bem diferentes dos filmes padrão de suspense e de crime, o outro é que o filme não liga para explicar nada de forma expositiva, ele se foca muito mais nos detalhes, inserts que explicam o passado do personagem, o crime e a situação atual dos personagens.

O protagonista Joaquin é provavelmente o melhor personagem do filme, além de extremamente inteligente e engenhoso, também tem uma carga emocional muito forte devido a seu passado e suas relações atuais com as moradoras da casa. Berta é uma personagem ótima também, incisiva e faz parte de um arco muito importante para o filme como um todo.

O vilão Galereto (Pablo Echarri) é fantástico também, ele assusta, intimida e naturaliza a violência, ele apresenta uma real ameaça para a trama e deixa o público bem tenso. Os personagens de apoio cumprem bem o papel, dando destaque para Guttman (Frederico Luppi) que também tem um arco no filme.

O filme tem uma paleta de cores bem seca, crua, o que condiz com o tom do filme que não é muito confortável, o filme é extremamente desconfortável, um dos fatores que contribuiem para essa sensação é quando Joaquin sai de sua cadeira de rodas, suas limitações dada a situação, além de claustrofóbicas também trazem uma grande aflição que reforçam o suspense do filme.

Um dos problemas do filme é que em alguns momentos existe uma extrapolação para momentos tensos, como alguns personagens que não enxergam outro palmos a sua frente. Mas em geral o filme é surpreendentemente consistente e prende o público.

No Fim do Tunel é um filme tenso, frio e desconfortável, mas surpreende com uma premissa até conhecida mas com situações diferentes e bem estáveis. Merece ser visto, de preferência no cinema.

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.