Crítica – Mentes Sombrias

Personagens mal desenvolvidos e trama sem inovação

Dos mesmos produtores de Stranger Things, Mentes Sombrias é uma adaptação da série de livros homônima da escritora Alexandra Bracken. Ao vermos os nomes dos produtores da aclamada série Stranger Things no cartaz, já esperamos algo grandioso ou, no mínimo, interessante. Infelizmente o longa não é nem um, nem outro.

Filmes com adolescentes como protagonistas tem se tornado comuns, passando desde o fenômeno de Harry Potter e chegando em Jogos Vorazes. Muitos produtores tentam recriar algo de igual sucesso, mas nem todos conseguem. E é exatamente o caso desse filme. A trama começa com uma doença que rapidamente se espalha e subitamente mata crianças. Ninguém sabe que doença é essa ou como se espalhou. Algumas poucas crianças sobrevivem e, estranhamente, as sobreviventes acordam com poderes, ou seja, viram mutantes. Uma dela é Ruby (Amandla Stenberg).

O governo, ao perceber que as crianças podem ser potenciais armas, mandam-nas para acampamentos rigorosos do governo, onde são classificadas por cores que indicam a periculosidade de sua mutação. Ruby é classificada como laranja, ou seja, um dos tipos mais perigosos. Para conseguir sobreviver, finge que sua mutação é leve e não oferece perigo, e esse disfarce funciona muito bem até seus 16 anos, quando ela é obrigada a fugir, e acaba se juntando com fugitivos de outros acampamentos.

A história tem certo potencial, mas acaba não sendo bem desenvolvido. As informações e histórias dos personagens são apressadas e sem o peso dramático que a trama necessitaria, não deixando o espectador criar empatia pelas histórias e situações das crianças. Muitas cenas parecem fora de contexto e o fato de muitos personagens irem e virem sem algum desenvolvimento ou conclusão, faz com que sua importância seja mínima. Boas atuações poderiam salvar algumas cenas e diálogos, porém, acabam sendo mornas.

O longa não traz nada de inovador ao gênero e nem mesmo traz uma reflexão sobre questões comuns na nossa sociedade, como normalmente acontece nesses filmes. O superficialismo com que tratam questões como segregação e abuso é decepcionante, além de mal construídas. Mentes Sombrias deixa um gancho para uma possível continuação que, esperamos, seja melhor desenvolvida.

O longa estreia nos cinemas brasileiros dia 16 de agosto.

Texto por Louise Minsk