Crítica – Manchester À Beira-Mar (Manchester By The Sea)

Se você acha que a sua vida é ruim, espere até ver a dele

Um encanador preguiçoso e despreocupado se vê forçado a voltar para sua cidade natal depois de descobrir que seu irmão faleceu. Ao chegar lá, ele começa a desenvolver uma relação de carinho com seu sobrinho adolescente que perdeu o pai, mas também se envolve cada vez mais na resolução de segredos trágicos do seu passado.

Manchester À Beira-Mar é um filme de drama americano de 2016 dirigido e escrito por Kenneth Lonergan. Com uma premissa triste e nada agradável, o filme transmite nada mais nada menos que uma pessoa envolvida por tragédias. Que fique claro que este não é um filme de superação, onde o protagonista terá uma esperança e tudo ficará melhor ou que ele ajuda pessoas e se sente bem com isso.  Manchester À Beira-Mar é um filme trágico feito para pessoas chorarem e refletirem, porque na vida nada é fácil e o personagem de Cassey Affleck mostra muito bem isso.

Após as dificuldades enfrentadas em sua vida, Lee Chandler (Cassey Affleck) precisa cuidar de seu sobrinho após a morte de seu pai, essa é uma tarefa a qual ele não tem o menor interesse em exercer. Durante todo o filme, ele reencontra pessoas de seu passado e recorda-se do que ele menos deseja, piorando ainda mais sua situação.

Cassey Affleck está excelente no papel, um cara que não liga para nada e totalmente a toa, faz o que quer e não se anima para nada. Para muitos pode até ser angustiante vê-lo em certas situações no filme, mas é totalmente compreensível ao conhecer seu passado.

O sobrinho de Lee, Patrick (Lucas Hedges) também está ótimo no filme, consegue passar a ideia de um jovem adolescente bem clara. Um garoto simples que tem uma banda, joga num time de Hockey e sai com duas garotas ao mesmo tempo tentando se dar bem com a primeira que rolar.

A ex-esposa de Lee, Randi Chandler (Michelle Williams) é uma coadjuvante que traz maior parte da tragédia da vida de Lee. Quando há uma melhora no clima do filme, eles se reencontram e tudo volta à tona para o protagonista, deixando-o ainda mais desesperado.

Manchester À Beira-Mar não é um filme para qualquer um, pessoas que não gostam de drama, podem acabar decepcionadas. Como dito acima, este filme não tem superação nem coisas bonitas, é possível dar algumas risadas com certas situações, mas nada tão animador.

Este é um filme que acaba com vários arquétipos e clichês de filmes de drama, o protagonista não procura redenção e não quer se envolver em nada, só se afastar. Patrick não é um adolescente com vida perfeita ou muitos amigos e popular e a ex-esposa não supera o trauma após seu novo casamento. Nenhum personagem é perfeito, ninguém fica feliz no final do filme.

Manchester À Beira-Mar é um ótimo filme e estreará nos cinemas dia 19 de Janeiro.

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.