Crítica – Jogador Nº1
Uma homenagem a cultura pop jamais vista
Jogador N°1 consiste em um futuro distópico, em 2044, onde Wade Watts (Tye Sheridan) e o resto da humanidade preferem a realidade virtual do jogo OASIS ao mundo real. Quando o criador do jogo, o excêntrico James Halliday (Mark Rylance) morre, os jogadores devem descobrir a chave de um quebra-cabeça diabólico para conquistar sua fortuna inestimável. A empresa IOI, segunda maior do mundo, quer colocar suas mãos no prêmio, mas Watts e seus amigos não tem a intenção de deixa-la vencer.
Vocês lembram daquele episódio de Power Ranger em que todos os rangers anteriores apareceram? Lembram da emoção? Em Jogador N°1 o sentimento de nostalgia é levado a um outro nível pelas inúmeras referências a cultura pop. Com certeza esse é um longa que vale a pena assistir no cinema e depois ver em casa porque são tantas as referências quem não é possível percebe-las de uma vez só. Foi possível ver como o diretor Steven Spielberg relaciona-se intimamente com o tema a tempos, principalmente com o personagem James Halliday e sua posição de mestre/guia.
Apesar de futurista, o longa é totalmente baseado na décadas de 1980. O público já é inserido nessa realidade assim que “Jump” do grupo Van Halen começa a tocar e nos transporta pra essa dualidade temporal. Os efeitos, logicamente, estão sensacionais. Como a maior parte do longa é situada dentro da realidade virtual, não poderia ser diferente.
A dinâmica entre o grupo principal é muito real e explora como a tecnologia expandiu a oportunidade da criação de laços. Tye Sheridan da a vida a um típico garoto que ama video games, o que possibilita uma fácil identificação por parte do público. O que deixou a desejar foi o romance com a personagem de Olivia Cooke, que foi mal explorado e totalmente previsível. O vilão interpretado por Bem Mendelsohn tinha potencial, mas teve uma abordagem rasa e motivações fracas, o que afetou seu desempenho.
Jogador N°1 pode ser chamado do novo clássico. Não importa quantos anos passem, o longa ainda representará a maior homenagem a cultura pop já recebeu. Apesar da simplicidade da narrativa, nunca um filme conseguiu sintetizar tão bem como uma realidade virtual pode ser importante para as pessoas.
Texto por Viviane Oliveira