Crítica – Hotel Artemis

90 minutos parecem uma eternidade em um longa tão superficial

No ano de 2028, em Los Angeles, acontece uma rebelião geral pela privatização da água. No meio desse caos, está o Hotel Artemis, um hospital para criminosos. Esse local, comandado pela Enfermeira (Jodie Foster), possui algumas regras: não fale seu nome verdadeiro, nada de armas, nada de policiais e não mate outro hóspede. Cada uma delas tem sua importância e, se forem quebradas, podem ruir o sistema.

Um hotel para criminosos, não é? Onde foi que já vimos isso. Em John Wick, temos o Continental, que ganhará uma série desenvolvida pela emissora americana Starz. Isso já traz um grande desafio ao longa, pois a premissa não acrescenta e nem supera o que já é existente.

Outro ponto foi como o contexto em que a história foi inserida, motim pela privatização hídrica, foi quase que totalmente irrelevante para os acontecimentos da trama. Em muitos momentos essa questão nem era lembrada. Ainda sobre o roteiro e a direção, o ritmo foi um problema em Hotel Artemis. Por toda sua superficialidade, o longa aparenta ter uma duração superior a 90 minutos. .

O elenco conta com muitos nomes importantes e conhecidos pelo público. Jodie Foster tem a capacidade de tirar uma atuação boa até em filmes superficiais, como esse. Mas a atriz não consegue trazer consigo seus colegas. Zachary Quinto e Jeff Goldblum foram reduzidos a vilões caricatos; personagem de Sterling K. Brown tem grande potencial, mas fica no “quase”; Sofia Boutella apresenta a melhor cena de ação, mas fica reduzida a isso; ninguém sabe a razão de Charlie Day estar ali.

O que agrada muito bem é a trilha sonora de Cliff Martinez e a direção de arte de Ramsey Avery. Há um agradável contraste dentre os objetos da década de 1980 que compõem o hotel e a tecnologia futurística. Esse seria, sem dúvida, um set muito divertido de explorar e conhecer por todos os detalhes.

Hotel Artemis pode ser encarado como um filme com boas intenções. Ele conta com um elenco rico, com um bom cenário para o desenrolar da trama, mas peca no principal: o roteiro. Se Drew Pearce tivesse gasto alguns minutos a mais para poder desenvolver os personagens, nós não sentiríamos alívio ao ver os créditos subindo na tela.

Hotel Artemis estreia nessa semana nos cinemas.

Texto por Viviane Oliveira