Crítica – Esquadrão Suicida

É divertido, é explosivo, tem suas falhas mas a DC está pegando no tranco

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Em meio a uma bomba de filmes de super-heróis com todo aquele senso de justiça, encontramos um filme que tenta fugir disso com os piores dos piores. Esquadrão Suicida baseado na HQ homônima de 1959 dá as caras no cinema pela Warner, após dos dois filmes com recepção negativa, Man of Steel e Batman Vs Superman. O filme começa com introduzindo dois personagens do Esquadrão e logo em seguida corta para a personagem Amanda Waller (Viola Davis) com a ideia de recrutar um esquadrão com os piores criminosos possíveis, caso aconteça um problema irresponsável e catastrófico, o esquadrão é reunido e resolvem o problema.

A direção é do David Ayer, esse é o primeiro trabalho dele com um filme do gênero e é aparente a inexperiência dele, o material de origem poderia ser mais explorado, a insanidade dos personagens também, temos muitos erros notáveis aqui, mas o filme tem alguns destaques muito interessantes. Teve um certo problema também que a própria Warner exigiu fazer algumas alterações na edição final, por isso algumas cenas nos trailers não chegaram a aparecer.

Antes gostaria de compartilhar com vocês três grandes medos que eu tinha antes de assistir Esquadrão Suicida, o primeiro era a hiper sexualização da Arlequina dos trailers, o segundo era o Coringa aparecer muito mais do que deveria, o terceiro era a romantização do relacionamento dos dois. A grande felicidade é que nenhum dos três acontece no filme o que é um ponto positivo gigantesco. Pelo filme se passar no ponto de vista da Arlequina, aparenta ser um romance, mas é possível observar nas cenas com o Coringa que ele se aproveita disso e seu “afeto” por ela acaba sendo nada além de utilizá-la como uma arma.

A Margot Robbie como Arlequina está ótima, engraçada e é provavelmente a personagem mais estável do filme, Will Smith como Pistoleiro é ótimo também, me apeguei muito ao passado que foi demonstrado dele. E temos o resto do Esquadrão que é divertido, mesmo que superficiais e sendo personagens de suporte e terceiro escalão no filme eles são engraçados. Os problemas mesmo são o Joel Kinnaman como Rick Flag, que só existe no filme para o desfecho acontecer e a Karen Fukuhara como Katana, que não tem nada de interessante e não precisava estar no filme.

O Jared Leto de Coringa é formidável, nada tão impactante mas as cenas em que ele aparece são muito intensas, ele realmente conseguiu passar parte da insanidade do palhaço e um jeito sociopata de não se importar como nada além dele mesmo, para este universo que está sendo construido é um Coringa que se encaixa muito bem. E por fim a Viola Davis de Amanda Waller é bem estável mesmo sendo a personagem relevante que menos nos importamos no filme, basicamente é ela sendo ela, mulher de pulso forte onde sua palavra é lei.

Esquadrão Suicida tem sim muitos erros, mas creio que compará-lo com um filme da Marvel só torna a experiência pior, pois ele não é um confronto direto com o MCU (Marvel Cinematic Universe) diferente dos péssimos anteriores (Man of Steel e Batman vs Superman), na verdade eu vi muita inspiração principalmente em Guardiões da Galáxia, na trilha sonora, no andamento do enredo e na apresentação de personagens.

Mas claro que os problemas em Esquadrão Suicida não são tão irrelevantes assim, problemas temporais, decisões estranhas e um antagonismo forçado com muitas más conexões de cena podem estragar em partes a experiência. É possível se divertir muito vendo o filme e perceber a correria da DC em introduzir seu universo cinematográfico. As cenas cortadas provavelmente apareçam na versão estendida do filme como fizeram com Batman Vs Superman.

Esquadrão Suicida é um filme muito divertido, com piadas e aparições em momentos certos e pontuais, com uma trilha sonora muito bem escolhida e um enredo que já estamos acostumados, como qualquer outro filme de herói, o que mesmo com muitos problemas vale o ingresso com toda a certeza.

Texto por Gustavo Chagas e Otavio Giantin