Crítica – Alfa

Roteiro óbvio e trama arrastada

O novo longa de Albert Hughes (O livro de Eli) mostra como, há 20 mil anos, lobo e homem viraram amigos.

A história começa com Keda (Kodi Smit-McPhee) a caminho de uma caçada com a sua tribo, quando acaba se envolvendo em um acidente, sendo deixado para trás. Desesperado para conseguir voltar para casa antes do inverno começar, acaba encontrando Alfa, um lobo que, assim como Keda, foi abandonado por sua alcatéia.

Apesar do título, o lobo propriamente dito demora a aparecer, e a trama, provida de muita enrolação, peca pela falta de aventura e perigo.

O baixo orçamento do filme fica nítido nas limitações das CGIs, que tentam deixar tudo épico, mas falha. Apesar disso, a fotografia, as composições e os jogos de sombras são bem trabalhados, criando cenas muito bonitas.

Mais uma vez, a trilha sonora muitas vezes salva o filme. A trilha cria uma atmosfera de perigo, coisa que o filme em si não entrega.

A proposta do filme, em mostrar um elo entre lobo e menino, apesar de acontecer, não é muito crível. O lobo é domesticado com facilidade, a trama é  superficial e, quando algo de fato acontece, é de modo muito rápido. Faltou uma construção melhor no desenvolvimento do relacionamento de Keda e Alfa. A obviedade do roteiro é um tanto decepcionante e cheia de clichês.

Mesmo com a presença de vários problemas, o longa consegue passar sua mensagem de forma clara.

Alfa chega aos cinemas dia 6 de Setembro.

Texto por Louise Minski