Crítica – A Noite do Jogo

Filme resgata o espírito de comédia dos anos 90

A comédia estrelada por Rachel McAdams e Jason Bateman conta a história de um casal e um grupo de amigos que são viciados em jogos de tabuleiro e fazem desses encontros um grande evento. A princípio, logo na primeira cena, pensamos que será mais uma comédia romântica boba e enfadonha cheia de clichês desnecessários, pois o casal principal se conhece e se apaixona num jogo de perguntas e respostas, percebendo que compartilham um vício em comum. Felizmente, o filme vai muito além disso.

Após a breve introdução sobre como se conheceram, se apaixonaram e casaram, enfim conhecemos de fato o casal Frank (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams), duas pessoas que amam jogos de tabuleiros e marcam frequentes partidas com os amigos em sua casa. Porém, o irmão mais velho, rico, bonito e bem sucedido de Frank, Brooks (Kyle Chandler) está na cidade, e é aí que a história começa a se desenrolar.

Após uma habitual noite de jogos, Brooks sugere que a próxima vez seja em sua mansão, pois ele quer mostrar como se faz uma noite de jogos épica de verdade. Chegando lá, a proposta é que os convidados participem de um jogo estilo detetive, com mistérios e assassinato, onde um deles será raptado e os outros precisam descobrir o paradeiro da pessoa sequestrada dentro do tempo estipulado. Só que a coisa não corre exatamente como planejada quando sequestradores de verdade entram na casa, enquanto todos pensam que é atuação e entram no jogo para procurar a pessoa que foi levada.

O longa tem cenas divertidíssimas, piadas feitas no momento certo e uma química incrível entre todo o elenco. Traz de volta a nostalgia dos filmes de comédia mais antigos, com momentos engraçados na medida certa, cenas de ação, uma jornada onde coisas inusitadas acontecem, personagens bem desenvolvidos e com boa interação entre si, e não apenas piadas e situações esdrúxulas sem sentido. Vale citar a originalidade do roteiro também, e o modo como dificilmente as coisas ficam monótonas ou sem graça.

A atuação de todo o elenco é tão boa e fluida, todos fazem seus papéis de modo tão natural, que fica até difícil dizer quem se destaca mais. Rachel McAdams está excelente, com momentos muito bem equilibrados de humor, assim como Jason Bateman. Os dois como um casal funcionou muito bem, fazendo com que o espectador simpatize com eles logo de cara. Um ator que merece muito ser citado é Jesse Plemons, que faz o papel do vizinho bizarro e que parece ser apenas um coadjuvante sem importância, mas não se engane. Alguns dos melhores momentos acontecem quando ele entra em cena.

Além de entreter, é recheado de plot twists, os momentos finais são recheados de reviravoltas, algumas até previsíveis, outras surpreendentes. Alguns momentos são reviravoltas dentro de reviravoltas, construídas de modo bem inteligente.

Ótimos momentos de comédia, personagens carismáticos, reviravoltas e jogos de tabuleiro. A noite do Jogo entretém e traz de volta a essência daquele tipo de comédia dos anos 90, com um humor que não é pesado e nem enjoativo.

A Noite do Jogo estreia dia 10 de maio nos cinemas.

Texto por Louise Minski

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.